º ● Capitulo 22 ● º

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POR CELINE

Depois da festa, me dirigi à minha tenda e enquanto me preparava para dormir, relembrei da cena romântica protagonizada por Celeste e o Capitão Emor. Embora eu imaginasse que havia algo entre eles, jamais me passou pela cabeça que fosse tão profundo e intenso. Eles combinavam muito juntos, e eu me senti feliz por minha irmã.

Eu já estava entre os meus lençóis quando ela entrou na tenda. Continuei calada observando-a se mover pelo recinto. Ela irradiava luminosidade e energia, parecia vibrante.

"O amor faz bem até a mais cética das criaturas"

Quando ela se deitou, aproveitei para puxar assunto. E foi então que ouvi histórias interessantes sobre como ela e o Capitão vinham se relacionando ao longo desses meses.

- Bom, você vai ser minha irmã-cunhada. - dei de ombros e sorri

- Seremos apenas irmãs. Entre mim e Frederich tudo está acabado. - ela suspirou.

- Tenha um pouco de fé Cele. Olha à sua volta. Até poucos meses atrás, não tínhamos absolutamente nada. Olha onde chegamos. Onde estamos.

- Olha onde você chegou. Tem um rei e um reino à sua espera.

- Isso não é muito louco? - deitei-me novamente e pousei os braços nas laterais do meu corpo - Eu, uma futura rainha? Ai meu Deus!

Me permiti surtar e me deslumbrar com aquilo por alguns minutos. Por mais que eu tivesse tentado manter a racionalidade, aquilo era realmente muito louco. E então eu caí numa gargalhada nervosa e frenética, sendo seguida por minha irmã, que durou muitos minutos.

- A que horas virão te buscar? - ela perguntou quando finalmente nos acalmamos do riso

- Um carro vem me buscar às nove. Preciso estar pronta algumas horas antes, quero ir até a colina para me despedir.

- Você e o seu Olimpo dos Amantes. - ela sorriu

- Olimpo dos Amantes? De onde você tirou isso? - perguntei

- Eu estive lá há pouco com Frederich. Aquele lugar tem alguma coisa mística, envolve a gente e nos manipula.

- Foi lá que eu e Arthur nos beijamos pela primeira vez. Eu ainda consigo sentir as emoções daquele dia.

- Está explicado. Vocês contaminaram as arvores com o vírus do amor.

Sorri. Mesmo depois de admitir seus sentimentos ela ainda tentava manter-se alheia a eles.

- Fiz bem pelo visto. Você parece muito feliz por ter sido contaminada. - ela me cutucou sorrindo - Você vai para Aillim. Só vamos nos ver no jantar de noivado e depois no casamento. Vou sentir sua falta.

- Esse afastamento será necessário. Você tem coisas para aprender. E eu preciso de uma folga de você. - ela falou e sorriu - Também vou sentir sua falta Cel. Mas dessa vez eu não me preocuparei com você. Porque você já não é tão inocente e nem tão dependente como antes. Você cresceu muito. - ela pousou uma mão sobre as minhas - Parabéns, Cel!

Me senti tão feliz com aquelas palavras, que não contive minhas lágrimas. Rolei pra o lado e a abracei, repousando minha cabeça em seu ombro. Ela sempre seria a pessoa mais importante da minha vida. E eu sempre seria imensamente grata por tudo o que ela fez para me manter viva.

- Deixe de ser molenga. Você será uma rainha, não uma manteiga. - notei ela enxugando as próprias lágrimas - Me deixe dormir, pois tenho uma viagem para Aillim e não quero me atrasar.

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Na manhã seguinte...

RAINHA CONSORTEOnde histórias criam vida. Descubra agora