Pov Dahyun
Era cedo e eu já estava de pé, pronta para sair de casa com toda energia do mundo e nem parecia ter trabalhado a noite inteira, mas era por uma boa causa.
Minhas amigas estavam na faculdade, mas faltei novamente às aulas. Não conseguiria estudar num momento como esse e, sinceramente, não me importo. A felicidade por estar prestes a ir ao hospital ver meu pai e poder, depois de tanto tempo, falar com ele, senti-lo vivo e enérgico, enche meu peito de emoção e euforia, de um jeito que a única coisa que sou apta a fazer é abraçá-lo, nada mais.
— Oi, gatinha. – Falou assim que eu abri a porta. – Está pronta?
— Nasci pronta. – Lancei um olhar debochado e em seguida fechei a porta do dormitório, acompanhando minha namorada até a saída da faculdade. – E você? Não está nervosa?
— ‘Tá brincando?! – Perguntou retoricamente enquanto colocava o cinto de segurança. – Vou conhecer seu pai finalmente, não consigo parar de tremer. – Mostrou as mãos que, obviamente, não estavam tremendo, mas ela fez questão de mexe-las rapidamente para parecer que sim.
— Eu também estou nervosa, para ser sincera. – Falei um tanto tímida. – Digo, eu conheci seu pai da pior forma possível, mas não vi sua mãe. Só de pensar em conhecê-la também tremo na base.
— Esse dia vai chegar logo menos. – Piscou. – Será que seu pai vai gostar de mim? – Me olhou com os olhos piedosos e ansiosos por uma resposta favorável. Eu quase derreti ali mesmo.
— Claro que vai, meu bem. – Sorri largamente. – Todo mundo gosta de você.
— Espero que esteja certa disso.
[...]
Entramos no hospital com rapidez. Sana parecia só me seguir, mesmo já sabendo o caminho, só se locomovia conforme eu andava. Era nervosismo puro, dava para notar, e era fofo também.
— Oi, mãe. – Falei ao encontrar com a mulher na porta da sala em que meu pai estava. – Tudo bem? – Perguntei depois de um breve abraço.
— Sim. – Respondeu já engatando num abraço com Sana. – Ele está pronto para recebê-las. – Sorriu solícita, mas acho que aquilo só deixou a japonesa mais tensa.
— Certo. – Disse e em seguida dei leves batidinhas na porta indicando que iria entrar logo. – Pai, bom dia. – Abri a porta por completo e entrei, deixando o espaço para Sana entrar em seguida. Ela assim o fez.
— Bom dia, Champ. – Falou sorridente como sempre. – O que temos aqui... – Franziu o cenho analisando a visitante desconhecida. – Bom dia, querida.
— Bom dia, senhor Kim. – Sana disse tão rápido que senti vontade de rir. – Como vai?
— Por enquanto não vou, estou acamado. – Gargalhei junto do homem, mas Sana demorou a processar a piada boba, então riu forçada e nervosamente. – Brincadeiras à parte, estou bem. E você... – Parecia implorar por algo. – Não vai me dizer o seu nome, jovem?
— Sana. – Aproximou-se da cama com a mão estendida. – Minatozaki Sana. – Fez uma reverência formal demais e mais uma vez tive de segurar o riso. – Muito prazer, senhor Kim.
— Não precisa de tanta cerimônia, Sana. – Ele sorriu simpático. Meu pai já sabia o nome da japonesa, mas fez questão de perguntar, de se apresentar para tentar quebrar o gelo e ficar mais íntimo da garota rapidamente. Eu notava o nervosismo da minha namorada a cada fala, mas não podia me intrometer, meu pai saberia lidar com tudo e Sana também, afinal. – Me chame como quiser, do jeito que preferir.
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Velha Roupa Colorida | SaiDa
FanficDizem que amor e ódio andam de mãos dadas; Dahyun, uma menina com sonhos e muita sede de justiça cruza o caminho de Sana, filha do homem que ela mais odeia. Será possível deixar de lado o rancor e a raiva afim de não estragar o único fio de esperanç...