Camila Cabello | Point of View
— Que droga! – Eu levei a mão à testa. — Emma contou para minha mãe. Nunca vou ter paz.
— Mãe? – Assenti. — Nunca me falou nada sobre ela. Nem Amber comentou nada sobre os avós.
— Minha mãe é uma senhorinha difícil. Sempre foi e com a idade ficou pior.
— Vocês não convivem?
— Não. Ela não gosta de receber ninguém na casa dela e os pais de Emma não gostam de mim. Amber foi muito mimada por eles quando era nova, mas foram se afastando conforme ela crescia. – Lauren já tinha comido metade da pizza. — Estava com fome mesmo, baby.
— Sim. Sinto muito por sua mãe.
— Eu pensei que depois de perder meu pai e minha irmã, nossa relação iria melhorar, mas depois da aproximação drástica, teve um afastamento mais drástico ainda. Foi só naquele momento que servi e depois virei a Camila pensa com a pau de novo.
— Estraguei sua vida, amor?
— Não! Você me fez lembrar o que é ter uma vida. – Ela beijou minha bochecha e depois me deu pizza na boca.
×××
Na segunda, deixei Lauren na faculdade e corri para casa da minha mãe. Fiquei um tempo em frente aos portões de ferro até liberarem minha entrada.
Ao entrar ali, não pude evitar lembrar a única pessoa que abria um sorriso enorme ao me ver ali... Sofia. Ela era um soprinho de esperança... via uma vida mais leve nos olhos dela... ela me admirava de alguma forma e mesmo não entendendo o porquê disso... eu adorava quando nos encontrávamos.
Minha mãe... já com as marcas dos anos no rosto, não mudava a expressão em me ver... não parece que faz anos que ela não autoriza minha entrada aqui. Ela sempre teve o temperamento difícil e sabendo que não podemos discutir com pessoas idosas, isso piorou.
— Oi mãe.
— Sente-se Camila. Quando você iria falar que se separou?
— Quando você me recebesse?
— Você tem o que nessa cabeça, Karla Camila? Quer me matar de desgosto?
— Eu sou maior de idade, mãe. Pago minhas contas, as da minha filha e as suas. Não preciso pedir permissão para nada. – Emma chegou.
— Oi senhora Cabello.
— Oi minha filha. – Revirei os olhos. Elas se abraçaram e depois Emma sentou. — Como está com tudo isso?
— Um pouco tonta com tudo.
— Eu entendo... Camila, eu quero uma explicação. Porque se separou da mãe da sua filha?
— Ela não te contou? Eu a peguei chupando o pau do Justin e descobri que eles têm um caso desde o tempo de faculdade dela. – Minha mãe ficou me olhando por um tempo.
— Isso é verdade? – Ela perguntou para Emma.
— Sim. Mas eu estou muito arrependida e quero retomar nosso casamento. – Eu neguei com a cabeça.
— Pronto. Ela se arrependeu e pediu desculpas. Agora volte para casa e deixe sua ninfeta. Estou cansada das suas burradas, Camila. Você engravidou Emma e a fez perder a juventude cuidando de uma criança... ela é sua responsabilidade.
— Você não existe. Eu falo que ela me traiu e tudo bem, né. Se fosse eu, vocês me crucificariam. Eu não vou voltar com Emma. – Eu levantei. — Porra mãe! Você fala como se eu tivesse pegado a Emma a força... como se eu quisesse engravidá-la. Não estava nos meus planos, mas depois do choque inicial, eu fiquei lá... eu ajudei Emma em tudo, e nossa filha já é uma mulher. Isso é tão injusto, fiz tudo que estava ao meu alcance e sempre dei liberdade para Emma fazer o que quisesse... eu não estou cobrando, mas ela fez faculdade com a minha ajuda financeira e fora o fato Amber, pois “EU” cuidava dela sozinha enquanto ela estava fodendo com meu melhor amigo... parem de ser injustas comigo. Não devo satisfação para ninguém... só me deixem em paz. – Eu disse.
— Sempre pensando com o pau, Camila. Essa garota vai cansar rápido de você e o que você vai fazer?
—Qualquer coisa... menos voltar com Emma. – Eu sai da casa. E quando estava entrando no carro, Emma me puxou.
— Camila...
— Que porra, Emma... me deixe em paz.
— Sério Camila. Você perdeu a admiração da sua filha. É isso que você quer?
— Se ela se importasse comigo de verdade, aceitaria minhas escolhas e me apoiaria. Eu apoiei vocês por dezoito anos... porque
não posso viver um pouco para mim agora?— Você estava certa... não paro de pensar no dia dezesseis.
— Esquece o dia dezesseis e todos os outros. Você não tinha que meter minha mãe disso. – Lembrei do dia dezesseis.
~Flashback On~
Eu esperei meu pai vir pegar Amber e preparei um jantar. Enchi a sala de velas e enfeitei a mesa com flores. Fiz macarrão e estrogonofe, pois ela ama e fiquei esperando Emma. Ela chegou e estranhou.— Velas?
— Sim. – Eu fui beijá-la, mas ela virou o rosto e me entregou o casaco. — Fiz um jantar especial.
— Legal. – Ela disse e começou a subir as escadas.
— Não vamos jantar?
— Eu vou tomar um banho. Depois eu desço.
— Bom... depois de vinte minutos, as velas foram enfraquecendo e depois de uma hora... elas terminaram. Juntei todas e liguei a luz. Tive que esquentar o jantar de quinze em quinze minutos e depois de duas horas e meia ela voltou, mas estava com a mesma roupa. Começamos a comer.
— Sua massa e seu estrogonofe estão passados.
— Eu fiquei esperando você por duas horas, aqueci eles no microondas. Desculpe.
— Tanto faz. Não estou com fome mesmo. – Ela disse empurrando o prato. — E a Amber?
— Está com meus pais.
— Você sabe que sua mãe não gosta de ficar com ela. Porque isso tudo?
— Emma, eu estava pensado... nós não agimos como um casal normal. Nós temos um laço eterno... podemos tentar. Lembra como éramos na sua gravidez? Vamos tentar Emma.
— Você quer transar? Podia ter só pedido.
— Não, Emma. Não é só sexo... quero assistir filme e ficar abraçada. – Ela riu. — O que foi?
— Pelo amor, né? Porra! Nem parece que você tem um pau enorme no meio das pernas. Quer dormir de conchinha também? – Eu fiquei triste e envergonhada, então peguei os pratos e os levei para pia. — Sua surpresa tem mais alguma parte?
— Não. Foi uma ideia estúpida e não vai se repetir. Essa é a última vez que tento fazer algo por nós duas. – Eu disse e peguei as chaves do carro.
— Vai aonde?
— Buscar Amber. Você está certa, minha mãe não gosta que ela fique lá.
Fui o percurso inteiro me condenando por ter me exposto tanto.
~Flashback Off~
Entrei no carro e corri para casa. Queria chorar, estava com saudade da minha irmã e mesmo com o jeitão autoritário, me sentia mais protegida perto do meu pai. Depois me condenei por ter quase quarenta anos e ser tão fraca.
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Sweet Youth
Fanfiction"Você é mais nova! Isso é uma loucura... Você é amiga da minha filha! - Eu queria muito aquilo. - Você tem que me deixar em paz!" - Camila Cabello "Quantos você... você quer isso, senhora Cabello... tanto quanto eu... - Podia ver o quanto ela estava...