Rafe e Angel se conhecem desde a infância, mas o que a Angel não sabe é que Rafe a conhece um pouco mais. Amor platônico, enemies to lovers, caça ou ouro. E também momentos de afiliação e relaxamento te esperam nesse livro.
Em meio a novas amizades...
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ANGEL
Já estávamos nos aproximando da minha rua e eu ainda tentava me desvencilhar dos braços de Rafe. Vim desde à praia dando cotoveladas, socos e puxões de orelha nele, que continuava inerte. Se ele não estivesse andando podia jurar que tinha virado uma pedra. Eu já estava cansada de tentar sair, quando perguntei.
— Porque está me trazendo de volta? — Ele não respondeu, resolvi insistir — Nós nem somos amigos, você não tá encarregado de me proteger, está agindo como se se importasse só pra me provar algo?
— Não tenho necessidade de te provar nada... — Ele disse ainda olhando para frente — mas não me perdoaria se algo acontecesse com você, por isso te tirei de lá.
— Eu sei me cuidar — Respondo friamente.
— Sei que sabe, mas ainda assim é imprudente — Rafe disse em um resmungo, logo ele queria falar de imprudência?
— Olha quem fala.
— Não consegue simplesmente dizer obrigado? — Ele soou desacreditado.
— Obrigada meu salvador, não sei o que teria feito sem você — Disse com a voz carregada de ironia.
— Você é tão idiota quanto o seu irmão, sabia? — Rafe continuava com a importunação desnecessária.
— Damas em perigo são sempre idiotas...AIII.
A minha última ironia foi selada no chão, quando Rafe passou numa poça de limo e escorregou nela. Eu estava coberta de limo, poeira de rua e ainda por cima caída por cima dos braços dele. Que por sua vez também estava sujo, o gel do cabelo dele agora era limo e tinha alguns fios do meu grudados no rosto dele.
Estávamos em silêncio a digerir o que aconteceu, quando Rafe começou a rir com uma criança. Literalmente. Mantive minha postura irritada por poucos segundos até que foi impossível resistir ao dentes pontiagudos e extremamente brancos que sorriam sem parar. Nunca o tinha visto assim. Parecia alegre. E era extremamente lindo.
— Que sorte a nossa. — Ele disse recuperando o fôlego ainda por entre as risadas abafadas.
— É, que sorte — Estávamos rindo um pro outro quando me toquei de que os sorrisos estavam se tornando mais próximos a medida que nos olhávamos. Rafe não parecia se importar — Eu vou...é...
Me levantei escorregando um pouco as mãos no asfalto mas num instante estava de pé e longe da sensação esquisita de gostar de estar naquela posição, naquela proximidade, tudo com o Rafe Cameron. Esfreguei as mãos na camisa de JJ que agora estava ainda mais podre.
— Você está bem, Angel? — Rafe disse enquanto se levantava. A camisa curta que ele usava subiu sobre seu abdômen conforme ele se erguia, desviei o olhar na tentativa de disfarçar a minha cara de mulher impressionada que parecia nunca ter visto um abdômen na vida.
