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Pov Sana





2 Semanas depois.

— Caralho, porra! – Falei apressadamente arrumando minhas coisas no dormitório. – Entra nessa merda! – Tentava a qualquer custo colocar um moletom numa mochila que claramente era pequena demais pra isso.

— 'Tô achando que vou ter que internar ela, Momo. – Nayeon falou apontando pra mim, mas minha amiga não respondeu.

— Por que? – Perguntei.

— Olha o tamanho da bolsa, Sana. – Riu. – Isso só vai entrar se você arrombar o zíper.

— Caralho, verdade. – Bati a mão na testa. – Não tenho uma maior.

— Claro que tem. – Minha melhor amiga finalmente se juntou a nós. – E aquela ali? – Apontou.

— É feia. – Voltei a tentar guardar o moletom.

— Quanto tempo até ela desistir? – Momo falou pra Nayeon.

— Chuto 3 minutos e você?

— 4 minutos. Valendo!

— Vocês são idiotas! – Respondi. – Perderam. – Busquei a bolsa que não me agradava, mas servia. – Vou usar esta.

— Droga! – Falaram ao mesmo tempo.

— Beleza. – Ajeitei o que precisava e fui saindo. – Me desejem sorte.

— Não traumatize as crianças! – Disseram.

É, crianças. Bati o pé e disse ao meu pai que não iria viajar para lugar algum e tive que arcar com as consequências. Mudei de vez para o dormitório da faculdade, ter namorado a filha dos donos do campus tem suas vantagens. E arrumei um emprego, afinal preciso me bancar e bancar os estudos também.

O emprego? Bom, está resolvido. Eu agora sou babá de duas crianças de 4 anos. Gêmeos.
Sendo sincera, não é difícil, até gosto. O único problema é trabalhar com Yeri me checando vez ou outra. É um pouco sufocante, de certa forma.

Ah, Yeri. Ela soube da minha situação e comentou que precisavam de babá na casa dela. Sim, os gêmeos que cuido são irmãos dela.

São ótimos, realmente amo crianças. Nós brincamos, assistimos, eu basicamente volto a ter 4 anos quando estou perto deles. É terapêutico. Diferente da irmã dos gêmeos... Essa tenho que aturar se quiser manter o salário no fim da semana.

[...]

— Soobin! – Elevei o tom de voz. – Não pode subir aí, você sabe.

— Desculpa, tia Sana. – Chegou perto de mim com o olhar mais sofrido do mundo e eu quase derreti. – Mas a culpa foi do Yeojung, não minha! – Apontou pro irmão e deu a língua.

É esse o máximo de trabalho que tenho: resolver algum conflito entre os dois. E é fácil. Uso uma tática infalível que minha mãe usava comigo e Mina.

— Se abracem pedindo desculpas quando eu contar até 5, senão vocês não poderão comer a sobremesa. – Assim o fizeram.

Era hora de colocá-los para assistir, assim eu poderia relaxar um pouco. Yeri estava em seu quarto, o que fazia com que eu descansasse de fato. Os coloquei no quarto e fui curtir um tempinho de preguiça.

Ao me sentar no sofá da sala de visitas, ouço o interfone tocar, estou próxima, então atendo.

— Quem é? – Perguntei.

Não tem câmera nisso? – Falou indignada. – Estava fazendo uma ótima pose!

— Dahyun, o que faz aqui? – Falei rindo. – E sim, têm câmeras, só não as liguei.

Velha Roupa Colorida | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora