I hate u, I love you • Rafe Cameron

Na sua.

ANGEL

—É sério eu morri de vergonha tá, nunca mais faça isso?—Disse rindo para Nate, que me encarava com um olhar de deboche.

Ele decidiu me trazer em casa caminhando, estávamos quase chegando e eu sinceramente a cada esquina, pedia pra que esse momento não acabasse.

—Você é sempre tão modesta?—Ele perguntou sem acreditar.

—Não é isso...quer dizer eu sei que sou boa, mas só não quero ficar por aí cantando em público.—Falei cruzando os braços pelo frio.

Nate percebeu meu gesto e se aproximou, envolvendo seu braço ao redor do meu corpo. Estávamos cara a cara agora.

—Não tem que ter vergonha por ser boa, sério, se eu fosse assim já teria largado o futebol e estaria me dedicando só a bateria.

—Agora quem está sendo modesto é você, já vi tocar e você é foda, eu largaria o futebol sem nem pensar...—gesticulei levantando as mãos sem acreditar.

—Não é tão fácil assim.—Seu tom soou desanimado.

—Porque não?—Quase tinha hesitado em perguntar, mas a curiosidade falou mais alto.

—O meu pai, ele não curte minha música...coisa de vagabundo segundo ele.—Arquei as sobrancelhas fazendo cara de nojo.—É kkkk, é assim mesmo.—Nate disse após perceber minha expressão.—E pra completar ele estudou na Colômbia, uma das melhores escolas com programa de futebol. Eu disse que iria se ele deixasse eu estudar música por 6 meses, e aqui estou eu.

—Vai pra Colômbia?—Falei meio indignada, ele balançou a cabeça simbolizando um sim.—Porque as pessoas sempre fazem tudo que os pais querem?—Pensei ter dito em pensamento mas minhas palavras foram altas.

—O que?

—Nada, é que você me lembra alguém.—Eu evitava tanto trazer ele a minha mente quando estava descontraindo, mas as vezes era impossível. Rafe fez tudo que Ward quis, e olha o que isso causou. Temo por Nate.

—Sério? Deve ser uma pessoa incrível, porque eu sou incrível.—Nate disse com um sorrisinho de canto.

—Exibido.

—Mas quem era a pessoa?—Eu não imaginava que ele fosse insistir no assunto, mas isso era óbvio. Angel burra!!

—Humm...—fiquei enrolando um pouco, eu não queria falar do meu ex agora, ainda mais devido as circunstâncias de como tudo acabou.—Ele era um amigo, nós conhecíamos desde a infância e nesse ano antes de eu vir pra cá nos reaproximamos, e bom...eu...eu realmente não quero falar sobre isso agora.

—Tudo bem eu entendo,passado difícil né?

—Você não tem ideia.

Conversamos tanto que eu nem tinha percebido, já estávamos na frente da minha casinha. Com o tempo eu perdi o medo de que Nate, Lizzie e qualquer pessoa em Nassau soubessem onde eu moro, acho que eu só estava traumatizada demais nos primeiros dias.

—Ta entregue, sã e salva.—Nate disse me olhando de cima a baixo.

—Obrigada pelo gol, pela noite no pub, por ter me trazido até aqui e pelas conversas, tem sido maravilhoso ter você Nate.—Falei colocando as mãos pra trás, eu estava envergonhada.