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Pov Dahyun




Cheguei ao hospital às pressas à procura de minha amiga. Sana tentava me acalmar, mas em situações assim eu me transformo. Talvez a vida já tenha me traumatizado o suficiente e eu só não suporte um ambiente como esse.

Pensei em coisas terríveis algumas vezes, mas Sana me fazia esquecer elas e, de certa forma, eu também forcei para parar com tantos pensamentos catastróficos, afinal nem faziam sentido.

Entrei na sala que Chaeyoung estava e encontrei sua mãe na poltrona ao lado da maca falando ao telefone, a mesma, ao nos ver, saiu para nos dar maior privacidade.

— O que aconteceu?! – Perguntei afoita.

— Sofri um acidente.

— Como foi isso, porra?

— Você vai brigar comigo, não vou contar. – Cruzou os braços emburrada.

— Sua mãe já fez isso por mim, tenho certeza. – Devolvi a mesma expressão. – Anda, conta logo.

Ela hesitou em começar a falar, olhou algumas vezes em volta da sala e principalmente pra Sana. Eu sabia que era um tanto desconfortável pra ela ver sua cunhada ali, mas não ia pedir pra minha namorada sair, afinal a mesma se importou e se preocupou bastante com o estado da Son, fora que me trouxe até aqui.

Por sorte, como se a japonesa lesse nossos pensamentos, ou talvez só fosse boa demais percebendo o ambiente e o clima do mesmo, disse de prontidão que sairia pra comprar alguma coisa, logo em seguida nos deixamos sozinhas.

— Conta. – Falei como uma intimação.

— Bati o carro.

— São duas horas da tarde, que horas você saiu de carro? – Franzi o cenho muito confusa com tudo. – E outra, por que bateu?

— Eu bebi muito, Dahyun. – Deu de ombros.

— Que horas isso?

— Depois que eu cochilei por ter chorado muito, acordei de manhãzinha, umas cinco da matina. – Falava com uma expressão neutra. – Saí de carro e fui para o primeiro bar que vi na minha frente.

— Tinha um bar aberto CINCO HORAS DA MANHÃ???

— Exato. – Estalou os dedos. – Estavam fechando. Com a boa lábia que tenho, consegui comprar bebidas antes de fecharem tudo completamente. Depois disso, entrei no carro e saí sem rumo.

— Onde você bebeu?

— Bebi dirigindo.

— Bateu porque estava bêbada?

— Isso.

— Você parece sóbria agora.

— Vomitei pra caralho, eles ainda fizeram uma lavagem em mim, disseram que tive uma queda muito brusca de glicemia e beirei o coma álcoolico. – Disse como se não fosse nada.

— PUTA QUE PARIU! – Berrei inevitavelmente. – Você enlouqueceu?

— Talvez.

— Por que fez isso, cara?

— Eu 'tava muito mal... Ainda estou, na verdade.

— Você podia ter morrido, porra! – Cheguei perto da maca. – Nunca mais faça algo assim, Son Chaeyoung! Nenhuma menina merece que perca a cabeça, ninguém merece.

— Tá, tá... – Pareceu cansada. – Sabia que você ia brigar comigo.

— Não é pra menos, não acha? – Coloquei a mão em seus cabelos fazendo um leve carinho ali. – Está tudo bem? Quebrou alguma coisa?

Velha Roupa Colorida | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora