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Pov Sana





— A Eunha está demorando... – Minha ex-sogra disse um tanto aflita. – Não acha?

— Ela logo vai chegar. – Respondi tentando parecer confiante e feliz, mesmo que por dentro eu esteja surtando.

Como eu não relacionei que seria o buffet que Dahyun trabalha? Vacilei, podia ter escolhido outro, caso tivesse me atentado, mas deixei passar. Com minha namorada tão perto, meu nervosismo aumenta, penso que pode dar tudo errado e até tenho medo de perder a coragem, se é que isso faz algum sentido.

Por outro lado, tento me fiar que com ela ao meu lado, posso ir até a cozinha, falar com ela, pedir ajuda ou apenas olhar em seus olhos, o que já me acalmaria por si só.

Minutos presa em meus próprios pensamentos, observo a senhora Jung sentada no sofá tentando desesperadamente falar com alguém, não faço ideia de quem seja, cogito ser sua filha, mas me parece preocupada demais para tal. Decido, por não estar sendo assistida, sair da sala onde estava sentada à mesa e ir até a cozinha.

— Oi... – Falei baixinho e envergonhada.

— Sana? – Minho me olhou espantado. – Não tinha te visto aí. Beleza?

— Tudo certo, e com você?

— Tudo na mesma. – Deu ombros.

O rapaz continuava sentado numa banqueta ao lado de Dahyun e somente quando a mais nova lhe deu um olhar que dizia "dá o fora", ele saiu, nos deixando a sós.

— O que você faz aqui? – A coreana perguntou com os olhos famintos por uma explicação.

— Não te contei, porque acabei me ocupando muito desde que saí do seu quarto... – Falei enquanto me aproximava dela e logo me sentei onde Minho estava. – Os detalhes te conto quando sair daqui, mas, em resumo, vim colocar um ponto final nessa história com a Eunha.

— Sozinha? – Me olhou preocupada. – Tem certeza disso?

— Comecei sozinha, vou encerrar sozinha. – Dei de ombros. – Não se preocupa, já que está aqui pode me socorrer.

— Vou precisar? – Se espantou. – Sana, se for perigoso assim, não acho que deva tentar nada. – Falou rapidamente.

— Você é muito nervosinha, sabia? – Ri. – Era brincadeira, nada vai me acontecer, pode relaxar.

Continuamos nos olhando, sem dizer uma única palavra. Eu quis abraçá-la e beijá-la ali mesmo, mas tive que me conter, afinal alguém podia aparecer e isso estragaria todo o meu plano.

De qualquer forma, falar com minha namorada, mesmo que brevemente, ajudou meu coração a se acalmar e minha mente a ficar menos barulhenta, assim organizando melhor as ideias, passando e repassando tudo o que eu pensei em fazer esse tempo todo.

— Sana? – A voz da senhora Jung é ouvida. – Querida, onde você está?

— Promete que vai se cuidar e que, se precisar, vai me chamar? – Dahyun disse antes de me deixar ir, pois eu já tinha me levantado quando ouvi a voz da mulher me chamar.

— Prometo. – Mandei um beijo silencioso no ar e saí.

— Acredito que a Eunha já esteja chegando, quero que ela nos encontre aqui, pode ser?

— Claro! – Disse animada, já me sentando com ela à mesa. – Era com ela que falava ao telefone? – Perguntei como quem não quer nada, mas obviamente estava curiosa demais para saber.

— Não. Era o pai dela. – Disse apressadamente e logo bebeu um pouco da água que tinha em uma das taças. Entendi aquilo como sendo um sinal de encerrar as perguntas sobre esse assunto, então fiz o mesmo gesto.

Velha Roupa Colorida | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora