Sweet Youth

Capítulo 72 - Esclarecendo

Lauren Jauregui  |  Point of View

Logo o carro freou bruscamente e ela deu ré com o mesmo. Estacionou novamente e eu caminhei até ele, entrando e sentando no carona.

Fiquei demolida ao vê-la chorando. Ela limpava as lágrimas e eu fui tentar ajudar, mas ela afastou minha mão.

— Não me toca. – Ela disse e o tom de sua voz não estava calmo como de costume. — Eu não posso te deixar nervosa.

— Camz... eu não queria trazer um estresse desnecessário.

— Desnecessário? O cara foi seu namorado e eu vi o jeito que vocês agem um com o outro.

— Não viu. O seu ciúmes que estava enxergando. Não tem nada de errado no nosso jeito de agir.

— Não importa. Preciso ficar sozinha um pouco. – Ela disse e eu comecei a chorar. — Vou buscar uma mala pra você ficar uns dias com seus pais.

— Você vai fazer o que nesses dias?

— Vou pensar.

— Eu não quero isso.

— Você não tem poder de decisão nessa situação.

Não falei nada, só tentei abraça-la, mas ela se esquivou. Saí do carro e minha mãe espera na porta, ela me envolveu pelos ombros e não disse nada, ela sabia que conversas não adiantariam. Então ela só ficou me consolando enquanto eu chorava.

Depois de uma hora, Camila deixou minha mala com o segurança e eu nem a vi.

Uns dias depois...

Eu estava cansada de chorar, não podia escutar músicas românticas e nem assistia a nossa novela preferida, pois era torturante não escutar Camila reclamando dos personagens principais por serem tão bobinhos.

Meu pai estava muito estranho. Meus pais já não sabiam mais o que fazer, eles sabiam que Camila estava certa e muito magoada. E minhas tentativas foram falhas de falar com ela, ela só me atendia para perguntar sobre o bebê e desligava quando eu pedia desculpa ou dizia que estava morrendo sem ela.

Meu pai entrou no quarto e sentou ao meu lado na cama.

— Você precisa comer.

— Estou sem fome.

— Você não pode fazer isso. Você tem que pensar no seu filho agora.

— Eu como o necessário, pai. Eu so quero a Camila agora... – Eu comecei a chorar. — Depois de tudo que passamos, eu me recuso a acreditar que tudo vai desmoronar por causa minha.

— Eu... você sabe o quanto foi difícil para mim aceitar esse namoro de vocês?

— Claro.

— Eu que chamei o Jude para trabalhar conosco.

— Você disse que ele jogou o currículo...

— Não. Eu coloquei um advogado para procurá-lo e soube que ele é muito bem sucedido. E após conversar com ele, descobri que ele nunca esqueceu você.

— Não estou entendendo...

— Eu pensei que com um rapaz da sua idade, com um futuro promissor e que poderá fazer uma jornada com você...
talvez vocês se acertassem.

— Mas o Jude começou a trabalhar conosco depois do meu casamento... – Meu pai baixou o olhar. — Não acredito nisso, pai.

— Desculpe. Mas eu achei que... talvez você mudasse de ideia. – Eu analisei a situação.

— Não se desculpe. A culpa foi minha de qualquer forma. Eu que omiti. Acorda pra vida, pai. Se eu não ficar com a Camila, não vou ficar com mais ninguém. Só omiti por saber que ela iria surtar e eu não teria poder nenhum para afastar Jude da empresa, ela ficaria irritada e nós brigaríamos.

— Eu percebi isso. Me sinto tão culpado.

— Demorou oito anos para perceber?

— Achei que um dia passaria, mas vocês parecem mais apaixonadas a cada dia.

— Porque estamos. Você devia estar feliz, pai. Você não quer a minha felicidade?

— Claro que quero.

— Você não vê o quanto Camila é especial? O quanto ela se vira em mil para me fazer feliz? O quanto eu a amo e a admiro? A Camila é um ser iluminado e eu agradeço aos céus por tê-la todos os dias e nesses últimos dias eu pedi a Deus pra me trazer ela, pois eu não posso procurá-la. Eu nem sei onde ela se meteu, ninguém me fala nada, até Amber está irritada comigo. – Camila entrou no quarto e eu fiquei sem entender nada.

— Eu a achei. – Meu pai disse. — É o mínimo que eu podia fazer. Vou deixar vocês conversarem. – Ele beijou minha testa e saiu do quarto.

— Oi amor. – Eu disse e ela acenou com a cabeça. — Escutou tudo?

— Sim. – Ela sentou ao meu lado na cama. — Você me magoou demais, Lauren. Você mentiu pra mim.

— Omiti, Camila.

— Não faz diferença.

— Eu fiquei com medo, Camila. Eu pedi pra você mandar uma garota embora e você fez ao máximo pra me atender. E se você me pedisse isso? Eu não poderia fazer nada e nós brigaríamos por nada. Eu não sinto nada por ele... ele foi um namorico sem importância de adolescência.

— Ele foi seu primeiro cara, Lauren. Não tem como não ser importante.

— Não foi, Camila. Eu sempre me arrependi, eu fiz porque todas as minhas amigas já tinham feito e eu estava cansada de ser a que não tinha nada pra falar e nem entendia sobre o que elas falaram. Foi ruim, eu não era apaixonada por ele e nem ele por mim... foi em uma festa e nós estávamos bêbados.

— Não fala essas coisas pra me fazer ficar melhor.

— Não é. Estou te contando como aconteceu. Foi exatamente assim. Vai soar clichê, Camila, mas nada se compara a nós duas. – Eu a abracei. — Eu fiquei com tanto medo de brigarmos e acabei te perdendo.

— Você não me perdeu. Eu só precisava de um tempo para pensar.

— A qual conclusão chegou?

— Que talvez seja culpa minha. Eu posso ter agido errado e te levado a omitir. Não transpareci segurança a você falar sobre qualquer assunto.

— A culpa é toda minha, Camila. E você é tão incrível que estava se culpando pela minha infantilidade.

— Eu senti sua falta. Eu chegava a temer te ligar... foi tão difícil.

— Eu também, Camz. – Eu a enchi de beijos. — Não posso viver sem você. Eu te amo tanto.

— Eu também, baby. Confesso que continuo triste por seu pai não nos apoiar.

— Não precisamos do apoio dele. Só quero que você me leve pra casa e quero ficar abraçada com você o dia todo. – Ela sorriu.

— Acho que posso fazer isso. – Ela me deu um selinho.

Ela pegou minha mala e levou para o carro. Conversou alguma coisa com minha mãe e nem se despediu do meu pai. Fomos para casa e não vou mentir que tudo foi perfeito, pois tivemos algumas discussões durante o dia, mas nada muito grave e depois dormi no abraço dela e sei que não há nada melhor no mundo.