🥈2° Lugar no Concurso "Mystic Queen" do Projeto Místico (Wattpad).
"Ela herdará um reino que não era seu. E um amor que lhe será negado."
A vida das gêmeas Celine e Celeste está prestes a mudar completamente. Inseparáveis desde a trágica morte de s...
Fiz meu desjejum em companhia de Madeleine e da rainha-mãe. Procurei me sentar o mais afastado possível das duas e evitar as provocações e indiretas que eram mais que costumeiras quando eu estava presente nas refeições familiares.
Madeleine se retirou algum tempo depois de terminar sua segunda xícara de café. Ficando somente eu e a rainha a mesa.
- Já está de saída?
- Sim! - respondi depois de me certificar de que Cordélia estava realmente me dirigindo a palavra.
- Quase não nos falamos durante a sua estadia. Foi proposital ou acaso do destino?
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Pousei os talheres sobre o prato e apoiei ambas as mãos em minhas coxas, olhando para ela um pouco de lado. Ela parecia disposta a travar uma discussão comigo, nos instantes antecedentes à minha partida.
- Faz diferença para você? - ela meneou a cabeça indicando que não - Então, escolha a resposta que se adequar melhor à sua necessidade.
- Frederich, você está diferente, evitando provocações, calado, sutil... Por acaso, está pensando reivindicar seu direito a sucessão, depois de sua promoção militar?
Ali estava o motivo pelo qual ela puxou assunto comigo. Estava preocupada pois sabia que, como General do Exército, na ausência do rei, eu seria o comandante em chefe. De acordo com as leis da Quadra, somente alguém com alta patente nas forças armadas poderia assumir o comando do reino caso o rei precisasse sair do trono, por qualquer motivo que fosse. Com a aproximação do casamento de Arthur, Cordélia estava especialmente preocupada com minha ascensão ao trono durante o período das núpcias.
- Acho que não será preciso - limpei a boca com o guardanapo e o pousei sobre a mesa indicando o final da minha refeição - Sou a segunda pessoa de Sua Majestade no comando do reino. E, se realmente houver uma possibilidade de suceder Arthur, o parlamento tem a função de nomear um herdeiro legitimo. - afastei a cadeira e me levantei - Parece que agora seu documento de abdicação não vai ter validade, mamãe.
Olhei dentro da profundidade azul de seus olhos, que agora pareciam um inferno em chamas, enquanto enfatizava nosso grau de parentesco. Precisei controlar o riso, para não lhe dar satisfação do quanto me divertia vendo-a controlar sua fúria. O esforço era tão grande que a xicara em sua mão balançava freneticamente, como se Concórdia estivesse sendo assolada por um terremoto.
- Você tinha conhecimento disso, não é? Esse tempo todo, você arquitetou e se preparou para tomar meu trono. Se cercou de leis e privilégios. - ela pousou a xícara lentamente e então se levantou também, amparando-se com as duas mãos sobre a mesa - Mas eu te digo que, caso esse dia infeliz chegue, você não viverá muitas horas para se sentir um soberano.
- Qual seu real medo Cordélia? Que eu seja rei ou que eu seja melhor que seu filhinho? - me aproximei dela e nossos olhares ficaram a centímetros de distância - Ou será que você tem medo de não ter mais o poder? De não ter mais uma marionete, que você diz: Vai! Vem! E está lá fazendo o que você quer. O que você realmente teme?
