5.

941 107 28
                                    

Pov Dahyun





A roupa tão brilhante da menina não combinava com o choro em seu rosto. Seus cabelos não tinham chance de aparecer direito já que ela os amarrou em um coque. Seu rosto não me era estranho. Por que ela 'tava chorando? 

Legal. Trabalhar e aturar gente com síndrome de dona do mundo. Legal mesmo. E ainda estou me importando. Parabéns, Dahyun.

Voltei à realidade mais rápido que saí e como se alguém estivesse lendo meus pensamentos, me forcei a parar de pensar na moça que há minutos estava aqui. Pra onde ela foi? Nem a vi sair.

Chega, Dahyun. Concentra.

Bargirl, me vê um drink lindão daqueles que sai fumacinha e tudo. – Cheayoung, claro. – Só não tão forte, por favor.

— Achei que não vinha.

— Mina insistiu. Cadê meu drink?

— Pra já! – Me virei para preparar a bebida e de canto de olho vi a menina que estava por aqui. Agora ela estava sorridente, dançava bastante e até estava próxima demais da aniversariante.

— Dahyun? Oh, nanica!

— Oi! – Virei de supetão. – Que foi?

— 'Tá avoada por quê?

— 'Tava olhando aquela menina ali. – Apontei. – Ela chorou aqui na bancada e quando eu perguntei o porquê, ela fez o que todo riquinho faria: me tratou mal.

— Aquela ali de vestido roxo? Tem certeza?

— Sim, porra. – Entreguei o drink.

— É a Sana. Irmã da Mina. Ela é minha cunhada.

— Eita. – Meu tom foi de surpresa.

— De boa. Não sou tão próxima dela. De ninguém da família da Mina pra ser sincera. Ninguém lá sabe que ela me namora. – Apontou pra se mesma.

— Por que deu ênfase nisso? – Imitei seu gesto.

—Pensam que ela namora um homem. Foi ideia da Sana mentir sobre isso, inclusive, já que ela sofreu bastante quando se assumiu e tal. – Meu queixo caiu.

— A Sana... pega mulher? Caraca!

— Ficou interessada mesmo depois do coice? – Ela riu. Eu não. – Ela namora, Dubu. Perdeu essa.

— Não tinha ficado interessada. Pena que o que tem de linda, tem de babaca.

Me movi para o lado para atender mais algumas pessoas que chegaram. A menina que agora sei que atende por Sana, já sumiu do meu campo de visão. Olho em volta mais uma vez e festa parece não ter hora para o fim.

Alguns drinks vão e estou livre de novo. Grande vantagem: vou receber para ficar em pé a maioria do tempo. Quase ninguém vem até aqui.

— LEMBREI! – Gritei e Chaeyoung olhou assustada para mim.

— Que susto, caralho! Lembrou de quê?

— No dia que eu saí pra beber. Antes de eu ir pra sei lá onde, eu liguei pra SinB e 'tava no caminho da casa dela, quando parei no sinal eu vi uma menina descendo um andaime. Era a Sana. Agora lembrei por que achei o rosto dela tão familiar.

— Caramba você gamou na Sana mesmo!

— Claro que não, vadia. Só achei ela muito linda mesmo. E nem acho mais agora que me tratou mal por ser garçonete. - Sorri cínica.

— Acredito.

[...]

06:34 da manhã. Esse é o horário que terminamos de arrumar praticamente tudo pós festa. Eu 'tô sentindo meu corpo dez vezes mais pesado, minha cabeça dói e as minhas amigas estão animadas conversando sobre a faculdade amanhã. Quem liga pra faculdade nesse estado de exaustão? Só quero minha caminha cheirosa, confortável...

Velha Roupa Colorida | SaiDaOnde histórias criam vida. Descubra agora