RAINHA CONSORTE

º ● Capitulo 84 ● º

◤POR CELINE◢

"O Rei está morto!"

O anúncio se repetia em minha mente sucessivamente, calando qualquer pensamento ou lembrança que tentasse invadir meu pensamento. As emoções dentro de mim também pareciam mortas. Eu não sentia nada. Tudo era vazio, dor, tristeza e angustia.

- Ma'am, o primeiro-ministro está aqui para vê-la.

Ishmael se afastou para abrir as portas duplas do gabinete enquanto eu tentava parecer uma rainha dignamente enlutada.

- Majestade! - o primeiro-ministro me reverenciou - Vim prestar minha solidariedade, senhora. Não imagino o tamanho da sua dor. 

- Obrigada! Sente-se! - apontei um assento.

- Já se tem alguma ideia do que aconteceu?

- Não estou atualizada sobre os últimos passos das investigações. O príncipe-regente está a frente de tudo. Como pode imaginar, não poderia fazer muita coisa nesse estado.

- E pensar em que em algumas semanas estaríamos todos comemorando a chegada do herdeiro do trono. Um marco na história de Concórdia, que espera por esse momento há anos.

- Concórdia terá um herdeiro. Isso eu posso garantir.

As lágrimas ameaçaram transbordar dos meus olhos, ao imaginar que meu filho nasceria sem o pai. Arthur e eu fizemos tantos planos para a chegada do nosso primeiro filho. Estaríamos longe de Concórdia, tudo estaria estabilizado e em seu devido lugar. Como a vida é efêmera, como os planos podem ser interrompidos sem um sinal ou aviso.

- Ma'am, sinto que precisamos tratar de um assunto, que é de seu total interesse. Embora a situação não seja apropriada, não podemos deixar o reino à deriva, precisamos tomar as medidas cabíveis e de acordo com a lei.

- Sim. E qual o assunto?

- A sua ascensão. Como esposa do rei e mãe do futuro herdeiro, é seu dever assumir o comando do reino até que o herdeiro esteja pronto e na idade para governar. Após o sepultamento do rei e dos dias de luto, o parlamento irá propor a ascensão. Caso a senhora deseja abdicar em favor do príncipe-regente ou da rainha-mãe, precisa informar ao gabinete em tempo hábil para que a abdicação seja promulgada.

- Arthur tinha muitos projetos em andamento, alguns não são de conhecimento do meu cunhado. Não acredito que a rainha-mãe terá condições de comandar o reino; sabemos de seu apresso pelo filho e, apesar disso, os súditos não a vem com bons olhos. 

- Isso quer dizer que...

- Vou ascender. Em nome de tudo o que Arthur sonhou para esse reino e do amor que tinha por ele. Serei a Rainha!

- Sabia decisão, senhora! 

Uma interrupção bem-vinda evitou que minhas emoções fossem expostas ao primeiro-ministro. Respirei fundo, ciente de que estava fazendo a coisa certa. Arthur tinha me pedido que ajudasse no processo de transição e preparasse Frederich para saber toda a verdade. Eu cumpriria nosso acordo, mesmo que para isso, eu tivesse que enfrentar desafios difíceis.

- Senhora, a soberana da Inglaterra está na linha. - uma das assessoras do palácio avisou.

- Vou atender. Obrigada. - levantei e estendi a mão para o primeiro-ministro - Se não for contra os protocolos, gostaria que minha decisão ficasse entre nós e, somente fosse comunicada no tempo oportuno.

- Como quiser. Majestade. - ele fez a reverência e saiu.

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