RAINHA CONSORTE

º ● Capitulo 34 ● º

◤POR DAVE◢

- Então, mamãe irrompeu na sala gritando: "Frederich e Arthur, parem com isso imediatamente", e nós nem tínhamos ameaçado o primeiro soco. Ela parecia aquelas senhoras loucas, com os cabelos desalinhados, depois de ter fugido do manicômio.

Arthur simplesmente não conseguia controlar o riso, enquanto me contava o ocorrido depois do café da manhã, onde tencionara descobrir o paradeiro de Celine, colocando Frederich e Celeste frente a frente.

Esperei que ele se controlasse, para que eu também pudesse parar de rir. Especialmente porque eu não conseguia imaginar Cordélia em toda sua impafia, aparecendo de camisola no meio do salão, gritando descontroladamente.

- Mas e quanto a seu irmão e sua prisioneira, algum avanço? - perguntei quando finamente nossa crise de riso cessou - Descobriu alguma coisa?

- Celeste é ainda mais perigosa do que pensei. Acredita que ela quase conseguiu acusar Frederich de traição? Por sorte eu trouxe à tona a conversa que tive com ela no restaurante. Foi o bastante para a descoberta da verdade. - ele se sentou em sua cadeira e apoiou os pés sobre a mesa. - Ela me deve, além de sua atual liberdade, alguns dentes e a ausência de um hematoma bem feio que Fredie lhe deixaria. Mesmo ele tendo alguma razão, e a moça sendo uma víbora, eu jamais permitiria que ele usasse de violência contra ela.

- Ora, ora, quanta novidade. - me preocupei em deixar claro que não me referia à história que acabava de me contar, apontando para sua postura relaxada - Estamos de folga hoje?

- Ah! Esse é o novo Arthur. De vez em quando vou abrir mão da gravata e da formalidade. O que acha?

- O que eu acho? Hummm vejamos... Você está apaixonado por uma garota que está desaparecida, decidiu que se for preciso tocar fogo no reino para encontrá-la, não hesitará um minuto em fazê-lo, está assumindo uma postura autoritária... Arthie, você está precisando transar. Isso só pode ser privação de sexo.

Ele deu uma gargalhada irônica e então endireitou a postura e sentou-se apoiando os pés no chão.

- Você acertou quase tudo. Eu não estou privado de sexo. Na verdade, tem poucos dias que transei com alguém.

- Com alguém? - fiz um gesto para que ele prosseguisse e me contasse o resto.

- Dave, eu e Timby não estamos mais juntos. - ele fez uma careta que anunciava alguma novidade espantosa por trás da história que acabava de me contar - Não foi do jeito que eu esperava, mas foi doloroso o suficiente para que eu percebesse o tamanho do mal que eu vinha fazendo contra a única pessoa que me amou de verdade esse tempo todo. - seus olhos ficaram tristes enquanto parecia lembrar-se do ocorrido - Se você visse seu rosto, a dor, a raiva, o desespero... Eu nunca mais quero fazer aquilo com ninguém.

Permaneci algum tempo observando- o se diminuir diante das lembranças do fato e me contar como tudo havia acontecido. Ele sentia dor e desprezo por si mesmo enquanto desabafava. Eu poderia jurar por todos os deuses que Arthur jamais teria coragem de dar fim ao caso que mantinha secretamente com Timby, porque eu tinha certeza de que os dois se amavam tanto, que seriam capazes de lutar com todas as forças contra as investidas de Cordélia em separá-los. Mas quando ouvi Arthur confessar que mesmo sentindo amor, a força superior que o movia todas as vezes que se encontravam era constituída da necessidade de poder e domínio, que me permiti questioná-lo quanto as suas atitudes no futuro.

- Arthie, seu modo de vida é totalmente fora do convencional. Você já está acostumado a isso, e eu juro que acredito que não queira mais fazer isso com ninguém. É visível que você está decidido a cair fora dessa. Mas, como vai ser quando seu corpo sentir necessidade de fazer de novo ou quando sem perceber você desejar fazer?