Agatha Pereira
Muita coisa na mente, muita responsabilidade, muito peso.
Os caras estão matando pra cima de mim, pra comandar o morro, mas eu não levava o Peixão a sério, pra mim, a Ale seria a de frente de tudo...
Ale: Qual foi? Eu que perdi o pai e tu que fica refletindo ai - subiu no muto do meu lado sorrindo amarelo, com os olhos muito vermelho, por causa da maconha que ela não parava de usar.
Pereira: E só tu pode pensar é? - ela negou sorrindo - vai pra tua casa, Ale.
Ale: Não, tenho que ta pronta pra digerir, o que os de frente vao jogar pra mim, to preparada pra comandar o morro, minha cria - me abraçou de lado, toda desajeitada.
Pereira: Sexta de noite, tu jura que não quer ir pra casa, sem nada de festa pelo morro? - ela assentiu - amanhã eles tão aqui cedo.
Ale: E eu não saio daqui também.
Pereira: Tu que sabe - falei descendo do muro - eu vou ir nessa, fé ai - mandei um legal e ela só retribuiu.
Vou pra casa tomar um banho, não tem como, to a dois dias seguidos ajudando morador, to respeitando o luto da Ale e tomando a frente disso, por enquanto.
Ai que vem a proposta na mente, se você quer ser do comando, você tem que ta ligada, que o luto, ta ali diariamente se duvidar, tu não deixar ele te consumir.
Quantas família ai, não perderam pai, mãe, os parentes, mas tão seguindo. Dia seguinte, ja iam trabalhar?
Foi tomar banho e capotar na cama, nem pedi comida, estava tão casada, que isso não fez diferença.
•••
Acordei mais cedo do que deveria, é bom que eu ja boto minha cabeça no lugar.
Tomei um banho gelado pra despertar e botei qualquer roupa. O dia nem tinha clareado direito, mas eu ja estava na minha lajem fumando pra ficar mais calma.
Esse negócio de invasão é muito doideira, aqui é muito quieto, mas quando vem, eles vem na maldade.
O negócio não é só acabar com o crime, é acabar com o que eles acham errado, é por isso que muito morador morre, porque até isso, pra eles é errado, pra eles morador trabalhador, ta junto com a gente, mas eu posso afirmar, tem muitos que moram aqui, que faltam até tacar pedra, quando a gente passa na rua.
Somos vistos como lixo mesmo. Mal sabem que eu não tive uma se quer mão pra me ajudar, a não ser a do crime, é por isso que eu to nessa dai.
Terminei ali e ja piei pra padaria, se eu não comer, morro sem ter feito nada demais, tô sem me alimentar direito.
bati ponto la também e ja fui direto pra boca, esperar os de frente, ja fui avisado que eles estavam subindo.
A Ale nem deu as caras, também não vi no caminho, cada um sabe do seu, eu chamei, ela não quis arcar com a responsabilidade.
Os vapores de segurança ja ficaram no canto com o fuzil, não tem risco, mas a gente que não fica bobeando.
Eles chegaram tudo na miúda, sem segurança, sem nada, só os três, que eles avisaram que vinham.
Dantas: To ligado que vocês só tão reagindo, mas precisamos trocar um papo particular com tu - apontou com a cabeça pro seguranças e eu fiz sinal pra eles sairem - cadê a Ale?
Pereira: Até agora, não deu as caras, tava dois dias sem dormir, não deu tempo de eu procurar ela.
Nego: Mas tu não tem que ficar correndo atrás dela, não. Virou o que dela? - o Dantas olhou pra ele feio.
Pereira: Com todo respeito ai, mas além de duas parceiras no crime, eu sou amiga dela dês de cria e fui amiga do pai dela, quando eu precisei, eles estavam lá, não tem como eu fazer o que vocês querem não - cruzei os braços.
Dantas: Por isso que a gente quer você na frente, tu é leal pô. Tu acha que eu não sei que que levantava o morro era tu? Noite e dia, correndo atrás de morador, sempre vendeu bem. Quem teve a coragem de ir atrás de mim, foi tu, não foi tua parceira não.
Pereira: Eu to ligada, mas esse negócio ai de comando é por lei ja, tem que passar pra ela, ela sabe o que faz.
Dantas: E ela ta bem aqui... - eu passei a mão no rosto ja nervosa - tu sabe do teu potencial, tu merece isso aqui.
Eles ficaram falando sem parar no meu ouvido, tava me convencendo, mas não é bem assim, minha vida vai mudar muito, se eu tomar a frente.
Dantas: Bora fazer assim, te dou essa semana pra decidir, tu tem essa semana ai - assenti - até sexta, tu tem que me dar resposta, só pensa bem antes de qualquer decisão.
Ficamos conversando mais um pouco sobre a invasão, mas eles teve que ir embora. Eu acabei andando pelo morro sozinha.
Preciso logo conversar com a Kyara, independente de qualquer coisa, ela ta na minha vida, eu posso ta me arriscando muito, falando pra alguém que eu to a pouco tempo, mas eu espero que ela me ajude.
MARATONA 4/5
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INDESTRUTÍVEL (Romance Safico)
Fanfiction𝐑𝐉-𝐑𝐨𝐜𝐢𝐧𝐡𝐚 "Eu a amo! Mas será que realmente vale a pena lutar, por alguém que te machuca todos os dias?" Essa fic conta a história da Agatha pereira e Kyara Santos, duas mulheres realmente incríveis, mas eu não diria que isso representa o...