Ágatha pereira
A garota dormiu aqui, eu toda carente, querendo um dengo, anos sem eu querer alguém assim, e ela toda enjoada, não querendo.
Da nem pra ficar bolada com uma porra dessa, de madrugada ela virava aquela bunda dela, eu ja estava ficando louca.
Kyara: Pereira - senti ela me cutucando e eu continuei do mesmo jeito - acorda cara - abri só um olho.
Pereira: Qual foi? Ta querendo o que? - encarei ela.
Kyara: Iiih já acorda no estresse - ela veio pra cima de mim, colocando uma perna pra cada lado e eu fiquei só observando, pra saber o que ela ia fazer - tem que acordar com um sorrisão - se inclinou me dando um beijo no rosto - tenho que ter uma boa impressão de você.
Pereira: Ja passou da meia noite, Cinderela - coloquei minha mão na nuca dela e ela fez cara feia.
Kyara: Era tudo uma enganação ontem? Tu tava tirando onda com a minha cara? - tentou sair de cima de mim e eu segurei ela.
Pereira: To gastando - dei um selinho nela - que horas são?
Kyara: vai dar meio dia, eu to com fome, por isso te acordei - sorriu sinica.
Pereira: Era só ir na cozinha e fazer alguma coisa pra tu comer - ela me olhou com cara de tédio.
Kyara: Vou ficar mexendo nas suas coisas não e tu que me chamou pra dormir aqui, me alimentar tava no pacote, gatinha - me deu um selinho e saiu de cima de mim.
Levantei logo em seguida, errada não estava, mas eu queria dormir mais, to no maior sono.
Peguei uma camisa e coloquei, só ia na padaria, não precisava de muita coisa não.
Pereira: Tu sabe fazer café? - fui indo pra cozinha com ela e ela confirmou - as coisas tão no armário, eu vou na padaria, tranquilo?
Kyara: Ja é, compra uns bagulho maneiro - confirmei e dei um selinho nela antes de sair.
Favela mais um dia cheia, essas horas as crianças ja estão tudo na rua, é isso aqui que eu amo, a favela.
Me arrependo de muita coisa que eu passei aqui, ja sofri muito, das piores formas possíveis, dês de menor, mas fico toda feliz por ter dado a volta por cima.
Maluco pensa que eu entrei ja ganhando a confiança, por ser amiga da filha do patrão, mal sabe meu passado, não sabe o quanto eu tive que provar pro chefe, o quanto eu era leal e que eu precisava daquele dinheiro pra colocar um pão na mesa.
É.. minha vida não foi fácil, eu bem queria ser branca, filhinha de papai, mas eu nasci negra, cria da morro, sem um pai e uma mãe que, não tinha nem condições de trabalhar.
A rua foi minha família, depois que minha mãe morreu, ela passou a ser a minha casa.
Paçoca: Ta viajando ai - parou do meu lado - to chamando e nada.
Agatha: Da um tempo, acabei de acordar - olhei pra ele.
Paçoca: Tu acabou de acordar? - assenti - quem foi a doida que dormir com tu? Tomou um chá e tanto.
Agatha: A tua amiga, irmã, sei la que porra vocês são - ele ficou em silêncio.
Paçoca: Ta me gastando? - neguei segurando a risada - iiih maior mancada em...
Agatha: Ala, mancada por quê? - entrei na padaria com ele - tu se vira com as suas negas e eu me viro com as minhas.
Esse paçoca é uma piada, maluco não para de pegar no pé dês do dia em que eu vi ela pela primeira vez, mas eu até entendo, o cara considera ela pra caralho, se eu tivesse uma irmã daquela, não deixaria nem sair de casa.
Peguei la os bagulhos, a mina come bem, ja comprei de monte também, sem reclamação, sem estresse.
Paçoca voltou comigo até a metade do caminho, a marra de bravo dele, não durou, 5 minutos.
Cheguei em casa e a outra ja tinha até tomado banho, ou trocou de roupa, voltou com a roupa que estava antes.
Ela nem percebeu que eu cheguei, estava de costas, no celular, eu cheguei ja abraçando ela.
Kyara: No pacote dizia que eu vou ter isso toda manhã? - deu uma risada - porque se tiver, vamos casar agora mesmo - agora foi minha vez de rir.
Agatha: Muito palhaça - me afastei deixando as coisas encima da mesa.
Comemos na maior paz, como é que pode? Nunca precisei de ninguém pra ter essa paz não, mas foi maneiro ter alguém pra conversar.
Kyara: Preciso pegar meu caminho e ir pra casa - olhou pra mim por um tempo.
Agatha: Queria que tu fosse não, mas ja que tu tem que ir... - dei de ombros, eu te levo - eu te levo - ela aceitou de bom agrado.
Levei ela, paramos em frente a sua casa, ela desceu da moto e eu continuei ali esperando a despediu e a maluca só ficou olhando pra minha cara.
Kyara: Vai embora não? - cruzou os braços.
Agatha: E é assim é? - ela deu de ombros - quero meu beijo de despedida e de muito obrigado.
Kyara: Essa hora? Com esse tanto de gente na rua? - assenti puxando ela pela cintura, como dava - achei que vocês não gostavam disso.
Eu nem respondi e dei um beijo nela, ela diz que a gente não gosta, mas dava pra sentir pelo próprio beijo, que ela não queria ali.
Agatha: Some não viu - olhei pra ela e ela assentiu.
Kyara: Eu espero que o meu pai não tenha visto isso - dei de ombros - ta assim porque não é o seu.
Agatha: Fica tranquila, pelo menos eu não to com as minhas coisas mostrando - pisquei e dei um selinho nela.
Piei pra minha casa, vou voltar a dormir, domingo, eu to tranquila, só não to dormindo levinha, porque a outra não quis.
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INDESTRUTÍVEL (Romance Safico)
Fanfiction𝐑𝐉-𝐑𝐨𝐜𝐢𝐧𝐡𝐚 "Eu a amo! Mas será que realmente vale a pena lutar, por alguém que te machuca todos os dias?" Essa fic conta a história da Agatha pereira e Kyara Santos, duas mulheres realmente incríveis, mas eu não diria que isso representa o...