53.

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Pov Sana



Depois de cumprimentar Dahyun e sentir o clima estranho, porém bom e ao mesmo tempo ruim, se é que isso é possível, catei uma cadeira e sentei um pouco perto da Kim.

Momo estava sentada do lado esquerdo de Dahyun e eu ao lado de Momo, assim nos dando uma distância segura e que, ao meu ver, não deixaria um clima pesado.

Engano meu.

— Onde você vai? – Ouvi Chaeyoung perguntar assim que Dahyun se levantou e deu as costas pronta para sair.

— Já volto. – Respondeu a Kim, curtamente e saiu.

— Isso tudo por sua causa? – Momo virou para mim e perguntou em um sussurro.

— Não sei, mas espero que tenha sido. – Sorri involuntariamente já tramando meus próximos passos.

— Vai atrás dela, então.

— Não. – Falei de imediato. – Só vou conversar com ela mais tarde.

— Quando estiver bêbada? – Riu fraco.

— Não vou ficar bêbada, idiota. – Dei um empurrão de leve em seu ombro. – Mas quero esperar o momento certo para tentar algo.

— E quando vai ser?

— Ainda não sei, mas vai ser nessa festa. – Sorri largamente só de imaginar tudo se resolvendo.



Pov Dahyun



Saí da mesa assim que todas se sentaram. Não aguentei mais de dois minutos naquele lugar, foi sufocante, me desesperei. O pior é que não consigo explicar o porquê, nem o que sinto de fato. Queria respostas, soluções, mas só me aparecem problemas e eu sempre fujo.

Exatamente como agora.

— Dubu! – Uma voz chega até meus ouvidos com uma certa altura e sinto meu pulso ser agarrado vorazmente por trás. – Onde vai? – Era Jiwoo.

— Preciso esfriar a cabeça, sair daqui. – Respondi soltando minha mão dela.

— Você volta? – Me olhou com o cenho franzido e uma expressão de pena. Ela queria mesmo minha presença hoje.

— Volto.

— Quer que eu vá contigo?

— Preciso ficar sozinha. Você entende, né? – Ela assentiu. – Volte lá pra dentro, curta bastante e não diga a elas que me viu mal, por favor.

— Acho que todo mundo já percebeu isso.

— De qualquer forma, você não as conhece como eu. – Ri fraco pela referência que fiz. – São desesperadas, é melhor acharem que estou bem.

— Certo. – Sorriu simples. – Tome cuidado, hm?

— Sei me cuidar, Jiwoo. – Falei por fim e me virei em seguida.

Não olhei para trás até chegar no carro de Chaeyoung. Notei que Jiwoo já havia entrado novamente no local da festa e só aí adentrei o automóvel. Não avisei a minha amiga que usaria seu carro, nem me importei com a invasão. A chave estava em cima da mesa, eu saí em seguida mal e apressada, ela vai deduzir que foi eu quem pegou.

Ligo o carro e não ajusto nada. Não coloco cinto, não desligo ou ligo o rádio, nem mexo nos espelhos. Saio do jeito que entrei e com muita pressa.

Minha visão é ótima, não choro, então sigo sem problemas para enxergar. O grande empecilho não é só a minha mente que não descansa e não para de arranjar conflito, mas também o meu coração que dói de um jeito inexplicável.

Velha Roupa Colorida | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora