◤POR DAVE◢
Aquela estava sendo uma semana intensa no palácio. O governo havia conseguido uma manobra vantajosa sobre os sindicatos e aumentado o prazo para apresentarem um projeto de lei que viabilizasse a implantação de uma fonte autossustentável de energia. Com isso, além de reduzir a longo prazo os custos com a distribuição de energia no país, por serem pioneiros, também conseguiriam distribuí-las para outros países ao redor, incluindo os reinos da Quadra. Isso traria além de benefícios financeiros, visibilidade. E, tudo o que Concórdia precisava era de ganhar notoriedade em outros lugares do mundo. Arthur parecia especialmente engajado naquele projeto. Seria parte do seu legado e o colocaria no caminho direto para conseguir a independência do reino do obsoleto tratado.
Naquele dia ele estava quieto e muito concentrado em seu trabalho. Enquanto ele examinava propostas de diversas empresas interessadas em fazer parte do projeto, apanhei uma pasta sobre a mesa e me dirigi às cortinas que cobriam a janela de vidro que ficava atrás dela.
Enquanto lia um dos documentos, meu pensamento voltou para a reunião e missão passada pela duquesa. Estávamos a um passo da renovação e isso tinha um caminho de mão dupla. Logo não faríamos parte da Quadra, seriamos livres e donos das nossas próprias leis. Concórdia logo seria independente e poderia se movimentar como bem-quisesse rumo ao progresso. Mas, depois que toda a bomba estourasse, como estaria a estrutura da monarquia? Será que ainda seriamos um reino ou seriamos forçados a tomar os caminhos de países como França e Itália que se toraram uma democracia? Ou ainda, será que seriamos como a Espanha, um país misto com vieses democráticos e monárquicos?
Conhecendo Arthur, ele não hesitaria em propor o fim da monarquia mesmo sabendo que não seria uma batalha fácil. Sua Majestade teria que lutar contra a própria mãe e contra o príncipe-regente. Esse, tem muito interesse pela monarquia e pelo reino, ainda que insista em negar pregando o repúdio que sente pela família e pelo ofício aos quatro ventos.
A tempestade que eu previra, quando o rei anunciou seu casamento, se transformou em uma ventania diante da tormenta que estava prestes a desabar sobre Concórdia.
- Tem algo acontecendo no palácio, Dave?
Uma pergunta que pareceria despretensiosa e corriqueira se, de fato, algo muito assombroso não estivesse prestes a acontecer.
- Não que eu saiba. - menti - Porquê? Está suspeitando de algo?
Ele deixou a pasta com as propostas das empresas, enviadas pelo do governo sobre a mesa e me encarou de maneira enigmática.
- De repente, esse canto do meu gabinete se tornou o espaço favorito dos frequentadores do meu escritório. Até outro dia, as cortinas eram meu observatório e confessionário de uso exclusivo. Agora, tenho que dividi-lo com você e com a rainha.
- Celine? O que ela tem?
- Um bebê! E está muito chateada com a falta de apoio por parte da família. - ele andou até uma mesinha e serviu-se de uma dose de Whisky - Preciso confessar que eu também estou desapontado. Nem mesmo minha tia, que é sempre tão entusiasmada em suas atitudes. Dessa vez, a duquesa demonstrou uma apatia singular diante de uma novidade tão importante.
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RAINHA CONSORTE
Romantizm🥈2° Lugar no Concurso "Mystic Queen" do Projeto Místico (Wattpad). "Ela herdará um reino que não era seu. E um amor que lhe será negado." A vida das gêmeas Celine e Celeste está prestes a mudar completamente. Inseparáveis desde a trágica morte de s...