◤POR CELINE◢
A prova para ingressar na faculdade aconteceria em algumas semanas.
Aproveitei a parte da manhã para colocar meus estudos em dia e a liberdade de estar sozinha, longe da superproteção de Frederich. Liguei um aparelho estéreo AM/FM e localizei uma estação de rádio, uma balada romântica começou a tocar. Gostando da melodia, dançando e estalando os dedos no ritmo da música, sentei-me voltei mesa e organizei meus materiais de estudo.
- Senhorita, está precisando de algo? - Lewis aproximou-se e fez reverência.
- Lewis, já combinamos que não haveria nada de senhorita e reverencias. - olhei para ele que tentou disfarçar um sorriso.
- Desculpe-me, Cel... Erin - ele se corrigiu imediatamente e então soltou um riso tímido.
- Eu desculpo, se você me conseguir uma daquelas maravilhosas xicaras de chocolate quente e uns biscoitinhos da dispensa do Frederich.
- Seu desejo é uma ordem. - e ele estava quase repetindo a reverencia, quando o alertei de maneira gentil. - Com licença.
Sorri do gesto e voltei minha atenção à lista de matérias que eu estava estudando. Além dos temas direcionados para a medicina, matemática, inglês e história estavam incluídos na lista. Fiz uma careta quando pequei o caderno de história. Na primeira página, o título era "A Dinastia Emor". Senti um arrepio correr por meu corpo quando pousei os olhos sobre a foto do Rei Elliot Berlandiera Emor e Rainha Clarence Laura Emor, carrancudos e imponentes ostentando o brasão da família real. Eles pareciam tão intocáveis, tão inatingíveis, tão poderosos... Como poderia ser que de pessoas tão aparentemente arrogantes nascessem descendentes como Arthur e Frederich?
Nas folhas seguintes, as histórias de Concórdia, Sosseleine, Mourenback e Aillim foram sendo contadas e detalhadas com fatos e datas. Li sobre o início da Quadra, como os reinos se uniram para vencer inimigos em comum em guerras historias, como surgiu o Tratado das Quadras, qual a função de cada reino no Tratado, e como cada monarca havia se tornado imortal por seus atos manifestos e heroicos.
Pouco a pouco as histórias foram fazendo sentido e explicando cada evento sucedido. Me peguei apaixonada e comovida com elas. Havia paixão nas motivações, havia ideais e ideologias tão românticas, que pareciam prováveis até para uma leiga como eu. Mas tudo era tão comovente e inspirador, que me atrevi a pensar em como seria ver a história por detrás dos bastidores? O que mais eu descobriria, o que mais não havia sido contado pelos historiadores?
Virei a página e lá estava ele, Arthur, imponente em seu traje real. Tão lindo e tão soberano, tão sereno e tão imperial. Seus olhos transmitiam senso de dever e honra, orgulho por estar ali, usando seu uniforme e se mostrando como um governante real. A história de sua ascensão era contada sob a ótica fúnebre do passamento de seu pai, o Rei Abner Ernest Emor, mas não deixava de exultar seus feitos como Príncipe Regente durante o período em que seu pai esteve afastado do trono, já prostrado no leito de morte. Arthur era mencionado com honra e orgulho no livro de história e em meu coração com pesar e tristeza.
Parecendo entender a necessidade que eu tinha em expressar meus sentimentos, a música no radio começou com uma melodia lamuriosa, típica das baladas sobre tristes histórias de amor. Minha atenção foi atraída pela letra da música e eu me permiti escutá-la e fazer delas minhas palavras, numa carta que eu jamais enviaria para ele.
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RAINHA CONSORTE
Romansa🥈2° Lugar no Concurso "Mystic Queen" do Projeto Místico (Wattpad). "Ela herdará um reino que não era seu. E um amor que lhe será negado." A vida das gêmeas Celine e Celeste está prestes a mudar completamente. Inseparáveis desde a trágica morte de s...