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Aviso legal: recomendo que leiam ouvindo "Cherry – Lana Del rey" quando ela for citada na história.

Boa leitura!

Pov Dahyun



Dois dias depois...

— Já posso vê-lo? – Pergunto animada, mas sendo contida pela minha namorada que segura firmemente o meu braço.

— Dahyun, calma. – Minha mãe diz. – Já o viu ontem, por que tanta agonia?

— Agora vou poder conversar com ele! – Quase berro, mas de novo sinto meu braço ser puxado por Sana, num lembrete de que ainda estamos num hospital e eu preciso me controlar. – Já posso ir? Responde, mãe... Já posso?

— Olá. – Era Jinyoung surgindo atrás de mim. – Soube que o Kim já acordou e já pode bater um papo. – Comentou com um sorriso largo na face. – Já o viram? Gostaria de falar com ele assim que possível.

— Minha mãe já, mas eu ainda não. – Respondi antes de todo mundo. – Não aguento mais esperarrrr. – Fiz força no som do “R” indicando o quão cansada estou pela demora.

— Por que ainda não entrou? – O Park perguntou depois de uma leve risada da minha agonia.

— Não sei se pode, então estou esperando algum médico responsável por ele aparecer. – Minha mãe disse seriamente. Aqui eu estava me sentindo como uma criança querendo algo do mercado e recebendo um “não” como resposta. – Dahyun não para quieta e nenhum dos profissionais passa por aqui...

— Não tem ninguém na sala com ele? – O homem perguntou.

— Sim, uns dois enfermeiros, mas não quis entrar para não atrapalhar algo. – A mais velha respondeu timidamente.

— Que isso, mulher? – Ele riu. – Vocês podem entrar, mas uma de cada vez. Os enfermeiros estão aí na espera da visita e provavelmente ajustando algo. Trocando o soro, as vitaminas ou algo do quarto mesmo.

— Então eu posso entrar?! – Quase saltitei ao perguntar pela milésima vez a mesma coisa.

— Pode, pode. – Respondeu rindo. – Mas não o abrace forte, seu corpo está praticamente dormente, dor ele não está sentindo, mas ainda está sensível e qualquer cuidado é pouco. – Afastou-se de nós. – Vou voltar aos meus afazeres enquanto ortopedista, daqui uns minutos venho para cá, quando vocês já tiverem o visitado, ok?

— Obrigada, doutor Park. – Minha mãe disse e se curvou. O homem fez o mesmo. Eu apenas agradeci rapidamente, fazendo uma reverência mais rápida ainda. Não dava para negar que eu estava muito empolgada.

— Dah, vou te deixar aqui e ir até o quarto que minha mãe está, ok? – Sana disse soltando meu braço. – Fico com ela até você terminar aqui.

— Ok. – Assenti. – Depois quero vê-la também. – Finalizei e logo entrei no quarto.

Vejo meu pai e ele me vê ao mesmo tempo. Nossos olhares se encontram, se entendem. É curioso que eu sempre sinta muito quando o vejo, mas não é por acaso.

Eu não sou muito mística ou tenho muita fé, mas se tem algo sobrenatural que com certeza acredito é reencarnação. Acredito fielmente que minha ligação com meu pai seja algo de outras vidas. Nós temos de estar aqui, neste plano, vivendo tudo isso e sentindo tudo isso para, quem sabe, evoluir.

Já me sinto renovada. Sinto que sou outra pessoa completamente diferente da garota que voltou para Seul para estudar e buscar justiça. Meu coração e mente sempre foram confusos, agora estão calmos. Meus sentimentos em sua maioria eram pesados, carregados de rancor, agora estão leves e pacíficos. Meu pai me ensinou isso.

Velha Roupa Colorida | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora