Pov Sana
— Você tem certeza de que vai ficar bem? – Perguntei para minha namorada na porta do carro, ainda no estacionamento do hospital.
— Tenho. – Respondeu com um sorriso casto nos lábios. – Vá e cuide da sua família também, já fez demais por mim.
— Sobre isso... – Hesitei. – Eu vou dar um jeito de pagar, não se preocupe. – Segurei em sua mão por cima da janela do carro. – Seu pai vai receber o melhor tratamento possível e vai sair dessa bem, acredite em mim.
— Eu acredito. – Falou séria, mas tentava disfarçar o nervosismo com um balançar rápido de cabeça somado a um sorriso que sempre me cativava, independente da intensidade. – Já sabe o motivo de Mina ter te ligado com tanto alvoroço assim?
— Não, mas logo vou descobrir. – Confirmei, mas não deixei transparecer a preocupação. – Chuto que seja algo do processo, de noite nos falamos e ela já estava me chamando, deve ter agravado.
— Ela não deu nem uma dica do que seria?
— Não. – Menti.
— É melhor você ir logo, preciso voltar lá para dentro também. – Disse depois de depositar um beijo em meus lábios. – Vá com cuidado, amo você.
— Também te amo. – Minha vez de sorrir. – Se precisar, peça para Jiwoo ficar aqui no seu lugar, saia, tome um banho na sua casa, veja o céu... Não pode ficar trancada aí o dia inteiro. O mesmo vale para sua mãe.
— Tudo bem, senhora. – Fez uma continência breve, me zoando. – Vou me cuidar, relaxe.
Depois de mais uma despedida e de um beijo na testa como deixa final, dei partida no carro e rumei para Seul novamente.
Meu retorno tem a ver com o meu pai e o processo, mas o motivo principal não é ele. Menti para Dahyun sobre não saber de nada, quando na verdade, assim que acordei fui bombardeada de mensagens da minha irmã, todas frenéticas implorando pela minha volta.
Eu precisava retornar. Eunha não me deixou em paz, engano meu achar que uma simples ameaça e uma leve discussão sem provas iria resolver meus problemas. Ela não descansou e percebeu que foi eu quem denunciou o meu pai com a ajuda de Han Dong, filha do maior inimigo dele, e não tardou em contar tudo para o Minatozaki.
Como ela descobriu e juntou todas as peças desse quebra-cabeças eu ainda não sei, mas vou saber assim que chegar na capital. De hoje a Eunha não passa, nem que seja a última coisa que eu faça em vida.
Dirigi com calma, apesar da raiva e revolta juntas, meu comportamento era sereno demais para a situação. Acho que tudo realmente serve de aprendizado, afinal, devido as inúmeras tensões que passei na vida, agora consigo lidar com menos fervor.
Meus pensamentos são agoniados, acelerados e focados numa coisa só: Eunha. Já tenho tudo planejado, mas não daria para fazer sozinha, por isso, assim que li as mensagens de minha irmã pela manhã, tratei de enviar outras para Chaeyeon lhe dando todo o contexto e solicitando sua ajuda.
Como a coreana já havia me dito ter conversas antigas com a Jung sobre drogas e coisas comprometedoras, acredito ser o suficiente para o que tenho em mente.
[...]
— Sana! – Falou assim que abriu os enormes portões para me conceder entrada. – Chegou rápido.
— Apesar de tentar ficar calma a todo custo, meus pés não foram tranquilos com o acelerador. – Falei entrando.
— Como está?
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Velha Roupa Colorida | SaiDa
FanfictionDizem que amor e ódio andam de mãos dadas; Dahyun, uma menina com sonhos e muita sede de justiça cruza o caminho de Sana, filha do homem que ela mais odeia. Será possível deixar de lado o rancor e a raiva afim de não estragar o único fio de esperanç...