26.

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Pov Dahyun





Sabe quando você mergulha muito fundo numa piscina ou no mar e ouve um zumbido alto no ouvido? Ou quando a TV dá problema e só sai alguns chiados dela? É o que estou ouvindo agora.

Droga, Dahyun. Droga!

Eu falei sem pensar, nem sei porquê disse isso. Foi no calor do momento, nem sei o que senti, fiz uma confusão, foi só isso. Por que eu estou argumentando com minha própria mente?

— Dahyun? – Me balançou. – Ei!

— Oi, oi. – Balancei a cabeça afim de sair da transe.

— Perguntei o que quis dizer com isso.

— Isso o que? – Talvez ela deixe de lado se eu fingir que não lembro.

— Isso que você acabou de falar.

— Falei "isso o que?".

— Antes.

— Falei "oi, oi".

— Dahyun! – Alterou a voz, mas não estava irritada. Sabia que era só uma chamada para eu parar de enrolar.

— Não ficou claro?

— Sei lá...

— Sinto ciúmes da sua amizade.

BOA! Essa foi uma ótima saída, caramba!

— Ah... – Pareceu aceitar.

— Kim, já estamos de saída, você vem? – Yumi apareceu interrompendo minha conversa.

— Como você vai pra casa? – Perguntei pra Sana.

— Peço um taxi.

— Eu te levo, moramos no mesmo lugar, afinal.

— Vou pra minha casa, não o dormitório. – Fiz que sim com a cabeça, dando o papo como encerrado. – A van te deixa no dormitório?

— Não. Me deixam no buffet, de lá vou com as meninas.

— Que tal eu te levar pra me levar, então? – Mexeu as sobrancelhas, mas eu não entendi nada.

— Como assim? – Ri.

— Eu chamo um taxi, ele me deixa em casa e depois te deixa no dormitório.

— Não sei...

— Kim Dahyun, só falta você. – Yumi falou.

— Ela vai comigo, pode deixar. – Sana se pôs na minha frente e falou com a minha chefe na maior naturalidade. – Valeu! – A van saiu e uma Yumi séria demais foi vista nela.

— Você é doida?

— Por que?

— Falou com ela muito informalmente.

— É a sua chefe, não minha. Além do mais, você já comentou comigo que ela é um pé no saco, digamos que isso foi uma vingancinha. – Dei risada junto dela.

— Chamou o taxi?

— Sim, já deve estar a caminho.

O taxi finalmente chegou uns 2 minutos depois, entramos, nos sentamos nos bancos traseiros e ficamos em silêncio a primeira parte do percurso.

Um tempinho depois da viagem já ter começado, Sana se afastou do banco da janela em que estava sentada para se aproximar do meu, o outro banco da janela. Eu perguntei o que era aquilo e ela só tirou o celular e fones do bolso, me entregou um dos lados e colocou uma música pra tocar.

Velha Roupa Colorida | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora