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Pov Sana



— Dahyun? – Falei ao me aproximar da garota, mas sem a olhar de frente, afinal a Kim estava sentada na calçada de costas para mim.

— Oi. – Respondeu de imediato, talvez nem tivesse se tocado que tinha sido eu a chamá-la. – O que quer? – Perguntou ao virar-se e me olhar finalmente.

— A gente pode conversar? – Supliquei me aproximando de seu corpo.

— Agora não, Sana. – Respondeu virando o rosto para não me olhar mais.

— Eu já sei de tudo.

— Tudo?

— Eu sei tudo o que meu pai fez, tenho provas e coloquei todas elas na mão de um advogado.

— Como é? – Me olhou com o cenho franzido e claramente perplexa.

— Depois que você foi embora... – Sentei ao lado dela na calçada. – Eu queria respostas, minha mente não parava de pensar em você... Digo, em como terminamos, e eu quis ter a certeza se você estava certa sobre o meu pai ou não.

— E o que descobriu?

— Que estava certa. – Suspirei. – Na verdade, acho que nem você imagina o tanto de merda que vi.

— Eu fico feliz que tenha acordado. De verdade. – Sorriu casto, mas não demonstrou querer continuar o papo. – Eu já vou, ok? A Jiwoo está me esperando. – Levantou.

— Espera. – Levantei junto e agarrei seu pulso. – Quando vamos falar sobre nós?

— Tem mais alguma coisa para falar?

— Dahyun, eu sei que você ainda gosta de mim. – Soltei sem medo.

— Seu ego não mudou nada, realmente. – Sorriu e eu não pude evitar de devolver o gesto. Ela estava desarmando. – Depois. Depois nós conversaremos. – Soltou a mão da minha e se pôs depois de mim, pronta para ir embora.

— Por que você foge? – Virei para ela e, como se tivesse lançado um feitiço, a fiz parar. – Eu entendo o lance do seu pai, agora entendo, pelo menos. Mas, e nós? Dahyun, por favor...

— Eu só não sei se consigo falar agora.

— Eu falo, então. – Notei seu olhar fixo no meu e sua atenção completa no que eu dizia. Ela estava ali, desarmada, frágil.

— Sana... – Tentou fazer com que o papo acabasse, mas parecia cansada demais para continuar argumentando.

— Eu te amo. – Disse de supetão e vi seus olhos arregalarem ao ouvir. – Eu te amo tanto que não consigo acreditar no que virei, sabe? – Sorri sarcástica ao falar. – Nunca pensei que minha vida fosse mudar tanto em tão pouco tempo. E pior, que a maioria das mudanças fossem danosas e me fizessem sofrer tanto, mas... Mas você, Dahyun, foi a melhor de todas elas. É que eu mais me orgulho de ter embarcado de cabeça e de ter vivido tudo intensamente. Eu amo você desde o dia que te conheci, mesmo antes de perceber que queria te beijar... – Ela riu e eu também.

— Eu... Eu... – Gaguejou.

— Não acabei. – Interrompi. – Há uma coisa que eu não mudei nesse tempo todo. Eu continuo mimada e detestando não conseguir o que quero, entende? – Ela assentiu sorrindo envergonhada e olhando para baixo. – Eu quero você e não vou ficar satisfeita com esse final.

— Eu não sei o que dizer.

— Diz que me ama, que me quer também. Me beija, me toca, me tem. – Me aproximei de seu corpo estático. – Eu estou aqui, na sua frente, entregue para você. Eu sou toda sua, Dahyun, basta você aceitar.

Velha Roupa Colorida | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora