cap 27

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Kyara Santos

Acordei toda perdida com a Pereira falando no telefone, parecia brava.

Pereira: Ja é, já é (...), marca um dez ai, fé -  desligou e virou me olhando - bom dia - veio mais pra perto e me deu um beijo - ta tranquila?

Kyara: Bom dia, to sim, que horas são?

Pereira: Oito horas ainda, fica mec, volta a dormi - neguei - queria fazer um café maneiro pra tu, mas os caras me chamou. Dorme ai, umas dez horas eu te busco e a gente passa na padaria.

Kyara: Nem posso - ela negou e veio pra cima de mim me beijando - to falando sério, posso mesmo não, minha mãe...

Pereira: Aaah pô, deixa tua mãe ora la, só um pouquinho, queria chegar e ficar mais um pouco contigo, ja é? - falou intercalando  o olhar, entre minha boca e meus olhos

Kyara: Eu vou falar isso pra ela viu - ri e ela negou de novo - eu realmente tenho que ir, porque como eu estava dizendo, a minha mãe quer conversar comigo - dei um selinho rápido nela.

Pereira: Se eu insistir, só mais um pouquinho, tu fica? - neguei e ela fechou a cara de um jeito engraçado - ai, nem nem me leva a sério, vou ficar bolada contigo, só queria você, até 1 hora.

Kyara: Eu to te levando a sério sim, agora bora levantar, se não, eu voltou a dormi.

Depois de falar muito pra ela, que depois a gente se encontrava e que agora, realmente não dava pra eu ficar, ela deixou eu sair.

Confesso que o que eu mais queria agora, era continuar deitada, mas não rola mesmo, ja levantei e fui tomar um banho, pra adiantar meu lado.

Pereira: Posso entrar ai? - colocou cabeça pra dentro do banheiro e eu tomei um susto e ela ainda riu - ta devendo?

Kyara: E tu ta vendo alguma palhaça? - negou - pode entrar, Pereira.

A mulher ja estava era sem roupa, ta? Achei que ela ja tinha se trocado, fazia era tempo,  boba sou eu! Entrou rapidinho.

Doida ela viu, continuei o que estava fazendo e ela veio cheia das graças me abraçando, me puxou pra um beijo, tava gostosinho, a água caindo entre nós duas, ela me deu um tapa na bunda e eu gemi surpresa quando ela passou os dedos pela minha intimidade.

Pereira: Queria ter tempo pra terminar isso aqui - me deu um selinho.

Kyara: Agora eu que te pergunto, não pode ficar nem mais um pouquinho? - ela negou. Fiz bico e ela riu mordendo.

Pereira: E nem você, bora terminar, que eu vou te levar.

Demos mais uns beijos e umas mão bobas, mas não passou disso, logo depois de nos trocarmos, fomos direto pra minha casa, o celular dela vibrou o caminho todo, diz ela que era os caras bolados, com ela já.

Kyara: Vai la logo - dei um selinho nela - deixa eu ir logo, sinto que vai vir muita bomba ainda.

Pereira: Qualquer coisa me liga - assenti - e ó! Eu não esqueci não viu, sexta na minha goma, não marca nada.

Kyara: Já sei Pereira - olhei com tédio e ela riu...

Nos despedimos e ela seguiu com a moto e eu fui pra minha rua, cabeça estava nas nuvens, eu tenho quase certeza que é alguma coisa da minha irmã, eu não to doida, ainda.

Cheguei em casa maior barulheira tá? Os dois pombinhos tudo acordados, com café na mesa, tudo bonitinho, eu não me aguento, ja cheguei abraçando, pedindo beijo.

Pai da Kyara: Ta com febre? Ta animada uma hora dessa...

Kyara: iiih... Me deixa em - empinei o nariz e ele riu - que foi que vocês estão com a mesa toda bonitinha?

Mãe da Kyara: Seu pai inventou, ja sabe como ele é né? E ainda mais agora...

Kyara: Ta certinho pai, tem que agradar mesmo, o senhor, nunca erra, incrível, quando eu casar, quero ter uma mulher que me trate do jeito que você trata a mãe.

Pai da Kyara: Isso mesmo, se for pra tirar minha filha debaixo do meu teto, ela tem que ser tratada três vezes melhor que já é - a minha mãe concordou.

Mãe da Kyara: Mas agora é sério, foi bom você ter vindo cedo, que ai ta tudo mais calmo, todo mundo acabou de acordar, e ta todo mundo com bastante energia.

Kyara: Quando você começa assim... - parei de fazer meu pão e olhei pra ela.

Pai da Kyara: Agora é sério filha, eu espero que você possa entender.

Mãe da Kyara: Tu sabe porque sua irmã saiu daqui - assenti - a gente conversou sobre isso e tu era menor, então não conversamos muito, mas ficamos muito mal, chateados com ela.

Kyara: Eu lembro o quanto vocês tinham ficado chateados.

Mãe da Kyara: Então, ontem ela ligou, pra conversar com a gente, explicar a situação dela - ela respirou fundo e continuou - ela ja tava sofrendo agressões, daquele cara que ela foi se ajuntar, tem um tempinho, não sabíamos de nada.

Pai da Kyara: Ela nunca chegou a comentar nada com a gente, nunca ligava, pra falar a verdade.

Mãe da Kyara: Emfim, ela disse que descobriu uma coisas dele, que ele tava traindo ela...

Minha mãe me contou tudo detalhadamente, não deixou nem um fio de cabelo passar, eu fiquei em choque, do começo ao fim, o cara maltratou minha irmã demais.

Ela estava vivendo praticamente em cárcere privado, não podia sair pra nada, que ele ja batia nela, minha mãe ja estava chorando enquanto ia me contando.

Kyara: Mas como ela vai sair de lá? Se ele deixa ela presa, como que ela vai fazer?

Pai da Kyara: Ela acabou tudo com ele, esperou ele ficar sã, pra ter uma conversa, mas mesmo assim ela ta com medo, ta na casa de uma amiga e disse que só teve coragem agora pra pedir pra voltar pra morar aqui.

Mãe da Kyara: Por isso que a gente ta tendo essa conversa contigo, entende?

Kyara: Fiquem tranquilos, eu to é preocupada com ela, a gente nunca foi próximas, mas isso ai é demais - neguei com a cabeça e eles concordaram - e quando ela vem pra cá?

Pai da Kyara: Por mim, hoje mesmo, mas ela disse que tem que resolver algumas coisas e que essa semana, consegue vir.

Terminamos o café da manhã, junto com o assunto, mas eu não deixei de pensar nas coisas que minha mãe contou.

Avisei pra Pereira, ja estava louca perguntando o que minha mãe tanto queria, falei também só por cima.

Eu sabia que não ia ter muito tempo depois que voltasse as aulas, mas a esse nível, eu nem sonhei, desculpa, não sei quando eu vou poder ser uma escritora ativa, to sendo sincera com vocês, mas vou fazer de tudo pra ta pelo menos fazendo uns capítulos
Amo vocês!

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Ligue 180 – Central de Atendimento à Mulher
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