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Pov Sana




— Já viram as notícias? – Jihyo disse assim que sentou à mesa conosco.

É horário de almoço de uma segunda-feira. Estou de volta na faculdade das minhas amigas apenas para não ficar sozinha na outra. Eu tenho amigos, ou colegas melhor dizendo, mas nada se compara a vir até aqui e ter essa companhia.

Han Dong me procurou mais cedo, quis saber como eu estava, afinal as notícias correm rápido demais e não seria diferente com o meu caso. Nós conversamos brevemente sobre como estou me sentindo e sobre o que tinha sido exposto, agora, para o mundo. Antes eu estava um tanto sem reação ou sentimentos, apenas um leve incômodo que não quis dar muita atenção. Mas agora as coisas estão mudando um pouco de figura e esse incômodo virou tristeza, medo, arrependimento.

— Depois... – Tzuyu fez sinal para a Park e eu notei o gesto.

— Não precisa. – Falei olhando para a coreana. – Sim, é mesmo o meu pai estampado nos jornais e sites. Sim, é tudo verdade. E, não, eu não estou bem, mas vou ficar.

— Uau. – A garota disse constrangida. – Desculpe, eu não percebi que era tão delicado assim.

— Tudo bem, Jihyo. – Respondi. – Tenho que me acostumar com dúvidas do tipo. A sua não foi a primeira e nem será a última, infelizmente.

— Você vai ser muito incomodada por muitos dias. – Momo falou. – É bom privar as redes sociais logo.

— Por que? – Nayeon questionou.

— Porque ela tem o sobrenome que, no momento, está sendo o mais pesquisado por aqui. – Respondeu.

— Vou fazer isso. – Falei catando o celular. – Acho que já começaram a me importunar...

— Muitas notificações? – Jeongyeon perguntou.

— Sim, em todos os aplicativos possíveis. – Bufei. – Tem gente que nem conheço direito me mandando mensagem...

— Essa gente não tem noção mesmo, né? – Completou a coreana e eu apenas assenti com a cabeça.

A tal notícia que tanto falam é sobre o meu pai. Zitao tentou me preparar para tudo isso, mas é um tanto impossível se preparar para o desconhecido. De toda forma, estou dando meu melhor para tal.

As reportagens, matérias e furos sobre o meu pai começaram a sair de madrugada. Não imaginei que fosse tão cedo assim, confesso, por esse motivo me foi como um tapa na cara ler tudo que li, ver tudo que vi e responder a tanta gente, assim que acordei.

Nunca fiquei tão feliz em morar na faculdade, não consigo imaginar o inferno que está na minha casa.

— A Mina não vem mesmo? – Tzuyu Perguntou.

— Não nos falamos ainda. – Respondi. – Duvido que ela apareça, devem estar prendendo ela em casa a todo custo.

— Por que? – Momo me olhou.

— Não querem dar nenhuma declaração pública ainda. – Falei dando de ombros.

— Mas... E você? Não era para estar reclusa também?

— Eu não tenho a menor intenção de falar com a mídia e ninguém vai entrar aqui com uma câmera e um microfone mirados na minha cara, então está tudo bem. É uma grande vantagem morar na faculdade e estudar tão perto de onde moro.

— O professor anotou tanta coisa no quadro, quase que não termino de copiar. – Dahyun disse assim que se aproximou. – Oi, linda. Como você 'tá? – Me deu um selinho rápido e sentou ao meu lado.

Velha Roupa Colorida | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora