Kyara
A semana passou corrida, minha mãe doente, diz a mesma, que pode ser só dor de garganta e a sinusite atacada, eu acho bem que tem coisa a mais. Ela já estava ruizinha a um tempo atrás, reclamando de dor e tudo mais, aí essa semana piorou e eu fui ajudar em casa né, saindo mais cedo do bar, expliquei direitinho pro seu Zé, ele me entendeu, mandando eu ir pra casa.
Tá indo eu e minha mãe agora pro posto, faltei na escola pra vim com ela, porque meu pai está trabalhando e ela vive com febre, não pode vim sozinha, eu vim acompanhar.
Chegamos no posto, nem abriu ainda, mas já tem fila, o época pro povo ficar doente viu, nunca vi, é só começar junho, que eles já começam, também não julgo, minha mãe tá aqui igual.
Mãe da Kyara: Acha que tudo isso pra passar no acolhimento? - olhei pra ela ainda de braços cruzados.
Kyara: Não sei mãe, mas pela cara dos outros, eu acho que sim, é começo de junho né, a maioria das crianças ficam doentes nesses tempo - ela assenti se escorando na parede.
O mania que eu tenho de andar sem blusa viu, não tá frio, mas esse vento gelado, também não está dos melhores, meu celular vibrou e eu já até imaginava quem era.
Pereira: Bom dia
Pereira: Dormiu bem?Kyara: Bom dia, nem dormi direito, minha mãe tá doente a semana toda, hoje eu tive que vim aqui no posto com ela.
Pereira: Iiih ala, manda melhoras pra minha sogra - mandou um áudio e eu ri escutando.
Kyara: Vergonha na cara ninguém tem né Pereira, vou mostrar esse áudio pra ela viu.
Pereira: Mostra pra ela.
Mexi na minha mãe e ela me olhou, eu coloquei ela pra escutar, o áudio, só de brincadeira mesmo, mas minha mãe já me olhou rindo e mandou um áudio pra ela.
Mãe da Kyara: Sogra? Não vi ninguém lá em casa ainda viu, tá muito emocionada.
Pereira: Depois dessa eu vou até caçar meu rumo, mas de verdade, melhoras aí, qualquer coisa me liga.
Confirmei e guardei o celular, essa mulher é doida, uma semana conversando e ela já esta assim, eu mesmo fico zuando, nem nos encontramos depois daquele dia, quando não era eu ocupada, era ela, nunca dava certo.
Mãe da Kyara: Quem era senhorita Kyara - olhou pra mim desconfiada.
Kyara: Iiih mãe, larga de mão, só é uma amiga, a gente que se zoua - ela assentiu ainda desconfiada.
O posto abriu depois de um tempo e o povo começou a entrar, agora é mais um bom tempo, até pegar senha, passar na recepção e o nome ser chamado na sala da médica.
Acabou que nem demorou tanto assim, demorou, mas hoje o sistema estava mais rápido, é só porque eu estou aqui, ainda bem.
Sentamos em um dos bancos de frente pra sala da médica. Não estava tão cheio assim, as pessoas foram se dividindo e acabou ficando uma parte boa pra dentista e uma menor pra acolhimento.
Depois de umas quatro pessoas na frente, a minha mãe foi chamada, eu levantei com ela, nem sabia se eu poderia entrar, ou se minha mãe ia preferir entrar sozinha, mas eu fui e fiquei escorada na porta, pra ver o que a médica falava.
- Pelo que eu vi aqui, tem algum problema sua filha ficar na sala de espera? - perguntou olhando pra minha mãe.
Mãe da Kyara: Nenhum problema - olhou pra mim e eu assenti - deixa lá contigo - deu a garrafa d'água e eu voltei pro meu lugar.
Fiquei aqui sentada maior cota, nada dela sair da sala, estava quase indo lá, quando ela saí, não consegui decifrar que cara foi essa que ela chegou, falou nada pra mim assim que saiu.
Kyara: Iiih mãe que agonia, fala aí, o que é? - não me aguentei.
Mãe da Kyara: Ela disse que até então é só uma garganta inflamada e minha sinusite mesmo - assenti - mas tu sabe que eu não vi aqui só pra isso...
Kyara: Lá vêm, diz logo mulher - olhei preocupada pra ela.
Mãe da Kyara: Minha filha, eu posso tá grávida - suspirou - ela disse que não é certeza, e que vai aproveitar que eu pedi um exame de sangue, pra ver se tá tudo bem e já vai fazer junto o exame de sangue pra gravidez, eu tenho que está aqui, 8 horas, pra coletar o sangue.
Kyara: Tá de marola? - ela negou - eu vou ter um irmão...?
Mãe da Kyara: Para garota, não é certeza de nada, eu não sei se estou mesmo, eu ainda vou fazer o exame - assenti ainda não acreditando.
Ela passou na recepção pra falar sobre o exame e depois fomos embora.
Kyara: Iiih ala mãe, já tô vendo tu com barrigão em - ri dela que me deu um tapa.
Mãe da Kyara: Me respeita menina, que barrigão? Talvez eu nem esteja e tu tá aí falando.
Kyara: Mas se tu estiver? - encarei ela - o velho vai ter um infarto vai.
Mãe da Kyara: Quero nem vê o que teu vai falar, mas ó, diz nada agora não, quero falar, só quando eu tiver certeza - assenti.
Kyara: Tu se importa de ir pra casa sozinha - ela negou - queria passar na casa da Mariana.
Mãe da Kyara: Tem problema não - parou na entrada da rua, da Mariana - diz a ela que eu tô com saudade, pra ela voltar a ir lá.
Kyara: Saudade dela... - debochei - vou dizer nada não, tem que sentir saudade de mim.
Mãe da Kyara: Te manque Kiara - disse rindo, enquanto eu me afastava.
Mariana tá sumida, só vejo ela na escola e olha lá, as vezes nem isso, ela vai a cada uma semana, só pra dizes que foi, tô indo lá agora pra conversar com ela, eu espero que o outro não esteja lá, esqueci até de mandar mensagem.
Kyara: Abre aqui garota! - cheguei gritando no portão dela e ela já abriu rindo.
Mariana: Qual é o milagre? Vai chover em... - bati nela com as costas da mão e ri.
Kyara: Garota você me respeita, tu que tá sumida - segui ela pra cozinha - o outro tá aí - falei baixo.
Mariana: Saiu pra comprar as coisas na padaria - fiz cara feia - mas só vai comer e ir embora - pegou as coisas do café da manhã, colocando na mesa.
Eu fui ajudando ela e já atualizando de algumas coisas, não dava pra conversar nada demais, vai que ele chega do nada, eu que não vou testar.
Chaves: Aí amor! - chegou na cozinha e olhou pra mim de ponta a ponta.
Mariana: Fala - olhou pra ele de braços cruzados e ele logo desviou o olhar.
Chaves: Tu ainda tá brava? - ela assentiu - depois a gente conversa - deixou umas sacolas na mesa - vou ter que ir lá na boca agora.
Mariana: Tá né, fazer o que? Todo dia isso - ela deu de ombro e ele foi pra perto dela dando uma beijo na mesma.
Chaves: E aí Kyara - sorri forçado e ele me olhou novamente de ponta a ponta, só que dessa vez, eu me senti incomoda - fé pra vocês.
Mariana: Tchau - bufou e olhou pra mim - todo santo dia isso...
Olhei pra ela sem dizer nada, vou comer antes de falar né, saco vazio não para em pé.
Feliz dia das mulheres!!!
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INDESTRUTÍVEL (Romance Safico)
Fanfiction𝐑𝐉-𝐑𝐨𝐜𝐢𝐧𝐡𝐚 "Eu a amo! Mas será que realmente vale a pena lutar, por alguém que te machuca todos os dias?" Essa fic conta a história da Agatha pereira e Kyara Santos, duas mulheres realmente incríveis, mas eu não diria que isso representa o...