º ● Capitulo 61 ● º

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POR ARTHUR

Se ela estava ansiosa, eu estava vários níveis acima disso. Assistimos os últimos raios de sol se despedirem daquele dia que, para mim, fora o mais perfeito da minha vida, enquanto o Lady of Sea se afastava da costa, nos levando em direção às ilhas francesas. Celine permaneceu apoiada contra meu peito, com as mãos pousadas sobre a balaustrada. Os fios de seus cabelos, chicoteando meu rosto, era a comprovação de que aquela cena era a mais pura expressão de realidade.

- Você já me mostrou o sol nascer e agora, se pôr. - ela falou com um misto de admiração e carinho na voz - Porque eu acho que isso não é mera coincidência?

- Você é bastante observadora. - depositei um beijo no lado direito do seu rosto - Tem toda razão, foi intencional.

Continuei olhando para o horizonte, mas consciente de que ela sorria. Era mesmo muito bom estar ali com ela. E, embora estivéssemos em companhia de outras vinte e cinco pessoas - entre tripulantes e serviçais - estarmos definitivamente sozinhos, era ainda melhor.

- Foi uma cerimônia linda.

- Qual das duas? Você estava magnífica em todas.

- O casamento. - dessa vez eu vi seu sorriso quando ela virou um pouco o rosto para mim - Eu precisei segurar a emoção várias vezes, para não chorar.

- Percebi você inquieta durante a cerimônia. Foi por isso?

- Também. - ela desviou o olhar, como sempre fazia quando percebia que eu a estava encarando.

- Hum! - usei meu tom de voz mais misterioso e rocei a ponta do nariz em seu pescoço, aproveitando para inalar seu perfume. - Será que a sua inquietude era pelo mesmo motivo que a minha?

Senti suas mãos apertarem a madeira que revestia a balaustrada do convés e sua respiração falhar um pouco. Ela entendeu a que eu me referia, com certeza havia se lembrado de minhas palavras quando a beijei no altar.

- Arthur. - sua voz saiu baixa.

- Você estava pensando nesse momento, em quando estaríamos prontos para consumar nosso amor. - cruzei as mãos em volta de sua cintura e a puxei para mais perto do meu corpo - Você também estava ansiosa e inquieta por isso, não foi, Cel?

Ela confirmou com um balançar de cabeça quase imperceptível. Deslizei as mãos pela lateral do seu corpo e encontrei as suas. Entrelacei-as e a fiz rodopiar parando de frente para mim. Um passo para trás, e ela estava presa entre a balaustrada e meu corpo que já anunciava os primeiros sinais de excitação.

Ela olhou para mim, do mesmo jeito como em Pandora, com os olhos enormes e brilhantes, denunciando temor e ansiedade.

- Sabe que essa noite também será a primeira para mim? - ela mordeu o lábio - Então me deixe dizer que estou tão ansioso, temeroso e curioso, quanto você. Todas as suas emoções também são as minhas. Eu vou me entregar pela primeira vez, de corpo e alma a uma mulher. E a magia toda está no fato de que essa mulher é você.

Cel, sorriu e eu me senti livre para confessar meus pensamentos mais íntimos:

- Meu maior desejo era poder compartilhar o mesmo nível de pureza. Mas, infelizmente, eu já fui profanado. O que posso garantir é que terá o mesmo simbolismo. - fiz uma pequena pausa para acariciar seu rosto e presenteá-la com um beijo casto - Finalmente estou livre, Cel. E posso ser totalmente seu.

Aprofundei o beijo que havia começado de maneira quase infantil e a aconcheguei dentro do meu abraço. Ela me beijou com a mesma intensidade, quase devorando-me, enquanto seu corpo reacionava à minha ereção que nesse momento, já era evidente.

RAINHA CONSORTEOnde histórias criam vida. Descubra agora