Capítulo 79 - Teatro (Bônus 1)

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Camila Cabello | Point of View





Normani e eu estávamos no Pilates, conversamos sobre o trabalho e isso deixava a instrutora muito irritada.

- Cinco dessas e encerramos por hoje.

Assentimos e fizemos os exercícios, depois relaxamos o corpo nas almofadas da sala, limpei o suor da testa e olhei meu celular.

- E Nathan?

- Está bem. Super empolgado com o teatro da escola.

- Ensaiando algo?

- Sim. Lauren foi buscá-lo, eles ensaiam todas as quartas, queria ver se mudávamos nossos dias de Pilates. Ele fica dizendo que eu não me importo com o teatro dele, mas vou aos treinos de Amy.

- Que situação.

- Sim. A menina é um fenômeno no basquete.

- Imagino o quanto você não baba.

- Imagine a Amber, que criou a menina pensando em balé.

- Assim como você criou o menino para o basquete. - Eu neguei.

- São as coisas da vida, não podemos ter tudo que queremos e já que ele é um bom ator... tenho que apoiá-lo.

- E os pais continuam irritando vocês?

- Claro. Uma mãe na ultima reunião, estava atrás de nós e quando Nathan entrou, falou "Criado por duas mães, tinha que ser veado mesmo".

- Nossa... que vaca.

- Lauren me segurou e Nathan ficou muito assustado, por isso me controlei, mas eu ia estrangular aquela vadia. Eles são novos para pensar em ser veado... chamam a Amy de mini lésbica, a menina nem sabe o que é isso. Eles só estão se divertindo. Eu teria os trocado de escola, mas Lauren acha que estaríamos incentivando os pais a continuarem assim.

- Ela está certa, eles falam merda, vocês desistem e eles conseguem o que querem.

- Mas ela e Amber estão pesquisando a fundo isso, estão só esperando uma coisinha mais concreta para processá-los. Elas que são advogadas que se revolvam, já pedi para me chamarem só se for para socar alguém.

- Você é sempre tão prática. E Poncho?

- Faz tempo que não o vejo e nem pergunto sobre... será que ele está bem?

- E o prêmio de sogra do ano vai para...

- Idiota! Ele deve estar bem, notícia ruim chega rápido.

- E eu sou a idiota.

- Vamos embora, se eu não estiver em casa na chegada dos meus amores...

- Aí ferrou. Vamos logo, se não, sobra até pra mim.

Cheguei à nossa casa e tomei um banho, pedi uma pizza e fui assistir a algum jogo na TV. Logo eles chegaram, Nathan se atirou no meu colo e eu ri, bagunçando seus cabelos.

- E aí, baby? Como foi seu ensaio?

- Ótimo, papa. E seu treino?

- Cansativo, mas muito relaxante ao mesmo tempo.

- Vou tomar um banho. - Ele beijou minha bochecha e subiu as escadas, abri meus braços e Lauren se aninhou ao meu peito.

- Como está, amor?

- Bem cansada, Camz.

- Eu falei com a Mani para trocarmos os dias do Pilates, uma semana eu faço na quarta e na outra na segunda, podemos revezar e você faz algo que goste na quarta que eu acompanho ele. - Ela beijou meu braço.

- Perfeito, Camz. Muito obrigada por isso. - Foi o que eu ouvi antes dela pegar no sono. Neguei e beijei seus cabelos.

- Bom... eu não malho todo dia pra nada... vou carregar ela para cama.

Desvencilhei-me dela e a peguei no colo, quase não deu, ela se mexeu, achei que fosse dizer que não era preciso, mas só agarrou meu pescoço e escondeu o rosto ali.

Céus! Não lembrava que nosso quarto era tão longe. Coloquei-a na cama, abri os botões de sua calça e do blazer, os tirando com cuidado. Os sapatos devem estar abandonados no carro como de costume.

Liguei o ar e a cobri, beijei sua testa e ela ressonou, mas apenas virou para o lado e continuou seu sono. Ela cansa muito no trabalho, diz que não pode alimentar as fofocas de que ela não faz nada por ser a mulher da chefe.

Desliguei a luz e fechei a porta, logo indo ao quarto de Nate, onde ele passava o pente pelos cabelos e sorriu quando me viu.

- Você é forte, papa.

- Por quê?

- Carrega a mama sozinha.

- Sua mama é bem leve, pequeno. Pedi uma pizza para nós. Está com fome?

- Muuuuita, papa.

Descemos as escadas e depois de algum tempo, o pedido chegou. Estávamos comendo e ele contava sobre o teatro.

- Papa... se eu fizesse um papel de menina na peça... o que você faria? - Eu o encarei por vários segundos, formulando a frase na minha cabeça e imaginando não falar nenhuma bobagem.

- Nada, filho. É normal fazer isso em teatro.

- Os outros pais iam me chamar de um monte de coisas.

- Os outros pais não sabem de nada. Eu sou sua mãe e quero seu melhor, baby. Se te fizer feliz teatro, os outros que se roam, você vai fazer teatro e vamos estar na primeira fileira, aplaudindo você. Sua bela mãe e eu. Mas você nem devia me perguntar essas coisas, filho. Você é muito novo para se importar com o que os outros dizem. Sua mãe e sua irmã estão cuidando disso.

- Valeu, papa. Você é a melhor mesmo. - Ele me abraçou e ficamos assim por um tempo.

- Você que é o melhor filho, baby. Eu te amo muito.

- Nem sou. Você queria que eu jogasse basquete como a Amy. - Revirei meus olhos e beijei o topo da cabeça dele.

- Que graça teria se dos dois fizessem a mesma coisa? Eu amo os dois, amo o que ela faz e amo o que você faz, baby. Você anda muito questionador ultimamente.

- Não é isso, papa.

- Sei que não é. Não ligue para o que os outros pensam, baby. Se você está bem com o que faz, é isso que importa.

- Você queria um menino normal.

- Meu Deus, filho. Você é normal, quem anda falando essas bobagens para você. Olha, semana que vem eu vou ao seu ensaio, marquei meu Pilates pra outro dia, eu posso te levar para a escola todos os dias, vou te carregar na minhas costas como o rei que você é pra mim. Sei que tenho trabalhado muito ultimamente e acho que isso está nos afetando. Vou mudar.

- Sério? Todos os dias?

- Sim. todos os dias. - Ele sorriu enorme, o mesmo sorriso de Lauren, os mais lindos do mundo, em minha opinião, e assentiu. Ele não disse mais nada, mas o sorriso não saiu mais dali.

* * *

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Sweet YouthOnde histórias criam vida. Descubra agora