I hate u, I love you • Rafe Cameron

Uma outra vida.

Recomendo que ouçam Carnival of The Animals: The Swan.

ANGEL

Acordei com aquela severa e avassaladora vontade de fazer xixi, já era 5 vez desde que eu me deitei, e agora o sol já estava nascendo. Eu não vejo a hora de finalmente me livrar dessa coisa, quero que ela saia logo ou meus órgãos vão se esmagar ainda mais, até que a bexiga finalmente exploda.

Nunca pensei que estar no início dos 7 meses seria tão difícil, fazem alguns dias desde que passamos desse estágio, já não era fácil tentar esconder a barriga e agora ficou pior ainda. Estava dando desculpas aos meus amigos, porque sair com 3 moletons no calor de Outerbanks seria estranho até mesmo pra eles.

Disse que estava doente. O JJ foi relutante e insistiu em vir me ver, mas eu desconversei. Kie disse que conhecia uma erva maravilhosa e que o chá dela me faria sentir melhor, boldo. Sarah ainda estava se recuperando do que viu.

E Rafe, tinha sido solto. Ward alegou que tinha sido ele o autor de todos os crimes, então as acusações contra Rafe não valiam de nada para mantê-lo lá. Meus amigos ficaram extremamente tristes, eu queria sentir o mesmo, mas meu coração se acalentou quando soube que ele estava fora.

O amor é mesmo imprudente. Transcende tempo, espaço e até mesmo coisas que seriam imperdoáveis, se tornam fáceis de perdoar. Contudo, eu me manteria distante, assim eu poderia perdoa-lo de longe, de um jeito em que eu não me machucaria e nem a coisa.

Eu precisava ser forte, a fraqueza nunca levou ninguém a lugar nenhum.

Nos últimos dias em casa eu pensei em Nate, sentia falta de ser honesta com ele e ser ouvida, sem julgamentos. Sentia falta de sua sensibilidade, de todas as vezes em que ele abriu a porta do carro e de todas as vezes que ele disse que eu estava bonita.

Porém eu nunca o entendi, e eu tendo a temer o que não entendo.

Por mais que Nate fosse perfeito, ele jamais seria a coisa complicada que sem esforço algum da minha parte, eu entendia complemente. Nós nos entendíamos.

E estranhamente o sentimento de falta preencheu o meu peito. Senti falta do dia no druthers e depois da nossa briga na chuva, senti falta de chamar o nome dele durante os meus pesadelos no meio da noite, porque eu sabia que tudo que eu queria era ele, e acima de tudo eu sentia falta de amá-lo. Ardentemente.

E por mais que o meu cérebro, a minha parte racional tentasse entender Nate, para que eu pudesse finalmente ser dele...não daria...acho que o coração humano é mais forte do que podemos imaginar.

— Angel. — Me assustei quando Topper bateu na porta, chamando por mim. — Posso entrar? — Só me dei conta de que estava chorando quando me assustei.

— Pode sim. — Passei a manga do moletom rapidamente secando as lágrimas. Topper abriu a porta quase que imediatamente.

— Tá se sentindo melhor? — Ele disse se referindo a minha cena na noite passada, onde vomitei todo o peixe. Apenas balancei a cabeça em um sim. — Pensei que fosse a comida horrível que a mamãe faz, mas aí lembrei do bebê.

— Já disse pra não chamar de bebê. — Falei o advertindo. Ele sabia que eu não gostava de tratar a coisa como se fôssemos mantê-la. Ele precisava desapegar.