Sweet Youth

Capítulo 14 - Adeus

Camila Cabello  |  Point of View

Entrei no quarto e ela me abraçou apertado. Ficamos assim alguns minutos.

— Como eu senti sua falta. – Ela disse e eu comecei a chorar. — Camz... calma. Está tudo bem.

— Precisamos conversar.

— Que droga. Não queria ouvir essa frase de você. – Nos sentamos.

— Lauren... não podemos continuar. – Eu já estava chorando antes, imagina quando ela fez carinha de choro. — Não chore, baby. Eu não posso suportar isso. Olha... eu gosto muito de você, mas eu tenho uma família... pelo amor de Deus... não pense que me aproveitei de você. Eu não abusaria de alguém tão especial como você. Não pense isso de mim, mas o meu casamento era uma merda e logo alguém desistiria... só que as coisas estão andando... a Amber é tudo pra mim, ela está se afastando de nós e eu quero minha filha de novo. – Eu comecei a chorar.

— Tudo bem, Camz. – Ela me abraçou. — Eu entendo, não quero deixar você... vamos dar o nosso jeito.

— Lauren... não quero prender você. Você falta aulas para ficar comigo. Eu sou um atraso na sua vida. – Eu disse a abraçando forte. — Você me fez a pessoa mais feliz no mundo. Obrigada mesmo por dar um sopro de esperança na minha vida.

— Camz... Amber já é adulta... não viva mais pelos outros.

— Eu tenho responsabilidades, Lo. Só me entenda. – Ela selou nossos lábios e depois colocou a testa em meys lábios. Eu beijei.

— Vou te esperar, Camz...

— É isso que me preocupa, Lo. Eu gosto tanto de você, menina. Não pode se prender a mim. Não quero que pense mal de mim, eu nunca vi você como um objeto ou algo do tipo. Começou carnal, mas você é tão incrível que me conquistou de todas as formas possíveis. Eu nunca vou te esquecer.

— Eu também não, daddy. – Eu chorei mais quando meu apelido foi pronunciado por ela. Estou completamente apaixonada por essa garota, mas não posso ser injusta com ela.

— Não torne isso mais difícil, Lauren.

— Sou especial pra você?

— Você é única na minha vida. Mas você vai entender quando tiver filhos, que eles são prioridade máxima na nossa vida.

— Eu acho injusto você tratar a Amber como criança.

— Eu sei que a mimo ela demais, mas eu dedico tudo que tenho a ela. E fico mal por enganar os outros desta forma e mal por não dar a atenção que você merece. Você merece o mundo minha menina. E se eu não puder dar isso a você, não te mereço.

— Como vou fazer agora? Já me viciei em você, Camz. Seu cheiro... – Ela disse cheirando meu pescoço. — Seu gosto...
– Ela disse chupando meu lábio e eu gemi. — Eu preciso de você. – Eu a abracei forte.

— E eu de você. Só espero que você não me odeie, mas se odiar... eu vou entender.

— Nunca. – Ela pegou meu rosto entre as mãos. — Nunca odiaria você. Estou bem longe disso e eu sabia que não a ser fácil... se você fosse mau caráter, isso duraria mais.

— Eu queria ser assim... mas você não merece alguém assim. Você merece alguém incrível como você.

— Se cuide, minha menina.

— Se cuide, daddy. – Nos abraçamos e ela pegou a bolsa, começou a chorar forte e saiu do quarto.

Fiquei chorando naquele quarto e lembrando tudo que vivi com ela ali. Todos os momentos felizes...

Voltei para minha empresa, mas não estava com ânimo para nada. Antes dela minha vida era um saco, agora novamente sem ela, virou pior que saco.

Entrei na minha sala e não estava conseguindo respirar, meu peito tinha um incômodo diferente e estava um pouco tonta. Arremessei o vaso de plantas na parede, derrubei tudo de minha mesa, enquanto berrava e chorava. Eu virei minha mesa com tudo e atirei minha cadeira na janela de vidro, a trincando inteira. Me venderam essa merda de vidros como blindada. Arremessei meu guarda arquivos no chão. Normani entrou correndo e desviando das coisas que eu jogava. Chocou o corpo sobre o meu, me abraçando forte.

— Hey Camila. Se acalme. Sou eu.

— Ela... não tenho mais ela... ela era tudo...

— Vem. Vamos para minha sala. – Ela me puxou para a sala dela. — Traga um copo de água com açúcar e mande algumas pessoas arrumarem a sala da presidência. – Ela disse para a secretária. Ela me sentou e sentou a minha frente. — O que aconteceu, minha amiga? – A secretária entrou e me entregou a água.

— Obrigada.

— Fala... o que houve?

— Eu rompi com a Lauren.

— Por quê?

— Eu estou perdendo o foco. Amber está se afastando e a coitada da Emma até diminuiu a carga horária para nos reconectarmos.

— Camila... você estava tão feliz. – Eu sorri.

— Eu estava mesmo. Minha menina é fantástica, ela é tão especial... ela merece mais. Merece alguém que se dedique
cem por cento para ela. Mas eu surtei quando pensei que ela pode encontrar alguém. Estou apaixonada por minha garota, Mani. Mas estou perdendo minha filha... precisei abrir mão de um dos lados.

— Então... voltamos ao abro mão da felicidade para fazer os outros felizes?

— Essa sou eu. – Ela me olhou com pena e isso me diminuiu em 1000 vezes. Depois me abraçou.

— Coloca pra fora, minotauro. Você tem uma longa jornada a enfrentar.

Depois de muito chorar, fui para casa chorar mais um pouco.

Voltei para casa e chorei mais. Emma agora vem cedo e sempre prepara o almoço.

Levantei quase às seis da tarde. Acho que nem notaram minha ausência. Tomei um banho e caminhei até a sala. Emma estava assistindo TV.

— Mila! Não quis te acordar, pois Normani ligou avisando que você estava um pouco indisposta.

— Obrigada.

— Tem remédio para dor de cabeça na pia e seu prato está no micro.

— Obrigada. E Amber?

— Está na Lauren. Parece que ela não está muito bem.

— O que ela tem?

— Não entendi. – Peguei meu celular e liguei para Amber.

— Oi mãe. Melhorou?

— Sim. Você vem para casa a que horas?

— Acho que vou ficar por aqui. Lauren está chorando muito.

— Ela está doente?

— Não. Parece que ela terminou com o Poncho e já tinha alguém em vista, mas não deu certo.

— Diga que desejos melhoras para ela. – Eu disse segurando o choro, mas no fundo, eu sei que é para o bem dela.

— Digo sim. Te amo.

— Também te amo.

Desliguei o telefone e o bolo de carne, preferido por mim, embrulhou meu estômago. Isso não vai ser fácil, eu sabia
que não seria, mas não sabia que seria tanto. Se eu não a amasse... amasse? Não Camila. Você não pode amar... mas eu a amo. Droga!