Capítulo 37 - Egoísta

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Lauren Jauregui  |  Point of View





— O que aconteceu, Camz? – Ela foi para cozinha e pegou água na geladeira.

— Não aconteceu nada.

— Como não? Seu celular está estilhaçado no chão.

— Ela nem se lembrou do meu aniversário.

— E porque ela ligou?

O idiota do seu ex quer pedir ela em namoro e quer que uma das mães dela vá. Só esperou um ano o babaca, mas a Emma não está na cidade e ela queria que eu fosse. Mas ela não quer que você vá. Voltamos ao inicio deste circulo vicioso. – Eu a abracei e beijei demorado em sua bochecha, ela relaxou um pouco o corpo e pegou meu rosto entre as mãos. — Desculpe se te assustei.

— Não se desculpe. – O meu celular tocou e era minha mãe. Atendi no viva-voz.

— Oi filha. Estamos tentando falar com Camila e não conseguimos.

— Vou passar para ela. – Tirei do viva-voz e ela pegou o celular.

— Oi Clara... obrigada... capaz... sim... obrigada... ela me faz muito mais feliz, devo a vida a ela... sim... ah... não sei... – Ela afastou o celular. — Tem problema se eu jogar golfe com seu pai?

— Não, amor. Pode ir.

— Vamos sim, Mike. Chego em uns dez minutos, é perto do meu apartamento. Muito obrigado. – Ela me entregou o celular. — Sua família é incrível, mas nunca esqueço o soco no olho que seu pai me deu. – Eu gargalhei.

— Agora ele te venera. O mundo dá voltas.

— Eu amei o convite, mas queria aproveitar com você hoje. – Ela disse me abraçando.

— Eu também, mas vai ser legal fazer algo diferente.

— Sim. – Ela beijou minha testa. — Vou pegar meus tacos.

Ela se arrumou, ficando muito sexy com a roupinha do golfe e saiu.

Existem momentos na vida, em que nos curvamos a certas situações, mas hoje eu não consegui fazer isso. Peguei as chaves do meu carro e dirigi até a casa de Amber.

Ela atendeu a porta e eu entrei.

— Nossa. Com licença, mal educada.

— Essa casa é da Camila, todos sabem disso, eu entro como eu quiser aqui.

— O que você quer aqui?

— Olhar nessa sua cara escrota e dizer: Você não merece a mãe que tem.

— Sai da minha casa, pode mesmo ser da MINHA mãe, mas você não tem direito de chegar aqui e surtar.

— Tenho sim. Cara... você não sabe como ela se esforçou por você? O quanto que ela só pensou em você a vida dela inteira?

— O que você tem com isso?

— Eu tenho que eu me preocupo com ela. Você não podia fazer isso com ela.

— O que eu fiz de tão grave?

— Você esqueceu a porra do aniversário dela, sua imbecil. Isso que você fez. – Ela ficou séria e olhou o celular.

— Não... como?... que merda!

— Sim. Uma enorme merda! Eu te odeio tanto, eu gostava de você, sabia que você era mimada e tal, mas isso ultrapassou todos os limites. Você é o tipo de merda de ser humano que só dá valor quando perde. E nem adianta ligar para ela... se você se atrever eu conto que vim avisar você.

— Mas eu...

— Não tem desculpa. Sabe quantas pessoas sofrem por terem pais viciados, ou alcoólatras, ou até mesmo aqueles que trabalham demais e nunca ficam em casa. Sabe o que eles pedem? Uma pessoa como a Camila. Que está sempre lá pra você, sempre pensando em você... ela nunca me colocou a frente de você, mas você é egoísta demais para notar isso. Queria muito que você fosse um pouco melhor, mas você nunca vai aprender, pensei que depois daquela conversa na festa, você mudaria, mas é a mesma egoísta de sempre. Espero muito que a Camila, depois de hoje, mude muito em relação a você. E eu não era uma pessoa que me metia nesse assunto, mas agora vou... não vou ver o meu amor sofrer por quem não vale à pena.

Eu sai dali com um peso a menos nas costas. Cheguei ao apartamento de Camila e comecei a arrumar tudo, ela é uma fofa romântica e safada, vai gostar da surpresa.




Camila Cabello  |  Point of View




Acertei uma tacada e a bolinha caiu na água... novamente.

— Você não está concentrada. Aconteceu algo?

— Não. – Ele deu uma tacada e a bola caiu no terreno de areia em torno do buraco. – Bela tacada. Acho que vamos acabar o jogo.

— Provavelmente. – Ele caminhou até a bandeira e acertou. Voltando para onde eu estava.

— Gostei da partida. Foi bom distrair um pouco.

— Você não costuma ser fácil de derrotar assim. Alguma coisa aconteceu.

— Sei lá... só minha filha que se esqueceu do meu aniversário e pelo décimo oitavo ano seguido minha mãe não me ligou. – Ele repousou a mão sobre meu ombro.

— Família complicada?

— Sim. Eu dei um duro danado para manter Amber com todos os mimos e regalias possíveis. Agora estou recebendo minha gratificação.

— Talvez esse seja seu erro. Deu tudo que ela queria e agora ela não dá valor ao que tem.

— Nós tínhamos uma conexão... quando ela era criança, eu via nos olhos dela que era o mundo dela... foi isso que me ajudou a não desistir.

— Crianças crescem... mudam de interesses, mas você é mãe dela. Essa fase é por causa da Lauren. Vai passar.

— Bom que passe mesmo, pois deixar Lauren não está nos meus planos.

— Isso é muito bom, pois Lauren nunca se entregou tanto a alguém e se você magoá-la... vou ter que te acertar outro
soco. – Levei a mão ao meu olho e ele sorriu. — Agora vamos. Já te roubei demais dela.

Dirigi até em casa, peguei meus tacos e caminhei ao meu endereço. Abri a porta... o chão estava com pétalas de rosa e várias velas, que deixaram o ambiente cheirosinho, faziam o caminho até meu quarto. Tirei meu gorro e larguei minha
bolsa na porta, tirei o meu suéter escocês, pois estava calor e caminhei até o quarto.

Lauren estava com um lingerie preta e uma cinta liga da mesma cor. Minhas pernas bambearam, ela estava tão sexy... ela é uma mulher sexy naturalmente, mas isso dobrou de intensidade hoje.

— Uau... nossa! Você... uau. – Ela sorriu com minha falta de palavras com sentido.

— Você disse que não queria comemorar, mas acho que você merece celebrar esse dia. – Eu assenti freneticamente.

Sweet YouthOnde histórias criam vida. Descubra agora