◤POR CELINE◢
Após o evento no Parlamento, mudei-me oficialmente para o Palácio, para participar da organização da cerimônia e festa de casamento. Por longos e muitos dias tudo o que eu ouvi falar foram sobre códigos e regras, sobre me portar e até mesmo o que responder e falar no dia do evento. Ensaiei exaustivamente o juramento e os passos da cerimônia de coroação. Eu precisava estar familiarizada com tudo aquilo, para que parecesse o mais natural possível.
Outros eventos importantes aconteceram durante os proclamas. Entrevistas, aparições públicas, visitas a instituições de caridade, uma série de eventos sociais em que eu, como princesa precisava comparecer sozinha ou acompanhada de Sua Majestade. As perguntas eram invariavelmente as mesmas; todos estavam interessados em saber como eu e Arthur havíamos nos apaixonado, minha origem e como era ser uma moça pobre ascendendo a uma posição tão importante?
Em uma dessas entrevistas, a jornalista ainda foi mais incisiva:
- Vossa Alteza Real não sente mesmo medo? Porque para moça de origem pobre e negra, a missão de estar ao lado de Sua Majestade pode ser um eminente fracasso, com uma tendência ao suicídio social de sua imagem pública.
- Eu teria medo, se em algum momento em falhasse como ser humano. Não desse atenção às necessidades do meu povo ou fosse relapsa com os problemas que os aflige. - olhei diretamente nos olhos dela - Eu posso e com certeza vou cometer algum deslize, como a moça pobre e negra, cumprindo talvez, a única missão realmente importante de minha vida, que é cuidar do meu rei. Mas, eu posso afirmar com toda certeza, que jamais vou julgar ou esperar o pior de uma pessoa, só porque existem diferenças irrelevantes entre nós. - conclui sorrindo de maneira simpática e descontraída.
O olhar que recebi de aprovação de Arthur teve o mesmo peso em relação a sua reprovação ao olhar para a visivelmente encabulada jornalista.
Alguns dias depois, recebi um ramalhete de flores, com um cartão desejando-me felicidades no matrimônio e vida longa no trono de Concórdia, assinado pela própria jornalista.
Em um final de tarde eu aproveitei de um raro momento de ócio para caminhar pelo Palácio. Quis conhecer minha nova casa e saber se existia algum lugar onde eu pudesse encontrar a mesma paz que eu tinha, quando fugia para as colinas, enquanto estava no acampamento em Pandora. Os últimos dias, já haviam me alertado de que eu precisaria fugir algumas vezes para ter um pouco de sossego. Então, achei que naquela casa enorme poderia haver algum canto que me servisse como recanto de paz.
Desci as escadas que davam acesso a um jardim, rodeado de altas arvores, muito verde e no centro fluía um modesto chafariz. De cima a vista que se tinha era de um rio é da ponte que ligava os arredores do Palácio à cidade. Caminhei por entre os canteiros, rodeando o chafariz e sentei-me na mureta que ficava ao fundo. O silencio e a paz que emanava daquele lugar era tão mágico, que eu conseguia ouvir ao longe o som das águas do rio passando por algum lugar muito próximo dali.
VOCÊ ESTÁ LENDO
RAINHA CONSORTE
Romance🥈2° Lugar no Concurso "Mystic Queen" do Projeto Místico (Wattpad). "Ela herdará um reino que não era seu. E um amor que lhe será negado." A vida das gêmeas Celine e Celeste está prestes a mudar completamente. Inseparáveis desde a trágica morte de s...