cap 23

6.3K 557 48
                                    

Kyara Santos

Ops! Esta imagem não segue nossas diretrizes de conteúdo. Para continuar a publicação, tente removê-la ou carregar outra.

Kyara Santos

Segunda-feira 7:40hrs, faltam 20 minutos pra eu ir pra loja e eu to acordada dês das 6, sou muito ansiosa, to toda nervosa, não sei como vai ser hoje.

Mãe da Kyara: Tu vai morrer do coração, se acalma, garota - riu e eu olhei pra ela.

Kyara: O pai falou a mesma coisa, mas não da mãe, to muito ansiosa.

Minha mãe ta toda estranha comigo, não falou nada quando eu cheguei no sábado, só me deu boa noite e eu fui dormir, mas eu sei que ela sabe de alguma coisa. De qualquer forma, se ela perguntar, eu não vou esconder nada, nunca fui disso.

Terminamos de tomar café e eu sai de casa, junto com a minha mãe, ela foi pra um lado e eu pro outro, cheguei la com medo, vai se a mulher se arrependeu.

Kyara: Bom dia - ela estava abrindo a loja e olhou pra trás sorrindo.

Maiara: Pontual - assenti - bom dia, me ajuda aqui.

Corri pra ajudar ela, abrimos a loja, organizamos algumas coisas também, pelo jeito, eles conseguiram terminar a reforma há tempo.

Maiara: Ta nervosa? - se apoiou no balcão.

Kyara: To sim, não vou mentir - em apoiei também no balcão.

Maiara: Relaxa, tu é simpática, bonita e sabe falar bem pelo visto, vai se dar bem com as pessoas - assenti - hoje eu só vou ficar na minha sala, mas no dia a dia a gente se entende.

Ela me explicou algumas coisas, disse que conhecia muita gente e provavelmente iria encher, ja que inaugurou hoje.

Dito e feito, preço barato, inauguração, as mulheres da favela veio tudo pra cá, nem consegui almoçar, ela pediu desculpa, disse que era só hoje, e eu super compreendi né, o lugar não parava de chegar gente.

Deu quatro horas, conseguimos fechar a loja, só tinha uma mulher antes da gente fechar, ficou aqui uma hora pra pegar uma peça, é mole mesmo.

Maiara: Eu achei que ela não fosse embora - riu junto comigo - é sério garota, mulher comeu tudo as bala, acho que comprou aquela camisa, só pra não sair de mão vazia.

Kyara: Mas isso é muito comum, nada que a gente não consiga conduzir - ela assentiu.

Maiara: Eu até te chamaria pra uma cerveja, em comemoração e tudo mais - colocou a mão na cintura depois de fechar o portão - mas eu tenho um filho em casa e minha mãe ja ta me ligando, dizendo que ele ta com saudade.

Kyara: Final de semana ta ai, a gente marca qualquer coisa - ela assentiu - mas vem cá, tu tem um filho? Tu parece muito nova pra ja ter filho.

Maiara: Vou levar como um elogio, tenho 25 e meu filho vai fazer 5 agora, só tenho a cara de nova mesmo.

Kyara: To impressionada, não fazia ideia que tu tinha filho.

Maiara: É que meu celular ta descarregado, mas amanhã me lembra de mostrar uma foto dele, infelizmente é a cara do pai, mas é um gatão - sorriu - mas eu vou indo, até amanhã viu, você foi uma ótima funcionária hoje.

Me despedi dela e ja fui direto pra minha casa, me cansou bem menos do que o bar, mas me cansou muito, pelo menos ela gostou do meu trabalho, to muito feliz por isso.

Cheguei la, não tinha ninguém, meus pais chegam daqui a pouco, eu ja to louca pra cair na cama, mas eu fui tomar um banho, pra ver se eu segurava esse sono, tenho que me acostumar com essa nova rotina.

Terminei meu banho e me vesti aos gritou de Mariana, ela ta ficando na mãe dela, pelo que a tia me falou né, eu ainda não tive tempo de conversar com ela, fora que ela queria ficar um tempo sozinha.

Ela também passou o Domingo na casa da mãe, trancada, o outro la, parece que tinha uma missão pra ir hoje de manhã, eu espero que ela reflita nessa semana.

Mariana: Que demora pra abrir uma porta - entrou na minha casa.

Kyara: Eu tava me trocando - ela resmungou um "hm" - vem pra cá pra cozinha, quero comer alguma coisa, eai? Como você ta? Parou um pouco pra pensar esse domingo?

Mariana: Não, só chorei mesmo, to vindo aqui pra pensar junto contigo - olhei pra ela que estava sorrindo igual criança.

Kyara: Não sei porque, ja sabe que a gente vai discutir - olhei debochada pra ela e voltei a fazer minhas coisas.

Mariana:  O que aconteceu dessa vez, foi muito sério, dessa vez eu vou tentar te escutar, não prometo nada, mas to disposta, não quero viver de escravidão por um homem que me bate.

Kyara: No papo? Tu ja sabe a minha opinião, não tem muito o que falar não, tu sabe que ele ta no erro e você tem que se garantir, tirar essa sua força de vontade que tem ai dentro e acabar tudo com ele.

Mariana: Eu sei disso tudo Kyara, mas eu não consigo enfiar isso na minha cabeça, porque ai eu começo a pensar que ele tava bêbado e foi só uma vez.

Kyara: Ja começou errado, eu sei que não é a primeira vez - ela abaixou a cabeça - tu tem que parar de achar que ele vai mudar, se com pouco tempo com ele, tu ja ta assim, imagina com muito, para um pouco pra pensar.

Mariana: Quero realmente que isso tudo entre na minha cabeça, eu to disposta a mudar sabe, olha isso aqui - apontou pra ela - uma semana sem lavar esse cabelo, roupa velha e  antiga, que estava na minha mãe, marcas pelo corpo, quando foi que eu me tornei isso? - começou a chorar e eu fui abraçar ela.

Kyara: Amiga relaxa, o bom é que agora você ta comecando a perceber, respira, tu tem uma semana pra decidir, ou mais tempo também, fica tranquila.

Mariana: Se fosse só isso, tava tudo bem Kyara, o ruim agora é ele aceitar que eu não quero mais, eu me joguei no fundo do poço, não é só eu querer, eu cheguei a conversar com a minha mãe e ela me lembrou.

Kyara: Tenta pegar ele sóbrio, sem usar nada, tenta ter uma conversa maneira com ele, os dois tranquilos, quem sabe assim, vocês não chegam em um acordo.

Mariana: É verdade, desculpa por tudo viu, eu te amo, obrigada mesmo - se afastou limpando o rosto.

Kyara: Fica tranquila, com o tempo, tudo passa, eu também te amo - ela assentiu.

Mariana: Foi mal, nem cheguei a te perguntar, como foi la hoje?

Votem e comentem!

INDESTRUTÍVEL (Romance Safico)Onde histórias criam vida. Descubra agora