◤POR FREDERICH◢
Levei algum tempo para me dar conta de que o barulho do telefone que tocava, não fazia parte do meu sonho. Eu ainda sentia os efeitos colaterais das várias cervejas que havia ingerido, sozinho, na noite anterior, enquanto assistia alguns filmes de ação.
- Frederich! - atendi o maldito aparelho que não parava de tocar.
- Onde está Celine?
Deixei o telefone cair sobre o travesseiro enquanto eu soltava uma longa lufada de ar e me preparava psicologicamente para conversar com Arthur antes das dez da manhã.
- Em Concórdia. Onde mais? - respondi com calculada frieza.
- Você e eu sabemos que quem está aqui não é Celine. Então me poupe o trabalho de ir até Sosseleine e arrancar a verdade de você, usando meus próprios métodos.
- Hum... Verdade? Esses métodos, por acaso, são os mesmos que você usava a vinte anos? - sentei-me apoiando os pés no chão e continuei com as insinuações - Se for, não estou interessado.
- Frederich, eu não estou com humor para suas indiretas. - ele parecia falar entre os dentes e realmente irritado.
- Azar o seu. O meu humor está ótimo. Estou de novo em casa, na minha cama e logo mais estarei nos braços de uma linda moça, que me tratará muito bem. - respondi com todo o sarcasmo que pude e aproveitei para fazer mais uma provocação - Se encontrar Celine, por favor lhe estenda minhas lembranças. Passe bem Arthur.
Encerrei a ligação e joguei-me novamente sobre a cama, rindo alto e tanto, a ponto de soluçar.
"Foram necessários 29 anos e oito meses para eu começar fazer você me pagar, 'imão'"
✤
Mais tarde, enquanto eu tomava o café da manhã, notei que Celine ainda não havia descido. Perguntei a um dos funcionários sobre ela, e a informação que tive foi de que ainda não havia despertado. Considerando as emoções do dia anterior e todo o cansaço, achei melhor deixá-la dormir o quanto quisesse.
Pensei em lhe fazer algum agrado, diante de todo o drama que estava vivendo. E que, em parte, eu era o responsável. Afinal, estava usando-a para vingar-me do rei. Não que me orgulhasse do que estava fazendo, mas contando o período de tempo que passou, sem qualquer sinal de retaliação de minha parte, eu considerei que merecia uma revanche. Mesmo que fosse por pouco tempo.
Só havia uma pessoa que poderia me ajudar na missão de gratificar a senhorita Celina. Por isso, aproveitei para ligar para minha velha amiga e pedir informações sobre que presente comprar para minha tímida hospede.
- Você está querendo impressionar uma mulher Fredie? Posso saber quem é a felizarda? - ela me perguntou incrédula enquanto sorria.
- Não debocha Maddie. Só estou querendo ser legal com a garota. Ela já passou por bons maus bocados.
- Frederich, quando foi que você resolveu ser um príncipe encantado? Essa função já foi preenchida por Arthur.
Ela sabia ser irônica e ferina quando queria. E colocar-me abaixo de meu irmão era sua provocação favorita.
- Não acho. Afinal de contas, ele ainda está solteiro. Os encantados casam-se logo com as princesas. - aproveitei para alfinetar também - Você não foi competente o suficiente para arrastá-lo para o altar.
- Porque casar-me com Arthur é uma medida diplomática. Sabe que eu gostaria de me casar com um outro membro da Família Real Concórdiana.
E lá vinha ela de novo com aquele papo para cima de mim. Eu adorava Madeleine, era uma ótima amiga, exceto quando começava a falar de seus sentimentos por mim.
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RAINHA CONSORTE
Romance🥈2° Lugar no Concurso "Mystic Queen" do Projeto Místico (Wattpad). "Ela herdará um reino que não era seu. E um amor que lhe será negado." A vida das gêmeas Celine e Celeste está prestes a mudar completamente. Inseparáveis desde a trágica morte de s...