33.

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Pov Sana




— Vai falar? – Perguntei incisiva.

— Primeiro, calma. – Se aproximou de mim, mas eu recuei.

— Não chega perto.

— Que isso, Sana? Eu não vou te fazer mal.

— Então fica onde está. – Falei séria. – Por favor.

— Ok...

— Por que fez isso comigo?

— Eu odiei te ver com ela, fiquei louca de ciúmes. – Não conseguia me olhar nos olhos. – Eu... Eu me arrependo tanto disso.

— Das mensagens?

— Sim.

— Mentira. – Me aproximei dela, tocando em seu rosto a forçando olhar pra mim. – Agora há pouco me mandou torpedos anônimos de novo... Que arrependimento repentino e falso é esse?

— Eu estou realmente arrependida.

— Você só sente muito eu ter descoberto... – Suspirei. – Quando foi que você virou isso? – Falei sem pesar. – Nos conhecemos há anos e jamais imaginaria que fosse capaz de algo assim.

— Você fala como se eu tivesse feito um mal gigante.

— Além de me importunar com essa brincadeira de criança, você contou sobre minha saída da faculdade. Tem noção do problema que gerou?

— O que aconteceu? Eu não fazia ideia.

— Se pensasse um pouco, saberia. Você conhece meu pai, sabe de todo o perrengue que passo com ele e ainda piora tudo. O que queria com tudo isso? Que magicamente eu começasse a te amar de um jeito romântico?

— Não...

— O que, então?

— Só não queria que ficasse com a Dahyun.

— O que ela te fez?

— Foi depois que ela apareceu que tudo deu errado entre a gente.

— Eunha, nós só demos certo na sua cabeça. – Ri irônica. – Eu sempre odiei o fato de ser sua namorada, nunca funcionou pra mim. Éramos ótimas como amigas.

— Que seja, Sana. Ao menos você fingia. Depois de Dahyun, você só me machucou, não pesava as palavras e não duvido que tenha me traído.

— Isso de novo? Você é patética.

— Se não me traiu, tenho certeza que teve vontade.

— Nisso você está certa. – Comecei a me irritar. Já me preparava para brigar, mas um pico de lucidez me ocorreu. – Não quero discutir isso, já passamos dessa fase.

— Por que me trancou aqui, então?

— Quero saber o motivo dessa palhaçada. – Me referi às mensagens.

— Já respondi.

— Se for só isso, então, espero que se encerre hoje.

— De onde surgiu essa coragem toda?

Usou um tom de deboche, o que mais me doeu do que irritou. Olhei nos seus olhos por uns segundo antes de retrucar, sua face era serena, sua expressão era de desdém. Não consigo descrever o desprezo que senti por ela naquele instante.

— Não acredito que disse isso...

— O que? – Fingiu. – Você sempre foi fraca, nunca falou a verdade e pior, sempre se curvava pro seu pai. Agora, do nada, vem cantar de galo? – Riu. – Por favor...

Velha Roupa Colorida | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora