49.

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Pov Sana



— Quem está aí? Sana, filha, é você? – Ouvi juntamente de uma tentativa de abrir a porta.

Paralisei.

Fiquei tensa, pensei em mil coisas ruins que poderiam suceder aquilo e como tudo poderia estar perdido definitivamente. Han Dong tinha uma expressão séria, mas que se podia notar um nervosismo presente, mesmo que em pequena escala. Foi a primeira vez que notei tensão da parte dela.

Não tinha escapatória. Meu pai estava do outro lado da porta, irritado e forçando para conseguir abri-la. Era estranho tentar entrar em seu escritório e não conseguir por estar trancado e, o pior, não foi você quem o trancou.

— O que a gente vai fazer? – Han Dong perguntou baixinho me olhando nos olhos, mas seu foco desviava devido ao nervosismo.

— Eu não sei. – Disse sem jeito, ainda num sussurro.

— Hideko? – Bateu com força na porta e notei a maçaneta girar incansavelmente. – É você que está aí dentro?

— A gente precisa pensar em algo. – A chinesa chegou perto da porta. – Ele vai quebrar isso aqui rapidinho. – Apontou para o trinco que, apesar de resistente, não aguenta tanta insistência.

Minha mente estava um zumbido só. Alto e incômodo. Não conseguia por nada pensar em alguma solução boa para livrar a minha pele e a de Dong de tudo isso.

A olhei entregando que não havia escapatória e acho que ela compreendeu. Me aproximei da porta, pronta pra abrir e inventar a primeira desculpa esfarrapada que me ocorresse porque, apesar de tudo, meu pai não desconfiaria que eu poderia estar roubando algo dele.

— Tio Minatozaki! – Ouvi uma voz familiar e bem estridente. – Me ajuda com essa garrafa aqui? – Berrou e logo notei que tinha chegado perto da porta. – Não consigo sozinha.

— Não pode pedir a outra pessoa? Estou um pouco ocupado... – Estavam perto demais da porta, por isso era possível ouvir todo o diálogo.

— Não achei o abridor. – Um golpe certeiro. Meu pai é muito vaidoso com seus itens de cozinha e adega. – Vi somente um largado na lata de lixo...

— O que? – Alterou a voz e notei sua preocupação. – Tem certeza disso, menina?

— Não muita... – Reconheci a voz. Era Nayeon. – De qualquer forma, melhor conferir, certo? – Ouvi seu risinho sapeca.

— Certo, certo... – Bufou. – Venha, Im, vou abrir isto.

Imediatamente minha consciência relaxou e quase gargalhei de alegria. Fui salva nos 45 do segundo tempo. Agradeci quase externamente por Momo ter fofocado sobre meu plano com a mais velha mais cedo e logo me preparei para sair daquela sala.

— Isso foi por pouco, nossa! – Han Dong disse suspirando alto ao destrancar a porta. – O escritório está do mesmo jeito que encontramos, certo?

— Com certeza está. – Respondi passando pela porta.

— Conseguiram? – Momo nos perguntou ao nos encontrar no corredor.

— Claro que conseguimos! – Sorri satisfeita e virei de lado para mostrar o notebook escondido em minha roupa.

— Mas quase que tudo vai para o brejo. – Han Dong começou. – Vocês viram?

— Óbvio! – Tzuyu respondeu de imediato. – Se a velha não tivesse tão curiosa sobre, vocês nunca teriam sido salvas pelo gongo.

— Onde ela está, inclusive? – Perguntei. – Preciso agradecer a agilidade dela...

Velha Roupa Colorida | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora