Velha Roupa Colorida | SaiDa

48.

Pov Sana

Dias depois

— Meninas, desçam. – Minha mãe diz ao abrir a porta do meu quarto. – Os convidados estão chegando, Sana, seu pai quer você por perto.

— Já desceremos. – Falei rapidamente e logo ela fechou a porta.

— O que vai rolar nesse jantar afinal? – Momo perguntou.

— Não sei, sério. É mais uma invenção do meu pai. – Dei de ombros um pouco aborrecida.

— Vocês estão brigados? – Momo notou meu aborrecimento.

— Nada novo, mas que ainda é um saco de lidar. – Revirei os olhos involuntariamente. – Desde o dia do lance com a Dahyun a gente não se fala direito.

— E vocês duas? – Me olhou com o cenho franzido. – Nada ainda?

Fiquei em silêncio por um tempinho antes de responder minha amiga. Era inevitável não entristecer com esse assunto. Eu e Dahyun não nos falamos mais desde que ela me mandou aquela mensagem pedindo espaço. Eu respeitei. Não fui atrás, nem cogitei ir.

Apesar de doer, de eu ainda sentir saudade, ainda tenho um pouco de orgulho em mim e não posso ficar insistindo em algo que já encerrou. Eu só quero resolver a minha vida logo, se Dahyun não quer ficar nela, não posso obrigá-la, mas vou fazer ela entender o meu lado ao menos.

— Nada. – Respondi depois de um longo suspiro e já me levantei indo até a porta. – Vamos? – Fiz menção para finalmente descer.

Momo assentiu e nós duas caminhamos pela casa até a parte externa, onde estavam os convidados. Era mais um jantar de aparências, meu pai realmente adora fingir que somos uma família perfeita.

Reconheci alguns rostos pelo jardim. Muitos amigos de longa data do meu pai, alguns parentes distantes. Vi o pai de Yeri de longe, olhei em volta e não vi a Kim, agradeci mentalmente por isso. Mais adiante, vejo Tzuyu entrar acompanhada de Nayeon.

— Achei que iam me deixar sozinha pra aturar tudo isso. – Momo disse rindo.

— Eu sou ninguém?! – Perguntei fingindo mágoa.

— Vim por pura curiosidade no que diz respeito à comida. – Tzuyu falou lambendo os lábios. – Onde está o rango?

— Na cozinha, nas mesas, em todo lugar. – Respondi rindo.

— E eu só vim porque a Hirai comentou que você tem um plano super misterioso e arriscado essa noite. – Nayeon falou baixinho, animada.

— Ela contou, é? – Olhei a japonesa mais velha e sua expressão era de "ops, escapou". – Não é nada de mais, só vou receber a Han Dong hoje.

— E a Momo deixou você fazer isso? – A taiwanesa começou. – Digo, deixou você fazer isso sem antes tentar te convencer a não fazer?

— Esse papel é mais da Mina. – Ri. – Mas ela me deu uma bronca, sim.

— Em minha defesa, continuo achando tudo isso uma grande perda de tempo. – Falou a Hirai. – E também é muito arriscado.

— Só vou deixar a Dongie entrar sem que meu pai veja e nós duas vamos vasculhar o escritório dele, nada muito grande, certo? – As olhei com uma cara de quem disse a coisa mais simples do mundo.

— Com certeza, Sana. Com certeza. – Nayeon falou entre risos. – Se seu pai aparecer, o que pode dar errado, né? Ele é tão doce, jamais faria algo de ruim com vocês. – Deu de ombros e eu lhe empurrei como represália.