Crush.

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ANGEL

Essa situação já estava fugindo do meu controle, eu nem mesmo sabia se ainda tinha um.

A verdade é que Rafe se infiltrou na minha vida, pelas beiras, pelos cantos, escondido nas sombras e aqui está ele.

No início achei que viria como um amigo, com alguém sozinho que só queria se aproximar ou até mesmo se aproveitar da irmã introvertida do melhor amigo, mas não.

Ele veio como um dia de chuva, com o sol sumindo aos poucos dando espaço para nuvens carregadas que junto com o por do sol se tornam belas, mas quando o mesmo se vai e o trovão chega, a catástrofe aparece.

Eu não tinha mais momentos tranquilos desde que Rafe tinha tomado o meu coração para si, sim tomado, com seu jeito possessivo que eu tentava evitar ou fingir, eu já tinha entregado tudo de mim para ele.

Fosse para destruir ou para amar.

—Deveríamos ter levar num médico, esse roxo na costela parece sério.—Falei enquanto passava a gase pelo corte na lateral do abdômen, Rafe só me encarava.

—Eu vou ficar, já levei surras piores.—Ele disse leve, como se não houvesse peso algum na frase.

—Eu não vou nem perguntar...—falei respirando fundo.

Dei uma olhada rápida pela parede do quarto, ele tinha milhares de coisas penduradas, discos de rock, chaveiros estranhos e fotos, uma era estranhamente familiar mas eu não conseguia enxergar direito daqui.

—Só um segundo.—Falei me levantando indo em direção a parede.

—Isso é particular sabia?—Rafe disse batendo nas coxas.

—Acredite eu sou mestre em deixar coisas particulares escondidas e pendurar numa parede...hmm não é o melhor lugar.—Falei balançando a cabeça na direção do mesmo, que bufou.

—Olha só isso...—falei encarando a foto, era eu. Nos meus 16 anos ao lado de Rafe, nos sorriamos um para o outro. Fechei os olhos tentando fazer essa memória vir para minha cabeça e me lembrei.

Flashback on

—Eu acho o Josh uma graça, se ele me olhasse seria melhor ainda.—Carol disse, ela era uma amiga da escola e pra ser sincera nem éramos próximas.

A ideia dessa festa foi da minha mãe e mais uma vez a maioria desses convidados, desses adolescentes da minha escola eu nem conhecia, mas precisava manter as aparências de que era popular e estava bem.

Não podia fraquejar um segundo que a morte do meu pai ainda me assolava, porque a aparência era tudo para minha mãe.

—Topper não para de te olhar Sarah.—Anne disse cutucando a menina loira que eu conhecia desde pequena.

—Ele é meio fofo né.—Sarah disse e percebi seu olhar para o meu irmão mais novo, ele percebeu os olhares em sua direção e sorriu.

—E quanto a você Angel, achou alguém bonito?—Ouvi a pergunta e como ela era idiota.

—Bom...sla...não tô com tempo pra observar garotos.—Falei baixo.

—Ah qual é, não é possível que você não ache ninguém aqui bonito.—Carol disse alto.—E se a gente fizer um desafio.—A morena disse cruzando os braços.

—De que tipo?—Falei tentando fingir animação.

—Eu te desafio...hmmm deixa eu eu ver...aaaa tirar uma foto com o garoto mais bonito da festa.—A morena disse levantando as sobrancelhas, como se tivesse feito algo grandioso.

I hate u, I love you • Rafe Cameron Onde histórias criam vida. Descubra agora