º ● Capitulo 71 ● º

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POR CELINE

Conforme prometido a Arthur, cheguei mais cedo em casa. O palácio estava quase em silêncio, o único som perceptível era o dos funcionários cuidando de suas atividades. Fora isso, parecia que não havia ninguém. Algo estranho para aquela hora e dia da semana.

Aproveitei para tomar um banho demorado e trocar de roupas. Aquela hora Arthur devia estar no gabinete, então, eu iria até lá buscá-lo para o nosso passeio.

O vestido preto que eu escolhi era de modelagem simples mas, muito elegante, bastante apropriado para o tipo de passeio que eu faria com meu marido. Minha intenção era levá-lo ao hotel onde havia me hospedado na ocasião da minha chegada a Concórdia e lá reprisarmos a noite maravilhosa de guloseimas, vinho e luxúria que experimentamos daquela vez.

Obviamente, eu não poderia ingerir bebida alcoólica por causa do meu estado. Por isso, assim que terminei de me arrumar, me dirigi à cozinha onde pedi que preparassem uma cesta de piquenique e incluíssem itens de acordo.

Feito isso, me dirigi ao gabinete de Arthur. Caminhei sorridente pelos corredores, repassando mentalmente meu plano para seduzi-lo. Havia muito tempo que eu vinha alimentando a ideia de surpreende-lo sexualmente. E, não me restavam dúvidas que tomar a iniciativa e provoca-lo seria uma surpresa e tanto. Ele sempre comentava a minha extrema timidez quando estávamos fazendo amor, então aquela tarde eu mostraria para ele que aquilo não seria mais uma constante entre nós.

Pousei a mão e girei lentamente a maçaneta. Foi como se eu estivesse entrando em um ambiente fúnebre. Sentados um de frente para o outro, Dave e Ishmael pareciam perdidos em algum tipo de inércia assombrosa. Os olhos vermelhos do mordomo indicavam que ele esteve chorando e a expressão aterrorizada de Dave completavam o cenário e confirmavam que algo muito sério havia acontecido ali.

Arthur não estava e dentro de mim uma angústia muito grande tomou conta.

- Onde ele está? - perguntei quando parei no meio da sala entre os dois.

- Não sei, Ma'am. - Dave respondeu quase que murmurando.

- O que houve aqui? Porque estão com essa cara? O que aconteceu com meu marido? - meu tom de voz denunciou os primeiros sinais de desespero.

- Ele está nos fundos, cortando lenha, há duas horas - a voz da duquesa atrás de mim me fez virar para encara-la.

- O que houve aqui foi tão sério assim?

- Ele precisava saber de tudo. Não havia remédio. Ele vai te contar tudo, no momento certo. Mas, agora, ele precisa de você e do seu apoio.

Ela me deu passagem no mesmo momento em que me movi na direção da saída do gabinete. Minha mente a mil e meu quase desespero foram o motor que guiaram minhas pernas para fora do palácio até a parte dos fundos.

A cena que eu vi era desoladora. Um rei abatido e revoltado, cortava tora após tora, transformando-as em finas tiras de madeira. Talvez, descontando sua raiva e frustração diante de algo muito sério que lhe havia acontecido.

 Talvez, descontando sua raiva e frustração diante de algo muito sério que lhe havia acontecido

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