36.

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Pov Dahyun



Saí às pressas até a casa de Chaeyoung. Meu coração estava apertado por ela, sabia como a encontraria e isso só me deixava mais preocupada. Não conseguia acreditar que Mina tinha feito isso, muito menos que tinha sido com Momo.

— Oi, tia Seoyun. – Falei assim que abriu a porta. – A Chae está?

— Lá em cima. – Deu passagem para que eu entrasse e assim o fiz.

Não disse mais nada, ia subir as escadas rapidamente atrás da minha amiga e consolar a mesma, mas meu braço foi agarrado assim que coloquei o pé no primeiro degrau.

— Dahyun? – Olhei em sua direção. – Não sei o que aconteceu de fato, ela não quis me contar, mas foi algo com aquela menina que ela costuma sair. Veja se descobre e consegue ajudar, sim? – Fez uma cara quase que implorando para que eu resolvesse tudo.

— Vim aqui pra isso. – Tentei soar confiante, mas não estava de fato. Só quis deixá-la tranquila.

Depois que ela assentiu e soltou meu braço, eu finalmente voltei a subir a escada e cada vez que ficava mais alto, maior era minha preocupação. Cheguei no corredor e pude notar um silêncio absurdo ali.

Não era do perfil de Chaeyoung chorar alto, fazer escândalos ou coisa parecida, mas silêncio absoluto era realmente inusitado.

— Chae? – Bati de leve na porta já abrindo a mesma. – Posso entrar? – Ela assentiu e assim o fiz.

Adentrei seu quarto e notei tudo organizado, pelo menos ela não surtou. A coreana estava deitava de bruços na cama com a cara enfiada no travesseiro e tinha fones de ouvido em seu pescoço. Os mesmos eram altos o suficiente para que ela não precisasse usar no lugar certo.

— Como você está? – Perguntei me sentando na cama dela.

— Dubu, não sei se quero conversar.

— Já sei o que aconteceu, Chae. – Coloquei minha mão sobre sua perna e fiz um leve carinho ali. – Me diga como foi a conversa, hm?

— Como sabe?

— Sana me contou, foi isso que ela foi fazer mais cedo. Só soube agora e vim correndo.

— Então já sabe que fui corna. – Ela forçou uma risada, mas saiu mais triste do que o planejado.

— Como foi a conversa?

— Eu terminei com ela.

— O que? – Me espantei e meu tom de voz denunciou isso. – Por que?

— Não está óbvio? – Finalmente se virou pra mim, nisso pude notar como seu rosto estava inchado e vermelho. – Ela me traiu, Dahyun. Não posso perdoar isso.

— Não julgo. – Dei de ombros. – Só achei que não fosse ser tão rápida a decisão.

— Não consegui falar muito... – Sua voz quis falhar. – Sabe, quando ela introduziu a conversa já senti uma pontada no peito, mas não imaginei que seria algo do tipo. – Lágrimas caíram de seus olhos. – Achei que ela me amava...

— Ela ama, cara... – Não consegui pensar em nada mais pra falar.

— Não ama. – Ficou séria. – Caso contrário não teria feito isso.

Não ia expor minha opinião sobre isso nesse momento. Agora é a vez da minha amiga sentir a dor, entender e deixar o sentimento vir. Não ia dar sermão, ou entrar num papo cabeça numa hora dessas.

Ouvi tudo que ela tinha pra dizer, cada detalhe do que Mina havia lhe contado, a relação da mesma com Momo, o fato trágico da noite anterior, tudinho. E em todos os momentos senti uma raiva somada com tristeza me consumir.

Velha Roupa Colorida | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora