Capítulo 48 - Sinto muito

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Camila Cabello  |  Point of View





Na segunda, eu estava na minha sala, analisando uma pomba que me encarava fixo, pousada na sacada da janela. Normani entrou e sentou-se a minha frente.

— Mila... você precisa designar alguém para cuidar da nova filial em Londres. – Londres... oito horas daqui.

— Eu vou. – Ela arregalou os olhos.

— Não. Você cuida disso aqui...

— Você cuida melhor que eu. Eu vou... amanhã mesmo. – Ela pensou.

— Talvez seja a melhor solução.

Assenti.

Arrumei uns documentos, me despedi de alguns e fui para casa, conversar com Amber.

— Oi mãe. Chegou cedo.

— Precisamos conversar.

— O que houve?

— Sabe a filial que estamos abrindo em Londres? – Ela assentiu. — Eu não posso mandar a Mani para lá e preciso de
alguém de confiança. Vou ter que ir pessoalmente.

— Você vai me deixar sozinha?

— Não. Você tem sua mãe e vai poder me visitar sempre. Oito horas daqui. Você adora Londres.

— Mas eu vou sentir saudade. – Eu a abracei.

— Eu também, pequena. Mas estou passando por um momento difícil, preciso me encontrar novamente... recomeçar.

— Vai me ligar todos os dias?

— Lógico. Vai me ajudar a arrumar minha mala?

— Lógico.

Arrumamos tudo e eu a proibi de entrar no meu quarto com o poncho. Ela assentiu.

No dia seguinte, choramos um pouco na despedida, mas entreguei passagens para ela me ver na sexta, com o poncho se quisesse.

Depois chorei mais um pouco me despedindo de Norminah e o pequeno Nicolas. Entrei no avião, lembrando que da última vez que sai de Miami, estava entusiasma e agora me sinto um caco.


×××

Depois de dois meses em Londres, eu estava melhor. Novos ares... novos afazeres. Conheci restaurantes incríveis, baladas incríveis e tem uma cafeteria que virou meu vício. Vou nela para trabalhar e para o meu lazer.

Amber quase mora comigo, vem todo final de semana. Ela diz que Lauren pergunta por mim... se estou bem e se continuo sozinha. Continuo... eu cansei de entregar minhas expectativas e sonhos nas mãos dos outros, para eles os esmagarem.

Não vou dizer que não sinto falta dela. Claro que sinto. Eu vou ama-la sempre, mas agora vejo que não dependo de mais ninguém... além de mim. Mas confesso que fico bem feliz de saber que ela está sozinha também.

Deitada na cama, olhando a janela e o horizonte estrelado. Sempre penso...

“A noite é sempre mais difícil”.



Lauren Jauregui  |  Point of View




“A noite é sempre mais difícil”.

Esse é o meu único pensamento, durante o dia a faculdade e minha família me distraem, mas quando chega a noite... eu rolo na cama... eu caminho no quarto... eu sinto tanta falta dela que meu peito chega a doer. E saber que ela está no outro lado do oceano, não ajuda minha inquietação. Sinto falta de tudo... Camila é tudo pra mim e eu a dispensei como se ela fosse nada.

Sweet YouthOnde histórias criam vida. Descubra agora