INDESTRUTÍVEL (Romance Safico)

cap 12

Kyara Santos

Mariana: Fala o que tu quer falar, Kyara - olhei pra ela me fingindo e bebi um gole do café.

Kyara: Você está feliz? - ela desviou o olhar - em?

Mariana: Tô Kyara, que pergunta mais besta, se eu não tivesse, tu acha que eu estaria aqui? - dei de ombros - tá parecendo minha mãe.

Kyara: A gente tá preocupada com você Mariana, em pouco tempo que vocês estão morando juntos, tu já está se prendendo entende? - ela assentiu - eu não sei se é ele, que fala pra tu ficar em casa, não sei se é você mesmo, mas isso não está certo.

Mariana: Kyara eu escolhi essa vida, eu me sinto na obrigação de cuidar de tudo da casa, eu tenho uma vida de casada agora.

Kyara: Mas ele te obriga? Tu não tá indo nem pra escola - falei gesticulando.

Mariana: Não é que ele me obriga, mas ele fala, e na razão, ele que me sustenta né - deu de ombro se levantando da mesa.

Kyara: Não é assim Mariana, tua mãe te sustentava e nem por isso tu obedecia, abre teu olho, é cárcere privado agora é? - ela deu de ombros - eu quero ver tu na escola, tá com faltas demais já.

Mariana: Eu vou ver direitinho com ele, vou conversar, aí eu vou sim - assenti - e para de me dar esporro, eu sou a mais velha - jogou o pano em mim - como anda tuas saídas com a Pereira?

Kyara: Saídas não, saída - ela olhou pra mim com dúvida - só foi uma vez, a gente tá trocando uma idéia, mas nada demais, ela lá e eu cá, só é um flerte mesmo.

Mariana: Achei que vocês tinham saído mais vezes - neguei - mas pelo o que tu me falou, daquela vez foi bom - sorriu safada.

Kyara: Depois dessa vou até pra casa - ela continuou me olhando com aquela cara- tu precisa da minha ajuda? - ela negou.

Mariana: Tá tranquilo, não tem tanta coisa pra fazer.

Me despedi dela e vim embora pra casa, mas naquelas né, minha cabeça continuou lá, eu tenho medo de que ele comece a bater nela, ela é muito bestinha pra isso.

Mariana é besta pra tudo quando o assunto é homem, se ela ama realmente, ela começa a deixar a pessoa pisar, sem hora de parar, mas não é assim que funciona, e eu vou estar aqui com ela, até que ela enxergue.

Voltei pra casa e minha mãe ja estava dormindo, nem fiz barulho, só me aninhei a ela e dormi agarradinha, amo esse colo.

Acordei com uma gritaria, morar em favela é fácil não viu, nem dia de semana eles perdoam, nem sei quanto tempo eu dormi, minha mãe já nem tá na cama eu tô parecendo um zumbi, capotei real.

Peguei meu celular, só pra ver umas mensagens, mas eu não consigo, entrei em outros lugares e não parei de mexer, é assim, sempre, por isso perco a hora de tudo.

Confirmei com a mulher das tranças, vou colocar depois de muito tempo, só não gostei do horário né, é fazer e já correr pro trabalho, aí eu com meu cabelo limpinho, vou ficar naquele lugar, com aquele cheiro forte.

Mãe da Kyara: Achei que tu ainda tava dormindo - apareceu na porta do quarto, me dando um susto.

Kyara: Caralho mãe - botei a mão no peito e ela me olhou repreendendo - foi mal, mas tu quer me matar? É só falar.