2.

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Pov Sana





Meus olhos estavam cansados, minha cabeça doía e eu não conseguia mais assimilar as palavras corretamente. Passei horas lendo a droga de um livro que não estava interessada. Li quase tudo e não absorvi nenhuma informação e nem consegui esquecer o que tanto queria. Odeio brigar com meu pai. Odeio que ele se mete em tudo. Odeio como sempre me culpo por ficar chateada com ele. Odeio o amar tanto.

— Vai ficar na cama o dia inteiro? – Minha mãe perguntou preocupada.

— Vou sair com a Nayeon e a Momo hoje à noite, tudo bem?

— Sim. Por quê sua irmã não vai com vocês?

— Mina vai sair com o namorado dela. – Revirei os olhos, mas sem deixar que ela notasse. Odiava mentir para minha mãe, mas não queria que minha irmã passasse pelo que eu passei. – Pode me dar dinheiro?

— E sua mesada?

— Acabou.

— Sana! – Me repreendeu. – Peça ao seu pai.

— Esquece. – Me levantei da cama abrindo a porta do meu banheiro indicando que não queria mais papo. – Vou dormir na Momo hoje.

— Até quando vai ficar chateada com ele? – Perguntou sabendo que não iria responder.
Fechei a porta do banheiro e ela saiu do meu quarto.

[...]

A campainha tocou e eu desci as escadas querendo ao máximo evitar contato com meu pai ou qualquer um que quisesse papo comigo. Infelizmente quando cheguei na sala Momo e Nayeon já estavam nela e meu pai se aproximava.

— Vai sair, Sana? – Ele pergunta.

— Sim.

— Quando parou de ter consideração por mim? Não me conta mais nada...

— Não parei. Desculpa. Agora preciso ir, sério.

— Tome cuidado. – Ergueu a mão me entregando uma generosa quantia em dinheiro. O suficiente para que eu me divertisse a noite toda e mais um pouco. Peguei sem contestar, fiz uma pequena reverencia em agradecimento e saí.

— Boa noite, senhor Minatozaki. – Minhas amigas disseram quase ao mesmo tempo e saíram logo atrás de mim.

Aquilo tinha mexido comigo. Aumentou mais minha culpa sobre o que aconteceu, eu só consegui ficar séria e quieta desde que entramos no carro de Momo.

— É sério que você pediu desculpa pra ele mesmo depois de tudo? – Nayeon quebrou o silêncio. – Sabe, o cara não tem o direito de te chamar de nojenta por namorar uma mulher e depois fingir que não fez nada.

— Eu... Eu só não sei o que sentir. – Minha voz falhou.

— Eu sei. Devia sentir raiva. Seu pai é um cuzão, Sana, com todo respeito.

— Nayeon... – Momo quis intervir, mas sem sucesso. Ouvir aquilo me incomodou, apesar de tudo ele é o meu pai e eu o amo, mas não falei nada.

— Eu realmente achei que ele fosse me deixar em paz se eu namorasse alguém que de seu gosto. Eunha sempre foi como uma filha pra ele. Meus pais e os dela são amigos há tempos, sabe?

— Ele gosta de Eunha como filha. Filha. Não como nora. – Foi a vez de Momo me dar um banho de água fria. – Nem você gosta tanto dela assim.

— Momo! – Gritei, arrancando quase uma pergunta de Nayeon, mas que foi interrompida, graças aos deuses, porque acabamos de chegar na casa de Tzuyu.

Velha Roupa Colorida | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora