58.

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Pov Dahyun



Já era manhã, nem notei quando adormeci e pela dor que senti em minha cabeça assim que abri os olhos, julgo que não foi por muito tempo.

Dormi sem perceber, sem sentir e sem querer. Não durou, mas ainda foi indesejado. Eu queria ter ficado acordada o tempo inteiro para minha mãe poder descansar sem preocupações, mas falhei. Queria estar esperta para uma notícia súbita sobre meu pai chegar primeiro aos meus ouvidos, mas não consegui. Eu queria tanta coisa.

Olho para o lado e não vejo Sana, nem minha mãe, somente Jiwoo dormindo com a boca aberta. Levanto, cubro a garota, que está encolhida pelo lugar desconfortável e pelo frio, e em seguida saio em direção a lanchonete do hospital. Se meu palpite estiver certo, encontrarei as duas aqui lanchando.

— Bom dia, Dahyunzinha. – Sorriu largo quando me sentei em sua mesa. – Dormiu bem?

— Não sinto que dormi. – Dei de ombros. – Bom dia, Sol. – Devolvi o sorriso que recebi segundos atrás, mas não tinha a mesma empolgação. – E você?

— Dormi, sim. – Assentiu com a cabeça. – Quer comer alguma coisa? Imaginei que fosse dormir por mais tempo, então saí sem esperar por você.

— Você acordou agora?

— Faz uns 30 minutos. – Falou enquanto levantava. – Vamos escolher alguma coisa e você vai comendo no caminho, sei que não quer sair daquela sala de espera.

— Onde minha mãe está? – Perguntei ignorando tudo que ela havia me dito. Eu achei lindo e adorei tudo aquilo, mas minha mente ainda estava uma bagunça e meu cansaço era muito, então não conseguia dar muito de mim para ela no momento. – Achei que encontraria vocês duas comendo, mas está sozinha...

— Ela estava sentada no mesmo lugar de sempre quando saí de lá para vir comer. – Segurou minha mão e passeou comigo pelas vitrines com algumas comidas expostas. Eu não dizia nada, nem Sana perguntava, o desfile em frente as refeições já era uma pergunta e como não disse nada, minha namorada escolheu por mim. – Até chamei sua mãe para vir comer e me ofereci para levar algo, mas ela disse que já tinha comido.

— E você acreditou?

— Preferi acreditar. – Deu de ombros. – De qualquer forma, levarei um desses para ela acompanhado de um café bem quente. – Interrompeu a nossa conversa para fazer o pedido ao atendente do local. – Vamos sentar ali enquanto você come?

— Achei que íamos andando até a sala de espera novamente. – Falei e ouvi um estalar de língua vindo de Sana.

— É, eu sei que disse que faríamos assim, mas acho que você deveria sentar e comer com calma. – Ainda segurava minha mão e ainda me guiava pelo local, então, mais uma vez, não esperou meu assentir, apenas o fez. Sana me levou até a mesa que estávamos minutos atrás e sentamos novamente. – Quer comer em silêncio?

— Não sei... – Falei com uma certa demora depois de sentar e ir direto atacar o sanduíche de atum que ela havia comprado.

— Quer que eu te deixe sozinha? – Perguntou receosa.

— Não. – Falei depois de mais uma pausa longa. – Isso não. – A olhei timidamente. – Não me deixa nunca, por favor. – Minha voz saiu mais triste do que o planejado.

— Meu amor, eu jamais vou te deixar. – Esticou sua mão em cima da mesa para segurar a minha e fez carinho assim que encostou nela. – Só achei que quisesse privacidade, afinal esse momento é delicado... Sei de tudo que já passou, não quero ser inconveniente.

— Você não é, nem nunca vai ser. – Desviei meu olhar do dela por sentir um aperto no peito e um nó na garganta. Olhar para Sana me faria chorar mais rápido e eu não quero isso. – Só... só está muito difícil aguentar tudo isso, entende?

Velha Roupa Colorida | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora