Namorada.

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Tirei as canetas de um dos meus milhares potes na escrivaninha, enchi com água e coloquei a pequena flor ali na bancada do banheiro. Retornei para o quarto, e Rafe estava na minha frente.

Recomendo que ouçam The Only Exception-Paramore

—Bom, agora ela está sã e salva.—Falei, olhando para o mesmo, que parecia nervoso.

—Eu vim aqui porque precisava te perguntar algo...—Rafe disse pegando nas minhas mãos, e me levando até a cama.

—Estou te ouvindo.—Falei me sentando, pude ver seu rosto ficando vermelho.

—Gosto de você e você ja sabe disso, agora preciso saber se também gosta de mim?—Rafe disse mordendo o lábio inferior, ele não parava de balançar as pernas.

Fiquei encarando o mesmo pensando numa resposta, isso tinha me pegado de surpresa. Pude ouvir a voz da minha mãe na minha cabeça e o pequeno trecho que escrevia minutos atrás, ecoar nos meus ouvidos. Sabia, o que precisava dizer.

—Eu também gosto de você Rafe.—Falei, e o mesmo fechou os olhos na hora suspirando aliviado. Rafe colou nossas testas e eu pude vê-lo sorrir.

—Nunca mais me assuste daquele jeito, tá bom?—Rafe disse colocando as duas mãos no meu rosto. Eu apenas assenti com a cabeça, sentindo o calor de seus dedos no meu rosto.

—Veio aqui só pra perguntar isso?—Falei e Rafe se recompôs, ele se afastou um pouco.

—Não...eu quero que...—Rafe deu um tapinha em sua coxa, molhou os lábios com a língua e retornou a tentar falar.—Eu tive muito medo de te perder e eu pensei que se você tivesse ido pra sempre, eu não te veria mais, eu teria aproveitado meus últimos momentos com você e estaríamos brigando.—Rafe se levantou passando a mão nos cabelos, ele começou a andar de um lado pro outro.

—Eu tô aqui agora, e eu não vou a lugar nenhum.—Falei, indo atrás do mesmo. O abracei pelas costas, e pude sentir sua respiração relaxar.

—Quero que seja minha...quero que seja minha namorada.—Soltei meus braços de sua costas e o mesmo se virou rapidamente, pude ver seu olhar apreensivo.—Diz que sim, porque eu tô quase tendo um ataque aqui.—Rafe disse apontando para si mesmo e eu soltei um risinho.

—Acho que sempre fui sua.—Falei baixinho e o mesmo segurou meus braços.

—Sério? Não é uma das suas brincadeiras provocativas, ou o seu sensor de humor horrível em horas erradas?—Rafe disse.

—Não, é sério.—Falei e o mesmo me abraçou, Rafe tirou meu corpo do chão e eu senti o mesmo me girar por todo quarto. Caímos juntos na cama.—Mas precisa me prometer algo.

—Qualquer coisa.—Rafe disse sorridente.

—Não quero ver você com nenhuma droga.—Falei e o sorriso do mesmo sumiu, Rafe fechou os olhos.

—Tudo bem, posso fazer isso.—O mesmo disse alisando os cabelos.

Ficamos ali olhando um para o outro, mais uma vez o silencia era confortável e eu acariciava os cabelos de Rafe. Ele era tão bonito.

—Angel, jantar agora.—Minha mãe disse adentrando o quarto, Rafe levantou num pulo da cama e eu continuei ali.—Ah não sabia que você estava aqui.—Minha mãe disse sem graça.

—Eu já vou descer mamãe.—Disse me levantando da cama.

—Rafe fica conosco pro jantar?—Minha mãe perguntou sorridente, ela parecia entusiasmada com a presença de Rafe. O mesmo estava vermelho.

—Angel, cadê a minha camisa azul...—Topper adentrou rapidamente no quarto.—Ja disse pra devolver minhas coisas quando...Rafe.—Topper disse olhando pra Rafe, que sorriu sem mostrar os dentes pro mesmo.

—Que ótima reunião em família.—Falei, indo em direção a minha mãe, coloquei a mão em seus ombros.—Mamãe já vou descer e Topper não sei onde está sua camisa.—Disse e o mesmo me olhou bravo.

—Não deu pra ele né?—Topper disse apontando para Rafe.

—Nossa como você é chato, eu vou procurar essa merda agora.—Falei, indo em direção a pilha de roupas na minha cadeira.

—Bom Rafe, vou te salvar dessa discussão de irmãos...me ajuda na cozinha?—Olhei para Rafe e vi o mesmo assentir por educação, já que sua cara esboçava desespero. Minha mãe foi arrastando ele pra fora do quarto.

—Topper eu já disse que tô procurando...—Falei quando vi o mesmo vindo na minha direção.

—Ta ta não importa, preciso te falar algo...—O mesmo disse balançando a cabeça.

—Agora importa sim, você encheu o saco e agora não quer.—Falei puta.

—O que Rafe estava fazendo aqui?

—Estávamos transando loucamente.—Falei jogando a camisa azul na cara dele.

—Que nojo.—Topper disse segurando a camisa com os dedinhos, igual um mariquinha.

—Deseja mais alguma coisa? Ou eu posso descer?—Falei indo em direção as escadas, quando ouvi o mesmo me questionar sobre seu novo fone de ouvido que tinha sumido.

—Você devia por um gps nas suas coisas.—Falei dando língua para o mesmo.

—Devia por na ladra da casa.—Topper disse e eu virei os olhos indo em direção a cozinha. Me sentei na mesa, e pude ver Rafe ali conversando algo com minha mãe. Ele queria fugir do papo, pela cara dava pra ver.

—Acharam a blusa?—Minha mãe perguntou assim que notou nossa presença.

—Sim, e está um trapo...ela sempre estraga minhas coisas.—Topper disse parecendo um bebê chorão.

—Você tem 300 iguais a essa, para de ser encrenqueiro.—Falei espetando as batatas na mesa.

—Eu e Sarah brigávamos assim o tempo...QUANDO ÉRAMOS CRIANÇAS.—Rafe disse dando ênfase na última frase, automaticamente eu e Topper nos viramos pra ele, com o mesmo olhar.

—Olha só quem fala...—Eu e Topper falamos em uníssono.

—Bom, acho que devemos comer agora...Angel filha prove o chuchu e Topper você também.

—Isso faz parte da dieta do hospital?—Falei para minha mãe que assentiu.—Eca, eu não quero isso.

—Agora vamos ter que comer o que Angel comer? O castigo é pra todos DEUS?—Topper disse colocando as mãos pro alto, como uma súplica.

—Valeu pelo convite, mas tenho que ir.—Rafe disse após olhar seu celular. Ele deu a volta na mesa danos um beijinho na minha testa.

—Mas você nem comeu nada.—Minha mãe disse.

—Te levo até o portão.—Falei me levantando mas Rafe me impediu.

—Precisa descansar, eu já vou indo.—Rafe saiu com pressa, ele deu um toque na mão de Topper e finalmente foi.

Não tive a chance de falar com ele sobre tudo lá em cima, devido à interrupção da minha família. Dei um sorriso ao lembrar que agora eu era uma moça comprometida, com o Rafe.

Sei que pra muitos ele jamais seria considerado o garoto perfeito, tipo os dos livros que são sempre príncipes sem nenhum defeito, ele tinha defeitos mas todos pareciam perfeitos até demais para mim. Eu achava Rafe, perfeito.

O jantar foi tranquilo, e pela primeira vez conversamos todo o momento, minha mãe não estava no celular e sim dando atenção para mim e Topper. Pude ver uma criança feliz no rosto de Topper, ele sempre se sentiu tão rejeitado.

Terminamos o jantar e fomos para sala, assistir um filme. Me sentei ao lado da minha mãe e Topper deitou em suas pernas, ela alisava seus cabelos loiros.

O dia estava perfeito, só faltava ele aqui, eu tô apegada demais.

...

I hate u, I love you • Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora