º ● Capitulo 18 ● º

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POR CELESTE

Na manhã seguinte, estava na cozinha, contanto a Rashard sobre a festa que tencionava fazer para comemorar meu aniversário e de Celine. As ideias fluíam livres e animadas, o clima de festa começava a tomar conta do ambiente, então Frederich apareceu. E a simples constatação de presença foi o suficiente para fazer meu coração acelerar.

- Senhorita Verditte, tem um minuto? - expressou-se livre de qualquer conveniência

Sua educação forçada só não era pior que a tentativa de gentileza. Revirei os olhos e enxuguei as mãos num pano de pratos que estava por perto.

- Eu volto logo Rashard - segui na direção da saída da cozinha, passando por ele a tempo de receber seu olhar surpreso.

Atravessei o refeitório andando na frente e com passos largos. Minha tentativa era ficar bem distante dele durante todo o trajeto, mas cada dois passos meus era um dele.

Uma vez do lado de fora, estaquei a poucos metros do refeitório, a uma distância segura de Frederich e de ouvidos curiosos.

- Um minuto - cruzei os braços e olhei por cima da cabeça dele, admitindo para mim mesma que se olhasse em seus olhos, seria derrotada.

- As coisas por aqui estão avançando. E pelo andar da carruagem, vamos deixar Pandora antes do prazo previsto. - só de ouvir sua voz, meu interior já se removia.

Aquilo era uma tortura. Me irritava profundamente o fato de que eu era completamente vulnerável, quando o assunto era Frederich. A parte complicada era fingir indiferença, quando eu queria mesmo era pular no pescoço dele e desfazer aquela linha fina que ele fazia com os lábios, e sugá-los até que eles estivessem vermelhos como sangue. Para depois me satisfazer com seu corpo, em qualquer canto daquele acampamento, como se fossemos selvagens.

"Ao diabo com tudo isso. Eu nunca mais terminaria uma conversa com Frederich, debaixo dele."

- E? - mantive os olhos distantes dos dele

- E, que se for assim, gostaria de cumprir pelo menos um dos tratos que fiz com você. - ele também cruzou os braços.

"Filho da puta!"

- Que seria? - apoiei-me em uma das minhas pernas.

- Você cantar no acampamento. Eu não esqueci - ele baixou a cabeça e eu me permiti olhar para ele.

- E quando seria? - minha aparente calma conseguiu ser expressa claramente através da minha voz. Mas por dentro, eu era um vulcão entrando em atividade.

- Soube que semana que vem é seu aniversário. Poderíamos fazer uma comem...

- Já tenho compromisso, Capitão. Obrigada! - o interrompi, mas já era tarde demais. Nossos olhos se encontraram, e então estava tudo ali, de novo, me rondando.

- Então diga quando quer. - ele me respondeu rispidamente, as sobrancelhas erguidas anunciando sua impaciência.

- Quem veio cumprir uma promessa foi você. Escolha o dia e me comunique. Aliás, foi isso que você disse que faria. Então...

- Tudo bem - ele soltou os braços e rosnou - Um dia antes da retirada das tropas. Eu faço você saber o dia.

Ele se retirou e eu me senti vazia. Ele nem ao menos tinha demostrado qualquer interesse, me provocado. Senti-me perdida no meio daquele monte de tendas e pessoas transitando. E com uma enorme saudade de ser carregada sobre os ombros e arrastada para o paiol.

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Concórdia.

RAINHA CONSORTEOnde histórias criam vida. Descubra agora