Capítulo 31 - Está tudo bem

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Camila Cabello | Point of View




Era quase meio dia e eu estava chorando do mesmo jeito. Não controlava mais. Minha mãe é a única família que me restou e ela não gosta de mim, nem finge e nem tenta.

~Flashback On~


Eu estava no meu quarto, Sofia pulava na minha cama e eu tentava agarrar as pernas dela, quando conseguia, a puxava para meu colo e a enchia de cócegas. Meu pai entrou no quarto.

- Vai ver sua mama, Sofi. Preciso conversar com a Kaki. - Ela me beijou e saiu correndo. - Como você se sente?

- Confusa. Gosto da Dakota, ela está com o Justin, mas me encara e sorri às vezes, Emma está grávida e todos me odeiam.

- Eu não odeio você. Eu amo. Os pais de Emma me ligaram agora... eles a expulsaram de casa.

- Que merda! Todos estão agindo como se fossem impecáveis e nunca tivessem cometido erros.

- Sua mãe achou a punição justa e vai fazer o mesmo com você. Desculpe filha.

- Tudo bem. - Eu sabia que se minha mãe falar... ninguém a contrariava.

- Eu consegui um emprego pra você, meio turno e por tudo que é mais sagrado, não pare de estudar e nem deixe a Emma fazer isso. - Ele saiu do quarto e voltou com uma bolsa enorme. - Aqui tem uns mantimentos e uma quantia em dinheiro para você se manter até receber. Aqui está o endereço do seu emprego, o telefone de uma amiga que pode te ajudar a alugar uma casa. - Ele me abraçou. - Desculpe por não ter te instruído melhor para a vida. Sei que você não gosta tanto assim da Emma, mas agora ela precisa de seu apoio. Então esquece a Dakota e tente com a Emma. Agora ela é responsabilidade sua, pois perdeu todo o apoio dos pais.

- Obrigado pai. Desculpe te decepcionar.

- Não decepcionou, filha. Filho é uma bênção. Você vai ver isso.

Arrumei outra bolsa com minhas roupas e me despedi de Sofia. Minha mãe nem me olhou e quando botei o pé pra fora de casa, Emma me ligou.

- Mila... - Ela estava chorando.

- Fique calma, Emma. Você está aonde?

- Na frente da minha casa.

- Estou chegando aí.

Peguei minha bicicleta, arrumei minhas bolsas sobre ela e comecei a caminhar até a casa dela. No caminho, liguei para a amiga do meu pai e ela ficou de retornar se arrumasse algo. Cheguei à casa de Emma e ela estava sentada na varanda. Correu até mim e me abraçou.

- Seus pais te expulsaram também?

- Sim. Mas vamos ficar bem. Estou esperando uma ligação. - Fiquei acariciando os cabelos dela.

Depois de uma hora, ela conseguiu uma casa e nos deu o endereço.

Caminhamos um pouco e ela cansou. Peguei as bolsas e coloquei nas costas. Me senti um camelo com cinco bolsões nas costas.

- Sobe. - Ela subiu na bicicleta e eu comecei a empurrar.

- Você sai cansar. - Coloquei duas bolsas no ferro da bicicleta.

- Só segure elas, já estamos chegando. - Eu menti, não iria a deixar caminhar oito quadras.

Quando chegamos, não sentia minhas costas, muito menos minhas pernas. Havia uma mulher nos esperando e deduzi que fosse a que conseguiu a casa. Ela não queria nos alugar, pois éramos menores de idade. Tive que falar o nome do meu pai e pagar dois meses de aluguel adiantado, por uma casa que nem era tudo isso.

- Pelo menos temos um colchão. - Eu disse caminhando pela casa vazia.

- Uma noite de sono iria cair bem. - Ela disse. Eu levantei o colchão e comecei a bater nele, para tirar o pó. Depois pequei umas roupas de cama, que meu pai havia deixado na bolsa dos mantimentos.

- Está com fome? - Ela assentiu. - Na minha mochila tem algo. - Ela procurou e pegou um salgadinho. - Eles podiam
ter deixado uns travesseiros também.

- Sim. - Ela disse sorrindo. Ela deitou e eu me deitei de frente pra ela, depois de trancar a porta da frente.

- Vai ficar tudo bem. Meu pai me deu uma boa quantia, podemos comprar uns móveis essenciais e ele me arrumou um emprego. Vamos ficar bem.

- Posso trabalhar também.

- Não. Você só estuda. Vamos conseguir.

- Você vai parar de estudar?

- Por enquanto não. Vamos ver o que acontece depois. - Ela se inclinou e me beijou.

No outro dia, fomos para a escola. Depois eu fui trabalhar, no final do dia, estava exausta e tive a confirmação de que não seria nada fácil.

~Flashback Off~


Hoje eu vejo que podia ter processado eles, mas na época acho que não o faria, por causa do meu pai. E no fim... tudo acabou bem... nos viramos muito bem.

Levantei e fui para área externa, meu apartamento ficava na cobertura e podia se observar toda a cidade. Fique ali pensando em tudo que passamos para Amber ter uma infância digna e ela simplesmente me chama de patética, virando as costas para mim e julgando meu amor.

Meu celular tocou. Era Lauren.

- Camz?

- Oi amor.

- Está tudo bem entre nós?

- Claro amor. Porque não estaria?

- Amber disse que você nunca seria contrário a sua mãe... e que ela nunca nos aceitaria.

- Está na faculdade?

- Sim. Vim ao banheiro para ver se estamos bem, pois quase não me concentrei mais depois que Amber disse que você me deixaria.

- Eu nunca vou te deixar, menina. Estarei esperando você na saída.

- Não vejo a hora de te abraçar e sentir que está tudo bem.

- Esta tudo bem. Te amo.

- Também te amo.

Ela encerrou a ligação e eu fui lavar o rosto.


×××


Estacionei o carro na faculdade e escorei meu pé nele, fiquei esperando ela. O sinal tocou e Amber apareceu.

- Oi mãe. Bom... a vovó deve ter conversado com você, né. Então agora que você vai parar com essa bobagem, soube que abriu uma pizzaria nova no centro. Podemos jantar lá e depois assistir alguns filmes. - A outra colega delas se aproximou.

- Sra Cabello. Como você está?

- Bem.

- Ainda com aquela pessoa, pois... - Eu parei de escutar tudo a minha volta quando Lauren entrou no estacionamento do campus. Caminhei até ela e a beijei, ela ficou um pouco surpresa, mas largou a mochila e circulou meu pescoço com os braços dela. A abracei pela cintura tão forte, que uma agulha não passaria entre nós. ouvimos alguns gritos e algumas pessoas bateram palmas.

- Então... - Colei nossas testas. - Está sentindo que está tudo bem?

Sweet YouthOnde histórias criam vida. Descubra agora