º ● Capitulo 50 ● º

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POR ARTHUR PHILLIP

*Flashback On

Meu pai, o rei Abner fora acometido repentinamente de fortes dores abdominais causadas por uma ulcera gástrica. Os médicos recomendaram repouso e solicitaram exames para descobrirem a origem do mal.

Entrei no quarto aquele dia e o encontrei prostrado diante da pia do banheiro e uma mancha de sangue escorria pelo ralo. Apressei-me em ampará-lo e levá-lo de volta para cama. E ao seu lado, tomei conhecimento da gravidade do seu caso. A ulcera havia se rompido durante o tratamento e as esperanças em relação a uma rápida cura tornaram-se remotas.

- Arthie, eu preciso pedir um grande favor, que você fará por Concórdia, não para mim. Preciso que você me substitua, pelo menos temporariamente, até que eu esteja restabelecido e possa voltar a governar. Acha que pode fazer isso por mim?

- Claro meu pai. Embora eu ache impossível substituí-lo a altura. Os súditos te amam, não será tão fácil conquista-los. Não sei se estou preparado.

- Você está mais que pronto para o trabalho, meu filho. É jovem, inteligente e carismático. Vai se sair muito bem. - ele tocou meu rosto e então uma tosse forte o fez expelir sangue novamente.

- Pai, você precisa se consultar com um especialista. - olhei para o lenço manchado que ele agora escondia entre os lençóis - Isso não está normal.

- Meu filho é só um ferimento e logo estará sarado. Eu tenho tomado os remédios, sua mãe tem feito uma patrulha noturna e diária, não há necessidade.

- O que vocês dois estão cochichando sobre mim aí? - mamãe entrou pela porta trazendo em suas mãos um jarra com água e algumas caixas com os medicamentos. - Arthie, você não deveria estar em cumprindo suas funções como príncipe desse palácio?

- Ele veio a meu pedido, Cordélia. - meu pai se acomodou entre as almofadas aceitado a administração dos remédios por parte de minha mãe.

- Meu pai acha que devo substitui-lo no comando, mamãe. - comentei mais preocupado que ansioso.

- E eu acho que seu pai tem toda razão. Você já tem quase vinte e um anos, está apto para exercer a função que está no seu destino.

- Foi o que disse a ele. Além do mais, Frederich tem apenas cinco anos, não pode abdicar em favor dele. - meu pais deu uma gargalhada e mais uma tosse o atacou.

- Que piada mais sem graça Abner. Frederich rei. - minha mãe revirou os olhos.

- Não é uma piada, ele também é um herdeiro, qual o problema? - meu pai perguntou.

- O problema é que Arthur é o primeiro na linha de sucessão e pensar em Frederich como rei é um descumprimento ridículo das leis de sucessão.

- Cordélia, o único impedimento para que Frederich assuma é sua tenra idade. Se fosse mais velho e Arthur não quisesse assumir, eu abdicaria em favor dele, sem problemas. - meu pai olhou para ela com o rosto enfezado e devolveu o copo com a água que havia ingerido quase toda.

- Não sei porque estamos falando sobre isso agora. - ela depositou a bandeja sobre o criado mudo - Não precisamos pensar no futuro com tanta antecedência. O agora está muito mais próximo. E Arthur está no ponto para se tornar o novo rei de Concórdia.

- Príncipe-regente, mamãe. - a corrigi de imediato.

- Que seja! Mas está a um passo de ser o soberano. - ela uniu as mãos na frente do corpo e mordeu o lábio inferior em sinal de descontentamento.

- Cordélia, eu ainda estou vivo! E pretendo continuar por bastante tempo. - meu pai comentou com um sarcasmo velado e eu olhei para minha mãe - Fala como se tivesse certeza de que não vou me recuperar dessa doença.

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