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Pov Dahyun

Um tempo depois



Acordo sem me preocupar com as horas e me levanto calmamente, indo em direção ao banheiro. Faço minhas necessidades matinais e preparo um breve e simples café da manhã não só para mim, mas também para as minhas amigas.

—  Bom dia. – Falo quando vejo Jeongyeon se aproximar de mim. – Dormiu bem?

— Teria sido melhor se a Jihyo não tivesse ficado com o celular ligado boa parte da noite. – Bufou e logo puxou uma cadeira, sentando-se ao meu lado. – Que delicia, já preparou o rango... Gosto assim, eficiente!

— Palhaça. – Ri fraco. – Ela estava no celular? Nem reparei... Capotei ontem, dormi feito uma criança que brincou o dia inteiro.

— Você sempre parece uma criança, já reparou? Principalmente no tamanho... – Riu e eu lhe dei um tapinha no ombro. – Respondendo sua pergunta, sim, ela ficou no celular até tarde, mas nem reparou que estava incomodando.

— E você não reclamou? – Estranhei. – Justo você? – Minha vez de levar um tapinha.

— Eu reclamei, várias vezes, inclusive. – Franzi o cenho. – Ela estava de fone, não me ouviu uma única vez. Não ia levantar da minha cama fofinha só para dar um tabefe nela. – Deu de ombros.

— Deve ser algum trabalho da faculdade, Jihyo é muito responsável, não é qualquer coisa que tira seu sono.

— Ou qualquer pessoa... – Corrigiu desconfiada.

— COMO ASSIM? – Perguntei curiosa.

— Bom dia. – Jihyo disse assim que fechei a boca. – Eu sou o assunto, né?

— Não. – Respondi desconfiada.

— Sim, é. – A Yoo disse sem filtros.

— Esqueceram de combinar a mentira? – A Park riu e se juntou a nós na mesa. – O que estava especulando sobre mim?

— Por que estava com o celular ligado até tarde? – Perguntei.

— Ela não vai falar... – Jeongyeon disse revirando os olhos. – Já viu essa daí se abrir emocionalmente? JAMAIS!

— Quem disse que tem algo a ver com o emocional? – Jihyo questionou. – Eu respondo: estava falando com a Tzuyu, nós ficamos ouvindo música de madrugada, nada de mais.

— Hmmmm. – Falei com uma cara de sapeca. – Ouvindo música, é? Que romântico.

— Não seja palhaça, Dahyun! – A Park me repreendeu com vergonha. – É a coisa mais normal do mundo, poxa!

— Que tipo de música? – A mais velha começou. – Aposto que era uma playlist de sexo!

— CREDO, PORRA! – Berrei. – Não estrague minha inocência, estou comendo e o dia mal começou! – Fiz careta.

— Vocês são ridículas. – Jihyo revirou os olhos e levantou. – Vou escovar os dentes enquanto vocês fofocam INVERDADES sobre mim. – Tomou o resto do café que tinha na xícara e correu até o banheiro antes que Jeongyeon pegasse sua vaga.

— Ela não sabe brincar mesmo... – Falei rindo. – E nem sabe disfarçar o que sente.

— Nunca soube. – Yoo levou os pratos até a pequena pia. – Lembra quando começou a se questionar sobre a sexualidade? – Assenti. – Foi tão engraçado acompanhar esse processo, era uma negação sem fim, mas uma dúvida tremenda.

— Ela não conseguia ver nada sobre gays que ficava pilhada, não queria ouvir falar. – Rimos nostálgicas. – Será que ela gosta mesmo da Tzuyu romanticamente ou é só amizade colorida? – Perguntei num cochicho.

Velha Roupa Colorida | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora