Pov Sana
— Qual é o seu problema? – Berrei assim que voltei para casa e dei de cara com meu pai na sala de estar.
— Perdão? – Me olhou com o cenho franzido. – Se quer conversar sobre o show que sua amiga deu, conversaremos, mas abaixe o tom imediatamente.
— Eu não vou abaixar tom caralho nenhum! – Gritei. – Por que você tinha que dizer aquelas coisas?
— Vai querer levar a conversa desse jeito, Sana? – Aproximou-se do meu corpo. – Você nunca aguenta até o final.
— EU TE ODEIO! – Falei alto, mas em seguida minha voz falhou devido ao choro que tinha acabado de começar novamente.
— Vá para o seu quarto, não tenho tempo para mais um show a essa hora do dia. – Voltou para o sofá onde estava sentado anteriormente, numa pose que parecia não ligar para nada que eu dissesse.
— O que está acontecendo aqui? – Minha mãe apareceu com uma expressão assustada.
— Sua filha, mais uma vez, fora de controle. – Falou antes de mim, claro. – Desisto de tentar ser o pai paciente, Hideko. – Olhou para minha mãe. – Sinto muito, não poderei cumprir com o que me pediu, não depois disso.
— O que aconteceu, Sana? – Minha mãe se aproximou de mim e abraçou meu corpo.
— O meu pai... – Tentava falar, mas acabava sempre sendo interrompida pelo choro. – Ele... Ele tratou muito mal uma pessoa muito importante para mim.
— A garota que estava lá em cima?
— Sim...
— Pessoa especial, é? – Ele começou. – Nunca falou dela para nós, ela dorme aqui do nada e agora é tão importante para você que é capaz de distratar seu pai? – Questionou com uma face irritada.
— Não fiz um ranking de amor, pai, Deus do céu! – Bufei irritada.
— Diga a verdade, Sana. – Continuou falando manso, mas seu rosto era enraivado. – É sua... – Hesitou. – A Kim é sua namorada?
— É. – Respondi de imediato e notei a expressão da minha mãe ser completamente diferente da do meu pai. – Ou era... – Larguei o corpo da mulher que me abraçava firme. – Você acabou com tudo.
— Ela não gostava de verdade de você, já que terminaram tão facilmente assim. – Completou com um sorriso cínico no rosto.
— Vai se tratar! – Berrei novamente. – Você sabe o que se passou entre as duas famílias, nunca seria fácil, mas tudo poderia se resolver, se você não tivesse falado tanta merda! – Sequei meu rosto molhado com agressividade e me aproximei do homem. – Você perguntou se ela estava drogada, falou mal do pai dela e ainda a expulsou com ameaças. Não percebe que foi o monstro aqui?
— Queria ficar com alguém que sente tanto ódio do seu pai? – Levantou-se do sofá e ficou rente comigo.
— Você ainda pergunta? – Respondi de imediato e notei a expressão do homem mudar bruscamente. – Ela me reconhece, me entende e me ama.
— Eu também te amo. – Atropelou minha fala brutalmente.
— Você quer me controlar! – Corrigi apontando o dedo na cara dele. – Você não ama ninguém, só a si mesmo.
— Não é verdade, Sana. – Seu tom começava a se igualar ao meu. – Agora, depois de criada, adulta e já rica, é fácil falar mal de quem te deu tudo que precisava, né?
— Eu nunca pedi por tudo isso.
— Não me faça rir num momento delicado como esse. – Respirou fundo. – Adora todo o luxo, as festas, as viagens, mas quando é para retribuir cai fora?
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Velha Roupa Colorida | SaiDa
FanfictionDizem que amor e ódio andam de mãos dadas; Dahyun, uma menina com sonhos e muita sede de justiça cruza o caminho de Sana, filha do homem que ela mais odeia. Será possível deixar de lado o rancor e a raiva afim de não estragar o único fio de esperanç...