Capítulo 24 - Velhos tempos

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Camila Cabello  |  Point of View




— Eu vou estar bem com quarenta e seis anos. Pretendo estar, mas não vou argumentar contra isso, pois penso nisso o tempo todo. Esse é só um dos obstáculos, mas eu amo mesmo a sua filha... vai soar cretino isso, mas nunca amei mulher nenhuma, minha esposa e eu nos casamos aos dezesseis anos por causa de uma gravidez inesperada e precoce. Eu poso fazer Lauren feliz... isso não conta a meu favor?

— Conta Camila, mas meu marido não vai se sensibilizar tão cedo.

— Se ela quiser... ela pode morar comigo. Eu vou fazer esse convite a ela. Eu tentarei conversar, mas com ou sem a aprovação de vocês ela pode fazer isso.

— Ela é tudo para nós, Camila. Não me tire ela.

— Se ela fosse tudo mesmo... vocês aceitariam a felicidade dela. Eu não sou uma qualquer, sedutora barata que vive
com uma e com outra. Sou digna, ganho meu dinheiro e sustento minha filha. Sou honesta e sempre respeitei a filha de vocês... é injusto o que estão fazendo comigo. – Ela ficou me olhando por um tempo. — Eu fui casada por dezoito anos com uma mulher legal, mas nunca fomos um casal real, eu suportei tudo aquilo por Amber e você nem sonha o quanto me sacrifiquei por ela. Eu fiz uma promessa quando ela entrou na adolescência e trouxe um menino que fedia para nossa casa e o apresentou como namorado. Eu disse que aceitaria qualquer pessoa, desde que ela estivesse feliz. A decisão de terminar com ele foi dela. Só ela pode decidir o que é melhor para ela. Emma e eu nos casamos por causa dos nossos pais... e o que aconteceu? Eu a peguei na cama com meu melhor amigo. É isso que acontece quando as pessoas não são felizes, elas magoam os outros para se sentirem melhores.

— Você é uma boa pessoa, Camila. Você tem minha benção. – Eu levantei e a abracei.

— Obrigada, Sra Jauregui. Não sabe o quanto isso é importante para mim. – Ela retribuiu o abraço.

— Vou conversar com Mike e qualquer coisa te ligo.

— Muito obrigada mesmo.

Depois disso, tomamos mais um café e ela me contou um pouco sobre ela, contei mais um pouco sobre mim e quando nos demos de conta, já era meio dia.


×××


Entrei na sala do médico e ele sorriu.

— Você tem vinte e um anos e quer ver se é fértil?

— Pessoas com vinte e um não podem ser inférteis? – Ele olhou minha ficha.

— Trinta e quatro anos? Está brincando...

— Não. Quero ver se posso me livrar desse martírio chamado camisinha. – Me sentei em frente a ele. Ele abriu os envelopes e começou a ler.

— Sinto muito, mas vai ter que usar camisinhas por um bom tempo... ela previne doenças...

— Eu sei, mas tenho uma namorada e somos limpas.

— Então vai ter que pedir para ela tomar pílulas se não quer engravidá-la, pois suas taxas estão ótimas... eu já fiz exames em meninos de vinte e quatro que não tinham esse vigor.

— Isso é muito bom... eu acho.

Depois disse fui para casa, tomei um banho e me atirei na cama, só de cueca e acabei pegando no sono. Acordei e Emma estava no meu quarto. Dei um pulo, pois estava sonhando com Lauren e acordei em um pesadelo real.

— Que porra é essa?

— Eu esqueci meu casaco aqui pela manhã. Eu escutei você gemendo... você está bem?

— Você tem a chave da minha casa?

— Amber me emprestou. Percebi que estava excitada e tapei meu pau com o travesseiro. — Você está sozinha? Sei lá... não sente falta dos velhos tempos?

— Emma... eu fiz exame para tudo que é doença sexualmente transmissível e não... não quero lembrar os velhos tempos. Quero esquecê-los.

— Eu não sou suja... – Ela disse abaixando a cabeça envergonhada. — Eu faço meus exames periodicamente.

— Tudo bem, Emma... só não vai rolar. Vai embora.

— Você deve estar com alguém.

— E se estiver... isso não diz respeito a ninguém. Muito menos a você.

— Só não esqueça que passamos por muita coisa juntas.

Ela disse e saiu do meu quarto, depois ouvi a porta sendo fechada com força.

Eu estava tentando sonhar com a Lauren de novo, mas a campainha tocou e eu fui atender.

— Laur? – Ela me abraçou forte.

— Amor!

— Como você conseguiu?

— Eu disse que iria vir aqui e eles não falaram nada. E caso eles venham me buscar... vou ter sentido o seu cheirinho
gostoso antes de dormir.

Eu a beijei, fechei a porta e a escorei na parede. Rocei meu membro nela e ela gemeu.

— Estava excitada?

— Sim... eu estava sonhando com você e quando acordei, Emma estava me olhando dormir.

— Ela estava aqui?

— Sim. Veio com uns papos estranhos de lembrar os velhos tempos.

— Ela vai lembrar os velhos tempos com o tapa que vou dar nas fuças dela se ela se fizer de boba. Ela perdeu... ela teve dezoito anos para aproveitar das maravilhas que você faz e não quis... agora eu peguei para mim e não vou soltar mais.

— Isso quer dizer...

— Quer dizer que você é minha, Camila. – Eu sorri e selei nossos lábios.

— Repete... – Ela deixou a boca próxima a minha.

— Você é só minha... pra sempre.

— Eu gosto de ouvir isso.

— Minha mãe disse que você vai me convidar para morar aqui.

— Pretendo... o que você acha da ideia?

— Não quero ser sua nova cadeia, Camz. Acho que devemos ir com calma. Você já namorou alguém?

— Não... só a Emma.

— Então... – Eu baixei os olhos, um pouco frustrada. — Não fique assim.

— Estou bem... só me sentindo um pouco idiota.

— Não se sinta... só estou nos prevenindo.

— Se você diz.

— Hey... não fique assim. – Ela disse segurando meu rosto entre as mãos.

— Não faça isso... não fale comigo como se eu tivesse dois anos de idade.

— Desculpe. – Ela disse levantando as mãos e se afastando. Ficamos nesse silêncio por um tempo...

— Eu só fiquei frustrada. Desculpe... isso é novo pra mim... nunca senti isso de querer estar perto da pessoa vinte e quatro horas por dia. Acabei exagerando.

Eu a puxei pela nuca, nos beijamos e eu a levei para meu quarto.

Sweet YouthOnde histórias criam vida. Descubra agora